domingo, 28 de outubro de 2012

Halloween Gostosuras ou travessuras?


Na Irlanda do século V (a.C), o dia 31 de outubro fazia parte de um conjunto de quatro de datas comemorativas do calendário celta que marcava a transição das estações, o período de plantação e colheita, e o ciclo vital da Terra. A primeira data era celebrada no dia 2 de Fevereiro (conhecido como O Dia da Marmota), em honra a deusa da cura Brigith. No mês de maio celebrava-se o Beltane, considerado o dia que iniciava a temporada de semear. Nesta data realizavam-se rituais de fertilidade e prosperidade para incentivar o crescimento da lavoura. A terceira data ocorria em agosto: a festa da colheita em reverência ao deus sol Lugh. Finalmente, no dia 31 de outubro celebrava-se um feriado denominado Samhaim, que marcava o final do ano celta em honra ao deus pagão Samhan (Senhor dos Mortos), também o fim do verão e início do inverno. 

Quando os celtas inventaram o Halloween, a tradição não mandava comer guloseimas nem se fantasiar de bruxa. O objetivo era celebrar o começo do inverno e homenagear os espíritos dos mortos.

Na região da atual Irlanda, há aproximadamente 2 mil anos (data estimada pelos historiadores), os celtas comemoravam seu ano novo em 1º de novembro, data que também marcava o fim das estações quentes do ano. Eles acreditavam que, na véspera, chamada de “Samhain”, o mundo dos vivos e dos mortos se mesclava.



O Samhaim é cercado de mitos e crenças que influenciavam a cultura dos povos europeus desde o período pré-cristão. Nesta data, Os Druidas (sacerdotisas celtas) reuniam-se e realizavam rituais dançando em torno de uma fogueira. O caldeirão também era utilizado simbolizando o útero, e a abundância da Deusa Mãe. 

O cristianismo é que teria injetado o ar “diabólico” ao Halloween, já que associava espíritos e fantasmas ao paganismo e ao mal. Mas a festa originalmente não tinha a intenção de ser assustadora, e sim uma celebração.

A expressão Halloween tem origem na contração errônea da expressão inglesa All Hallows Eve(que significa Dia de Todos os Santos). Esta data foi instituída pelo Papa Bonifácio IV, e era celebrada no dia 13 de maio. Porém, em 835 o Papa Gregório III alterou o Dia de Todos os Santos para o primeiro dia de novembro. Assim, os cristãos celebravam o dia dos santos falecidos no dia posterior ao rito pagão do Senhor dos Mortos. Desta forma, a expressão Halloween tornou-se sinônimo da celebração pagã de 31 de outubro.

Neste dia, acreditava-se que todas as relações de tempo e espaço ficavam suspensas, pois o 31 de outubro não pertencia ao ano velho, tampouco ao novo ano que se iniciava. Desta forma, os espíritos desencarnados podiam retornar ao mundo dos vivos e se apossarem dos corpos. Para evitar esta aproximação, era comum apagar todas as tochas e fogueiras das aldeias, de modo que o ambiente ficasse escuro, frio e hostil. Os habitantes vestiam-se com trajes fantasmagóricos e vagavam pelas ruelas em desfiles barulhentos, a fim de amedrontar e espantar os espíritos que procuravam corpos a serem possuídos.



A tradição de “gostosuras ou travessuras” também pode ser creditada aos celtas, que costumavam oferecer comida aos espíritos do Halloween para aplacá-los e para indicar-lhes o caminho das casas de suas famílias. 

Mas essa não é a única explicação. “Também acredita-se que a idéia de fazer com que as crianças pedissem doces de porta em porta nasceu nos EUA, nos anos 1930. O objetivo era dar às crianças uma participação no Halloween mas evitar que elas ficassem nas ruas fazendo bagunça”.

As abóboras ocas e recortadas, outro ícone do Halloween, são tipicamente norte-americanas. “Uma lenda celta dizia que um espírito que não conseguia ir nem ao céu nem ao inferno usou uma lanterna para guiar-se. Os irlandeses, ao imigrar aos Estados Unidos, conheceram as abóboras e perceberam que, ocas, elas também funcionavam bem como lanternas e continuaram assim a tradição”

Atualmente, o Halloween é um evento essencialmente comercial inserido em vários países. Mesmo tendo origem na Europa, sua popularização deve-se principalmente a influência da cultura norte-americana em todo mundo. Em termos mercantis, é uma das datas mais lucrativas, onde existe um crescimento considerável nas vendas de fantasias, máscaras e outros artigos relacionados.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Uma Oração da Deusa


Recebi esta Oração de Uma Grande Amiga, estou compartilhando com vocês.

