domingo, 28 de julho de 2013

HONRA AOS MESTRES DA BRUXARIA TRADICIONAL


"Você não precisa gostar, aprovar ou me seguir em absolutamente NADA, mas deve sim me RESPEITAR e a minha escolha de vida. Ter direito de ser Bruxa, Bruxo. Sacerdotisa, Guardião....., por enquanto a Constituição Federal me dá este direito".


A relação do homem com o mundo tende a materializar-se na forma de ídolos; deuses que expliquem os fenômenos naturais, a vida após a morte, os ciclos da natureza, a vida, etc.
Estas características acabam por se configurar, principalmente, na figura feminina, as condições de sobrevivência da sociedade são relacionadas com a fecundidade da mulher. É ela quem gera a vida.Uma série de abstrações que vinculam a mulher a terra e a caça.

A tradição é um conjunto de costumes e crenças que remonta tempos antigos, praticados por nossos antepassados e transmitidos de geração em geração com o objetivo de serem preservados. Variam da cultura de cada povo e região e fazem parte de um contexto histórico-temporal, onde são aceitos e praticados pelo senso comum da sociedade. Fazem parte das tradições: lendas, mitos, práticas religiosas, danças, músicas, vestimentas, pratos típicos, brinquedos, jogos, artesanatos, decorações, histórias, valores e comportamentos. Tais conhecimentos são transmitidos de forma oral e/ou escrita.


A origem dos cultos centrados na reverência e gratidão a Terra, como Mãe, é tão antiga quanto os atos de semear, plantar e colher. Entregar sementes a terra para que elas germinassem, crescessem e frutificassem era um ato sagrado que dependia da benevolência e ajuda das forças sobrenaturais. A personificação da Terra como Deusa é universal, tendo sido cultuada como Mãe por todas as antigas culturas, em parceria, às vezes, com seu consorte o Pai Céu ou com suas Filhas

Mas havia uma dualidade no seu culto, pois além de ser vista como Doadora e Provedora dos alimentos, Ela também era a Destruidora encarregada da dissolução dos resíduos vegetais, animais e humanos. A dinâmica do mundo era baseada nesta união de princípios opostos – vida/morte – que aconteciam no ventre da Terra, revelando como cada nova forma de vida era criada a partir de uma morte anterior. Além de receber os mortos proporcionando-lhes repouso e cura à espera do renascimento, a Terra também abrigava o mundo subterrâneo, regido por divindades das trevas, escuridão e habitado pelos seres ancestrais e sobrenaturais

A ancestralidade está diretamente ligada aos antepassados, mas dentro da Velha Religião , refere-se aos antecessores de clã, que com o passar dos tempos somaram-se à egrégora da tradição. É por este motivo que se deve fazer uma apresentação formal do futuro iniciado à egrégora, para que seja reconhecido pela mesma, recebendo assim a proteção e a permissão para conhecer os antigos mistérios.



Não menosprezamos o conhecimento nem a espiritualidade de pessoas, que se diz seguidor de alguma religião, tampouco lhes vetando a possibilidade de cultuarem os Deuses segundo a Arte, mas apenas questionando a facilidade de encontrarmos pessoas que apenas tiveram como base poucos livros ou pesquisas feitas pela Internet. Na realidade, lhes falta a experiência e sabedoria acerca da Velha Religião e de como empregar esses conhecimentos em suas vidas. Tendo em vista que tal processo ocorre através da transmissão verbal ou escrita de fatos ou de doutrinas que dizem respeito à Religião, não nos referindo apenas ao conhecimento passado ou adquirido, e sim a uma apresentação formal e legítima à uma egrégora, que se faz devido à ancestralidade que acompanha cada tradição religiosa e os mistérios que a envolvem.

Todo este processo se faz necessário para que haja uma re-conexão, um religamento, com a Natureza de forma mais natural e o encontro com a verdadeira harmonia seja mais tranqüilo. O resgate ao Sagrado em nossas vidas é assegurado e há, finalmente, o retorno as nossas origens e ao Todo no qual fazemos parte.

É muito fácil identificar um guerreiro (a), um sábio. Olhe a linha do tempo de suas obras, verão nela a preocupação com o conhecimento e a defesa dele (a), as ideias limitadas abandonadas e os ideais fortalecidos. Identificarão o guerreiro/sábio (a) que se renova, pois um guerreiro (a) compreendeu, vivendo em físico e astral os mistérios e o resgate da sua essência .



Fica difícil conceber um bruxo (a), qualquer que seja a vertente, que não tenha projetos abrangentes ou ativistas. Difícil conceber um bruxo (a) ou mestre que trabalhe unicamente para a sua aparente figura. A aparência diz respeito ao mundo organizado humano. Um bruxo (a) é um cidadão (a) de entre mundos, o dos humanos e os outros, que sabe equilibrar os passos que dá em cada um deles.

Sem o Sol nenhuma colheita seria possível. E aqui já não falo mais da esfera material dos nossos dias, é evidente que sem a união dos Deuses nenhuma vida poderia existir. Mas falo dos sonhos, esperanças e Amores que incentivam qualquer que seja o mortal a seguir seus dias em frente. Quando um devoto tenta reconhecer o papel que um Sol pode ter em sua vida ele compreende que tudo começa com desejo e Amor, tal como um sol que é luz e calor. Depois disso, do trabalho árduo de plantar, regar e cuidar - e tentem pensar que essa é a parte mais difícil - quando vem a colheita de tudo aquilo que foi um sonho anteriormente. Da mesma forma que já deu tempo da tempestade acontecer, e destruir, pelo granizo, tudo que era velho, podre e fraco o suficiente pra não prosperar no final do verão.

Ah, bons tempos de pagãos e ignorantes em que era possível reconhecer que tudo tem o seu tempo certo, de plantar e colher, de construir e de destruir. E que nada foge à esse ciclo.

Honra aos mestres da Bruxaria Tradicional!

2 comentários:

  1. Olá Amiga!

    Muito bom teu texto, esclarece e harmoniza. Obrigada por compartilhar.

    Bjos no coração e uma semana muito iluminada!

    Lecy'ns

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  2. Sempre lendo e aprendendo por aqui...adoro Selma, obrigada!
    Beijos
    CamomilaRosa

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