Sou herdeira das Deusas, Rainhas e Sacerdotisas do passado e as represento hoje aqui trazendo a magia da e a força da Grande Mãe à Terra. Nos momentos difíceis da minha vida, nos momentos em que me faltar sabedoria, acredito e tenho a ajuda das minhas antepassadas. Que no momento que eu olhar o céu noturno eu saiba que tenho a mesma força das mulheres e homens que reinaram antes de mil e o fizeram guiados pela sabedoria da Grande Deusa. 

Que eu como sacerdotisa da Grande Mãe jamais esqueça o meu caminho e quando isto me ocorrer que sempre e sempre eu me religue ao poder da Terra Mãe e a força do Senhor da Natureza. Que eu não tenha medo de olhar o mundo como minhas antepassadas que reinavam sem medo em suas comunidades, países e reinos. Que eu seja sempre a sacerdotisa que acende a fogueira e conhece todos os caminhos do Grande Rito. 

Que eu seja a bruxa e a feiticeira, a senhora que conhece os segredos da terra e da magia, que eu seja a Senhora da Vida, senhora do meu próprio destino e rainha de mim mesma exercendo minha própria soberania.Que eu jamais me permita subjugar ou controlar um ser para igualmente jamais ser subjugada e controlada.


Que eu sempre me lembre que todos os alimentos com que me nutro, as frutas , as ervas, as sementes e os vegetais, o leite e o pão, os animais que lavram a terra e os seres que voam provem do Útero da Mãe e como tal sejam sempre louvados e abençoados para que a colheita da minha vida, da minha alma seja sempre farta.

Que não haja em mim medo da morte e da mortalha e que eu saiba que sempre e sempre ressurgirei para uma nova vida, até que eu tenha toda a sabedoria e possa me deixar levar minha alma pelas mares do fluxo da Grande Mãe.

Que eu jamais tema a mim mesma, e minha face escura de senhora das mortalhas, ceifadora, rainha do caos, amante e feiticeira pois todos as Faces são Uma e nisto esta a sabedoria.Que eu jamais tema a velhice e o tempo em que o sangue sagrado cessa de ser deitado a Terra, pois após a Jovem e a Mãe, sou a Grande Sábia, a Velha Anciã, a sacerdotisa de tempos passados e nisso se conserva toda a minha juventude e sabedoria. Por isso sou maga, sacerdotisa e feiticeira.

Que assim se faça

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

AS SACERDOTISAS DE AVALON



Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos. 

A terra sagrada das noviças devotadas à antiga Deusa, também chamada de Grande Mãe, foi palco de grandes acontecimentos na saga do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Avalon, a “ilha das maçãs”, ficava na Inglaterra, em um lago rodeado de juncos, envolta em uma fechada cortina de bruma. Depois que a neblina se abria, um barqueiro misterioso conduzia o visitante até o lugar sagrado. 

Viviane, a Senhora do Lago, liderava as donzelas que viviam em retiro devotado à Deusa. Mais tarde, foi sucedida pela fada Morgana, meia irmã do Rei Arthur. Segundo a lenda, uma mão surgida das águas do lago de Avalon presenteou-o com sua lendária espada Excalibur. 

O vale de Avalon encontrava-se envolto na paz das colheitas. A luz dourada era filtrada através das folhas da macieira, cintilando no fumo perfumado que subia ondulante do caldeirão e concedia uma iluminação suave aos véus das sacerdotisas




Nos tempos antigos, as bruxas escolhidas tinham a posição de Sacerdotisa da Lua. Nas regiões costeiras e nas ilhas, as bruxas também poderiam ser Sacerdotisas do Mar. 

O uso da água do mar era um aspecto importante na Magia Lunar. Pois se "carregava" a água e liberava-se essa carga através da evaporação.A lua é o ponto de foco da Terra. A Lua absorve, condensa e canaliza todas as forças que são recebidas pelo planeta. Aradia disse a seus discípulos para procurar pela Lua para qualquer propósito mágico. 

As mulheres são vistas como as que carregam a energia da Lua dentro delas. Os homens também têm isso, mas as mulheres têm uma ligação mais próxima. 

Uma Sacerdotisa, precisa está consciente de seu papel. uma Sacerdotisa precisa retomar o poder da Grande Mãe, a glória da grande provedora da vida.. Sabemos também do nosso poder, porque ao longo das eras não esquecemos a sacralidade de nossa existência ao nos identificarmos com a obra.


Esta é uma das descrições de iniciações mais lindas que já li:

Morgana fala...

Em vida,chamaram-me de muitas coisas: irmã, amante, sacerdotisa, maga, rainha. Na verdade cheguei agora a ser maga e poderá vir um tempo em que tais coisas devam ser conhecidas.Verdadeiramente, porém creio que os cristãos dirão a última palavra.

O Mundo das fadas afasta-se cada vez mais daquele em que Cristo predomina.Nada tenho contra Cristo,apenas contra os seus sacerdotes,que chamam a Grande Deusa de Demônio e negam o seu poder no mundo.Alegam que,no máximo esse poder foi de Satã.

Ou vestem-na com o manto azul da Senhora de Nazaré - realmente poderosa,ao seu modo, que,dizem,foi sempre virgem.Mas o que pode uma virgem saber das mágoas e labutas da humanidade?

E agora que o mundo está mudado e Artur - meu irmão,meu amante,rei que foi e rei que será - está morto(o povo diz que ele dorme) na ilha sagrada de Avalon, é preciso contas as coisas antes que os sacerdotes do Cristo Branco espalhem por toda parte seus santos e suas lendas.

Pois,como disse,o próprio mundo mudou.Houve um tempo em que um viajante, se tivesse disposição e conhecesse apenas uns poucos segredos,poderia levar sua barca para fora, penetrar o mar do Verão e chegar não ao Glastonbury dos monges,mas à ilha sagrada de Avalon; isso porque, em tal época, os portões entre os mundos vagavam com as brumas e estavam abertos, um após o outro, ao capricho e ao desejo do viajante.

Esse é o grande segredo , conhecido por todos os homens cultos de nossa época: pelo pensamento criamos o mundo que nos cerca,novo a cada dia.

E agora os padres, acreditanto que isso interfere no poder de seu deus, que criou o mundo para ser finitamente imutável, fecharam os portões (que nunca foram portões, exceto na mente dos homens), e os caminhos só levam à ilha dos padres, quer eles protegeram com o som dos sinos de suas igrejas, afastando todos os pensamentos de um outro mundo que vive nas trevas. Na verdade,dizem eles,se aquele mundo realmente existe, é propriedade de Satã e a porta do inferno,se não o próprio inferno.


Não sei o que o deus dele poder ter criado ao não.Apesar das histórias contadas, nunca soube muito sobre seus padres e jamais usei o negro de uma de suas monjas-escravas.Se os cortesãos de Artur em Camelot fizeram de mim este juízo, quando lá fui (pois sem usei roupas negas da Grande Mãe em seu disfarce de maga), não os desiludi. 

E na verdade, ao final do reinado de Artur, teria sido perigoso agir assim, e inclinei a cabeça a conveniência como nunca teria feito a minha grande senhora, Viviane Senhora do Lago, que depois de mim foi a maior amiga de Artur, para se transformar mais tarde em sua maior inimiga, também depois de mim.

A luta, porém, terminou. Pude finalmente saudar Artur, em sua agonia, não como meu inimigo e o inimigo de minha Deusa,mas apenas como meu irmão e como um homem que ia morrer e precisava da ajuda da Mãe, para qual todos os homens finalmente voltam. Até mesmo os sacerdotes sabem disso, com sua Maria sempre-virgem em seu manto azul, pos ela, na hora da morte, também se transforma na Mãe do Mundo.

E assim, Artur jazia enfim com a cabeça em meu colo, vendo-me não como irmã, amante ou inimiga, mas apenas como maga, sacerdotisa, Senhora do Lago; descansou, portanto, no peito da Grande Mãe, se onde nasceu, e para quem, como todos os homens tem de finalmente voltar. E talvez - enquanto eu guiava a barca que o levava, desta vez não a ilha dos padres, mas a verdadeira ilha sagrada no mundo das trevas, que fica além do nosso, para a ilha de Avalon,aonde agora poucos, além de mim, poderiam ir - ele estivesse arrependido da inimizade surgida entre nós.

Ao contar esta história, falarei por vezes coisas que ocorreram quando eu ainda era demasiado jovem para compreendê-las ou quando não estava presente.Meu leitor fará uma pausa e dirá,talvez: "Esta é a sua magia".Mas eu sempre tive o dom da Visão, de ver o interior da mente de homens e mulheres; e, durante todo esse tempo, estive perto de todos. Assim, por vezes, tudo o que pensavam era do meu conhecimento, de uma forma ou de outra. Por isso, contarei esta história.


Um vez também os padres a contarão, tal como a conhecem. Talvez entre as duas se possam perceber alguns lampejos de verdade.

O que os padres não sabem, com o seu Deus Uno e a sua Verdade Única, é que não existe história totalmente verdadeira. A verdade tem muitas faces e assemelha-se à velha estrada que conduz a Avalon; o lugar para onde o caminho nos levará depende da nossa própria vontade e de nossos pensamentos, e talvez, no fim, cheguemos à sagrada ilha da eternidade, ao aos padres, com seus sinos, sua morte, seu Satã e o inferno e danação...

Mas talvez eu seja injusta com eles. Até mesmo a Senhora do Lago, que odiava a batina do padre tanto quando teria odiado a serpente venenosa, e com boas razões, censurou-me certa vez por falar mal do deus deles.

Todos os deuses são um só Deus, disse ela, então como já dissera muitas vezes antes, e como eu repeti para minhas noviças inúmeras vezes, e como toda sacerdotisa, depois de mim, há de dizer novamente, "e todas as deusas são uma só Deusa, e há apenas um iniciador, E a cada homem a sua verdade, e Deus com ela."

Assim, talvez a verdade se situe em algum ponto entre o caminho para Glastonbury,a ilha dos padres, e o caminho de Avalon, perdido para sempre nas brumas do mar do Verão.

Mas esta é a minha verdade; eu, que sou Morgana, conto-vos estas coisas,Morgana, que em tempos mais recentes foi chamada Morgana, a Fada.

Selma - 3fasesdalua

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Laicidade e Ensino Religioso no Brasil


Além das operações matemáticas, das regras ortográficas e dos fatos históricos, os princípios e conceitos das principais religiões também devem ser discutidos em sala de aula. A Constituição Federal Brasileira determina que a oferta do ensino religioso deve ser obrigatória nas escolas da rede pública de ensino fundamental, com matrícula facultativa - ou seja, cabe aos pais decidir se os filhos vão frequentar as aulas.
Pesquisas recentes e ações na Justiça questionam a inclusão da religião nas escolas, já que, desde a Constituição Federal de 1890,o Brasil é um país laico, ou seja, a população é livre para ter diferentes credos, mas as religiões devem estar afastadas do ordenamento oficial do Estado.
Apesar da obrigatoriedade, ainda não há uma diretriz curricular para todo o país que estabeleça o conteúdo a ser ensinado, de maneira a garantir uma abordagem plural sem caráter doutrinário. Outro problema é a falta de critérios nacionais para contratação de professores de religião. Hoje, o país conta com 425 mil docentes, formados em diversas áreas.
O ensino religioso está presente no Brasil desde o período colonial, com a chegada dos padres jesuítas de Portugal para catequizar os índios.
Atualmente, de acordo com a Constituição, a disciplina deve fazer parte da grade horária regular das escolas públicas de ensino fundamental. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) definiu que as unidades federativas são responsáveis por organizar a oferta, desde que seja observado o respeito à diversidade religiosa e proibida qualquer forma de proselitismo ou doutrinação.
"Alguns historiadores que tratam da participação da religião na vida pública mostram que o ensino religioso foi uma concessão à laicidade à época da Constituinte. Havia uma falsa presunção de que religião era importante para a formação do caráter, da vida e dos indivíduos participativos e bons. Essa é uma presunção que discrimina grupos que não professem nenhuma religião. Isso foi uma concessão à pressão dos grupos religiosos", avalia a socióloga Debora Diniz, da Universidade de Brasília (UnB).
Debora é autora, junto com as pesquisadoras Tatiana Lionço e Vanessa Carrião, do livro Laicidade e Ensino Religioso, publicado no último semestre. O estudo investigou como o ensino religioso se configura no país e se as escolas garantem, na prática, espaços semelhantes para todos os credos, como preconiza a LDB. A conclusão é que não há igualdade de representação religiosa nas salas de aula. 
"Ele é um ensino cristão, majoritariamente católico, e não há igualdade de representação religiosa com outros grupos, principalmente os minoritários", destaca Debora.
Há mais de uma década acompanhando essa discussão, o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper) reconhece que há muitos desafios para garantir a pluralidade. Mas defende que o conteúdo é importante para a formação dos alunos.

"Nós vislumbramos, desde a LDB, que o ensino religioso poderia assumir uma identidade bastante pedagógica, que fosse de fato uma disciplina como qualquer outra e que a escola pudesse contribuir para o conhecimento da diversidade religiosa de modo científico. O professor, independentemente do seu credo, estaria ajudando os alunos a conhecer o papel da religião na sociedade e a melhorar o relacionamento com as diferenças", aponta o coordenador do Fonaper, Elcio Cecchetti.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o ensino religioso é oferecido apenas nas escolas estaduais. Nas unidades municipais, ainda não foi implantado, mas há um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Vereadores da capital fluminense que prevê a oferta nas cerca de mil escolas da rede, com frequência facultativa. A recepcionista Jussara Figueiredo Bezerra tem dois filhos que estudam em uma escola municipal da zona sul do Rio de Janeiro e acompanha com certo receio a discussão. Ela é evangélica e acredita que esses valores devem ser transmitidos em casa, pela família.
"Quem são os professores que vão dar as aulas de religião? Será que eles serão imparciais? Além disso, com tantas dificuldades e carências que o ensino público já enfrenta, por que gastar dinheiro com isso? Esses recursos poderiam ser usados de outra forma, para melhorar a estrutura já existente nas escolas. Quem quiser aprender mais sobre uma religião deve procurar uma igreja ou uma instituição religiosa", opina.
Para quem lida na ponta com os delicados limites dessa questão, torna-se um desafio garantir um ensino religioso que contemple as diferentes experiências e crenças encontradas em uma sala de aula. "Nós preferiríamos que a oferta do ensino religioso não fosse obrigatória porque a escola é laica e deve respeitar todas as religiões. O que a gente quer é que os dirigentes possam utilizar essas aulas com um proveito muito melhor do que a doutrinação, abordando o respeito aos direitos humanos e à diversidade e a tolerância, conceitos que permeiam todas as religiões", defende a presidenta da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho.
Atualmente, duas ações diretas de inconstitucionalidade (Adin) questionam a oferta do ensino religioso no formato atual e aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma delas foi proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e questiona o acordo firmado em 2009 entre o governo brasileiro e o Vaticano. O Artigo 11 desse documento, que foi aprovado pelo Congresso Nacional, determina que "o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental". Ao pautar o ensino religioso por doutrinas ligadas a igrejas, o acordo, na avaliação da PGR, afronta o princípio da laicidade.


[Fonte: Portal Terra]

Líder druida perde caso contra exumação em Stonehenge


Stonehenge é uma das maravilhas do mundo antigo mais famosas de todos os tempos. O curioso círculo de pedras estonteantemente grandes foi construído por volta de 3.000 a.C., como afirmam alguns estudiosos. Realizando pesquisas em 2008, arqueólogos da Universidade de Sheffield exumaram cerca de 50 corpos enterrados no local, na tentativa de entender para quê e o porquê dos círculos terem sido erguidos. Os corpos, segundo análises, são datados de cerca de 5 mil anos.
Entretanto pagãos britânicos, mais especificamente pertencentes ao Druidismo, são contra a exumação dos restos mortais, e estes entraram na justiça pedindo a devolução dos corpos ao seu jazigo. Liderando esse processo contra a ação dos arqueólogos está o líder druida e ex-militar King Arthur Pendragon, que trocou legalmente seu nome. Em entrevista a rede britânica BBC, este disse que teme que os corpos não retornem ao local onde foram encontrados e que ele fará o possível para que isso não aconteça.
Líder druida perdeu o processo na Justiça Britânica, e os corpos poderão ser estudados pelos cientistas da Universidade até o ano de 2015. Veja abaixo a matéria feita pela BBC sobre o caso.
       


Texto de Douglas Phoenix
Fonte: BBC Brasil

O Documentário "A Teia Pagã" é uma das atrações da Virada Multicultural


O Documentário "A Teia Pagã" relata o movimento neopagão no Brasil, focando no estado do Piauí. O documentário produzido por Rafael Nolêto.

Sinopse
Culto aos ciclos da natureza, práticas politeístas, rituais de magia e conexão com as energias cósmicas; todos esses elementos são característicos do paganismo, um conjunto de tradições religiosas que resgatam práticas de bruxaria e antigas crenças da Europa pré-cristã.


Na atualidade, as vertentes do paganismo, inclusive no Piauí, são difundidas e ganham fôlego com a ajuda da internet e das ferramentas virtuais. Foi essa curiosa temática que inspirou a produção de "A Teia Pagã", documentário do jornalista Rafael Nolêto, um vídeo onde são mostrados depoimentos de magos e bruxas reais, que vivem no Piauí e contam detalhes sobre suas crenças e práticas religiosas.

Fonte: Google

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A Grande Mãe


Sou a Grande Mãe, cultuada por toda a criação, e existo antes de sua consciência. 


Eu sou a força primordial feminina, ilimitada e eterna.

Eu sou a Deusa pura da Lua, a senhora de toda a magia.

Os ventos e as folhas que se deslocam cantam o meu nome.

Eu uso a lua crescente na testa, e meu apoio para os pés é o céu estrelado.

Eu sou os mistérios ainda não resolvidos, um caminho para reincidir.

Eu sou um campo intocado pelo arado.

Alegro os jovens pela minha existência.

Eu sou a Mãe Santíssima, a graciosa Senhora da colheita.

Eu estou vestida da maior pureza, nas frias profundezas da Terra e nos campos de ouro cheios de grãos.

Sob meu comando são regidas as marés da Terra, todas as coisas amadurecem de acordo com a minha temporada.

Sou o refúgio e a cura.

Eu sou a Mãe que dá vida, maravilhosamente fértil.

Adora-me como o Velho, o portador do ciclo da morte e renascimento.

Sou a roda das estações, a sombra da lua.

Governo as marés das mulheres e dos homens e dou alívio e renovação às almas cansadas.

Embora a escuridão da morte é o meu domínio, a alegria do nascimento é o meu presente.

Eu sou a Deusa da Lua, da Terra, dos mares.

Meu nome e meus pontos fortes são múltiplos.

Eu derramo paz, magia, poder e sabedoria.

Eu sou a eterna Donzela, a Mãe de tudo, e a Anciã das trevas, e eu vos envio bênçãos de amor sem limites.

Eu sou a Deusa!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MITOLOGIA NÓRDICA - A DEUSA FREYJA


Hoje - 15 de Outubro - nos países nórdicos comemora-seFreyja ou Freya, a deusa do amor e magia, condutora das almas para o mundo subterrâneo.

Freyja (Frija, Frowe, Frea, Fro, Vanadis, Vanabrudr, Mardöll, Hörn, Syr, Gefn) - “A Senhora”
Segundo Snorri Sturlurson ( historiador "1220"), Freyja era “a mais gloriosa e brilhante” das deusas nórdicas. Alguns autores consideravam Freyja e Frigga aspectos de uma mesma Deusa, porém, as diferenças são óbvias. Enquanto Frigga é a padroeira da paz e da vida doméstica protetora da família, Freyja é a regente do amor e da guerra, da fertilidade, da magia e da morte. Chamada de “Afrodite Nórdica”, Freyja era considerada “A Senhora” e seu irmão Freyr, “O Senhor”, ambos invocados para atrair a fertilidade da terra e a prosperidade das pessoas. Freyja filha da deusa da terra Nerthus e do deus do mar Njord, era uma das deusas Vanir, quer foram cedidas ao clã dos Aesir, juntamente com o pai e seus irmãos em acordo de paz entre os Vanir e os Aesir. Freyja foi descrita como sendo "a mais brilhante" das deusas nórdicas. Conhecida como " a senhora" enquanto seu irmão Frey era descrito como "o senhor", onde ambos eram invocados para atrair fertilidade e também para que as pessoas pudessem prosperar. A ela ainda eram atribuídas a regência do amor, da guerra, fertilidade, magia e morte.

É a Deusa mais importante e a mais conhecida. Ela é a irmã gêmea de Frey. Freya é uma Deusa que tem duas facetas. Primeiramente, ela é a Deusa do Amor, da Sexualidade e da Beleza, também é a Deusa da Guerra que recebe os heróis que morrem dos campos de batalha juntamente com Odin. Além de Deusa das Feiticeiras e da magia xamânica, conhecida com Seidhr. Apesar de Freya ser a Deusa do amor e da beleza, ela não é uma Deusa dependente e muito menos delicada, como as Deusa do amor de outros panteões.


Freyja era a Matriarca Ancestral do grupo de divindades Vanir, precursoras dos Aesir, as divindades patriarcais vindas da Ásia. Como dirigente das matriarcas ancestrais Afliae, as poderosas e das Disir, as avós divinas, Freyja tinha muitos atributos. Ela regia o amor, a fertilidade, a sexualidade, a Lua, o mar, a Terra, o mundo subterrâneo, o nascimento, a morte e a magia. Aparecia como uma deusa tríplice (virgem, mãe, anciã), como senhora dos gatos, dirigente das Vaquírias e condutora das almas dos guerreiros mortos em combate, das quais metade ia para seu reino e a outra metade para o palácio de Odin. Freyja era irmã e consorte do deus da fertilidade Frey, com quem formava o casal divino. “A senhora e o Senhor”, celebrado nos ritos de fertilidade com o “casamento sagrado”, a união sexual entre o rei do ano e da sacerdotisa da Deusa. 

Freyja era casada com Odr, habitava a planície de Folkvangr ("campo de batalha") em seu palácio chamado Sessrumnir ("muitos salões"), e cavalgava diariamente liderando as Valkirias na busca por almas nos campos de batalha, pois desde que havia ensinado a Odin a prática da magia seidhr, a deusa podia escolher os guerreiros que desejasse, recebia também as almas das mulheres, os demais pertenciam a Odin.

A senhora era cultuada por ser representante da feminilidade, do amor, do erotismo, da vida, da prosperidade e bem estar. Regia também as batalhas, as guerras e a coragem. Era a senhora também da magia, padroeira das profecias, das praticas xamânicas seidhr ou seidr. Freyja era a deusa nórdica mais conhecida, mais cultuada e seu nome deu origem a origem à palavra "FRU" que significa "mulher que tem domínio sobre seus bens" mais tarde sendo adotada e significando "mulher".



Freyja era dotada de uma exuberante beleza, com um incrível poder de sedução, possuía formas exuberantes, e aparecia sempre com os seios desnudos, com um manto de penas de falcão nos ombros e coberta por jóias. 

Dentre estas jóias se destaca o seu colar mágico chamado Brisingamen, que ela teria obtido dos quatro anões ferreiros. E alguns afirmam ser a jóia mais linda já forjada.
Certa vez Loki roubou este colar de Freyja a pedido de Odin. O deus travesso havia se transformado em uma pulga e picou o pescoço da deusa, assim ele teve que tirar o colar, para coçar a região, dando a Loki a possibilidade de roubar a jóia. Durante o tempo que Freyja ficou sem o seu colar, ela caiu em desespero, e a escuridão desceu sobre ela e sobre a terra, tornando tudo frio e escuro, o conhecido inverno. Para recuperar o seu colar ela deveria fazer concessões ao Aesir nas escolhas dos ganhadores das batalhas. Quando a deusa finalmente conseguiu reaver seu colar, tamanha era sua alegria, que enchia a tudo de luz, e calor, dando fim então ao inverno e iniciando a primavera. 
Nos países nórdicos, celebravam-se “As noites de inverno” marcando o início do inverno, o fim das atividades externas (caça, pesca, colheita) e os preparativos para a sobrevivência durante o inverno.
No País de Gales reverenciava-se Dwynwen ou Branwen, a deusa do amor, também conhecida como “A Vênus do Mar do Norte” ou “Lindos Seios Alvos”. Filha de Llyr, o deus do mar, ela era a padroeira dos namorados e regente da lua cheia. 





ORAÇÃO PARA FREYA

“Freya!
Senhora das Idisis,da Fertilidade,do Poder,do Amor e da Paixão,
Ajude-me a encontrar meu caminho!
Senhora da Mulheres, Deusa Suprema do Feminino, mostre-me a chave da Magia e Justiça!
Senhora dos Gatos e da Guerra, oriente-me nos momentos difíceis e me dê agilidade e coragem para superar meus obstáculos!
Senhora da Riqueza, dai-me energia pura e restauradora do teu Amor.
Minha alma e coração te pertencem e honrarei teu nome eternamente!
Em nome do Fogo, do Ar, da Terra e da Água,
Poderosa Rainha dos Vanir, mais bela e querida entre todas as Deusas,
Derrame suas bênçãos sobre mim!”.



ORAÇÃO CHEROKEE


"Compreender o mundo, explicá-lo, desprezá-lo, são coisas que poderão agradar aos grandes pensadores. Mas eu considero mais importante amar o mundo, não o desprezar, não o odiar nem me odiar, observá-lo, a mim e a todos os seres com amor e admiração e respeito" Hermann Hesse

Oração Cherokee

Eu caminho para dentro e para fora de muitos mundos.

Em minha mente, há muitas moradas.

Cada uma destas, criamos nós mesmos: a morada da raiva, a morada do desespero, morada da autopiedade, morada da indiferença, morada do negativo, morada do positivo, morada da esperança, morada da alegria, morada da paz, morada do entusiasmo, morada da cooperação, morada da doação.

Cada uma dessas moradas visitamos todos os dias.

Podemos permanecer em cada uma delas o tempo que quisermos.

Podemos abandonar cada uma dessas moradas mentais no momento que desejarmos.

Nós criamos a casa, nós ficamos na casa, nós saímos da casa quando bem quisermos.

Podemos criar novos aposentos, novas casas.

Quando entramos nestas moradas elas tornam-se nosso mundo até que a deixemos por outra.

Grande Espírito, ninguém pode determinar a morada que devo escolher entrar.

Ninguém tem o poder para isso, a não ser eu mesmo.

Permita-me que hoje eu escolha sabiamente.

domingo, 14 de outubro de 2012

Bruxaria uma religião de poesia, não de teologia


Nada lhe posso dar que já não existam em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma.
Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.
(HERMANN HESSE)



A palavra “Bruxa” possui tantas conotações negativas que varias pessoas perguntam por que usamos.
No entanto, recuperar a palavra “Bruxa” é recuperar o nosso direito, como as mulheres, de sermos poderosas; de conhecer o feminino presente no divino. Ser uma Bruxa é estar identificada com noves milhões de vitimas do fanatismo e do ódio e de sermos responsáveis por moldar um mundo no qual o preconceito não faça mais vitimas. Uma Bruxa é uma “moldadora”, uma criadora que dá forma e, portanto, torna-se uma sábia, cuja vida está impregnada de magia.

Contudo, para os Bruxos e Buxas, a Bruxaria, não passa de uma forma de vida, e esta é encarada como o culto à Deusa e ao Deus. Ela é caracterizada pela liberdade de pensamento e de vertentes de características bastante distintas, mas, entre elas existem muitos elementos em comum que podem ser apresentados.

Em diversas tradições de diversas partes do mundo e em diferentes épocas, encontramos a Bruxaria, acredita-se que desde a pré-história já se utilizava da Bruxaria como forma de vida. Desde os primórdios da Humanidade, o Homem temeu o poder do ar, da água, da terra e do fogo. Trovões, chuvas, vendavais, o mistério do fogo e da fertilidade da terra eram forças inexplicáveis que provinham de "deuses", de uma força além do alcance do Homem. O Homem integrou-se à Natureza. Precisou caçar, plantar, procriar. Entendeu que havia épocas de frio, de calor, em outras a semente germinava e o fruto amadurecia. O sol trazia calor, os ciclos da lua refletiam-se na Mulher. Do mistério do desconhecido e das forças da Natureza influenciando a vida dos homens surgiram as crenças em algo que transcendia a própria existência, na interação entre o Homem e algo muito maior.

A Bruxaria sempre foi uma religião de poesia, não de teologia.
Os mitos, as lendas e os ensinamentos são compreendidos como metáforas “Aquilo –Que-Não-Pode-Ser-Dito”, a realidade absoluta que as nossas mentes limitadas jamais conseguem aprender completamente. Os mistérios do absoluto nunca podem ser explicados, somente sentidos ou intuídos.




Quando falamos “dos segredos que não podem ser ditos”, não estamos querendo dizer, meramente, que regras nos impedem de nos expressarmos livremente. Queremos dizer que a sabedoria interior, literalmente, não pode ser expressa em palavras. Ela só pode ser transmitida através da experiência e ninguém pode determinar o que a outra pessoa poderá vir a ter de qualquer que seja a experiência.

A Antiga Arte retira os seus ensinamentos da natureza e inspira-se nos movimentos do Sol, da Lua e das estrelas, no vôo dos pássaros, no lento crescimento das arvores e nos ciclos das estações.

Quero compartilhar este texto retirado do livro A Dança Cósmica das Feiticeiras

“Se aquilo que busca não está dentro de você, nunca achará fora de si.”

“Quando necessitar de alguma coisa, uma vez no mês, e é melhor que seja quando a Lua estiver cheia, deverá reunir-se em algum local secreto e adorar o meu espírito que é a rainha de todos os sábios.
Você estará livre da escravidão e, como um sinal de liberdade, apresentar-se-á nu em seus ritos.
Cante, festeje, dance, faça musica e amor, todos em minha presença, pois meu é o êxtase do espírito e minha também é a alegria sobre a terra. Pois minha lei é a do amor pra todos os seres.
Meu é o segredo que abre a porta da juventude e minha é a taça do vinho da vida, que é o caldeirão de Ceridwen, que é o gral sagrado da imortalidade.
Eu concedo a sabedoria do espírito eterno e, além da morte, dou a paz e a liberdade e o reencontro com aqueles que se foram antes.
Nem tampouco exijo algum tipo de sacrifício, pois saiba, eu sou a Mãe de todas as coisas e meu amor é derramado sobre a terra”

Assim sempre foi
Assim sempre será
E que o circulo nunca se rompa!!!


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Santa da Gruta


Recebi este texto por E-mail e gostaria de compartilhar.
Não sei o nome do autor ou autora por isto não estou colocando o nome.
Será uma honra para mim se quem escreveu este texto me enviasse o seu nome para eu divulgar não só este texto como outros.
Se alguém souber o nome favor me avisar.


A SANTA DA GRUTA


Havia uma moça que sempre ia a um jardim publico onde havia uma gruta com a imagem de uma Santa. 

Um rapaz que trabalhava numa quitanda ali perto sempre a observava.
Ela chegava em frente a gruta ficava alguns momentos olhando a Santa depois ia sentar-se num banco um pouco distante, sombreado por arvores. 


A cada dia que o rapaz a via ficava mais intrigado. Certo dia tomou coragem, esperou ela se sentar no banco de sempre e se aproximou:
Boa tarde, posso me sentar?
A moça olhou em seus olhos por um instante e sorriu:
Fique a vontade.
O rapaz sentou-se. O lugar estava fresco, muito agradável.
Desculpe meu atrevimento, mas estou intrigado contigo.
A moça o olhou novamente e sorriu. 

Sempre a vejo vir aqui, parar em frente a Santa e depois vir sentar-se neste banco. O que me intriga é que nunca a vi fazer o sinal da cruz. Você não reza?
Sim. Eu rogo à Mãe toda vez que venho aqui, mas não faço o sinal da cruz porque não sou católica.
Então o que você é?
A moça lhe sorriu novamente e respondeu:
Sou pagã. Sou uma bruxa.
O rapaz arregalou os olhos 

Então eu não entendo. Se é uma bruxa porque vem orar num lugar com uma Santa católica?
Porque a minha Senhora é a mesma Nossa Senhora aparecida e todas as Santas dos católicos. A minha Senhora é a mesma Yemanjá dos umbandistas, e a mesma Deusa dos hindus...enfim... a minha Senhora são todas as Senhoras e todas as Deusas de todas as religiões.
Então você não tem uma religião!


A moça o olhou profundamente. 
Sim, eu tenho uma religião. Sou da Antiga Religião. Do tempo em que a face feminina de Deus era adorada, de uma época anterior ao cristianismo, onde a Deusa era venerada através da Natureza, através do plantio e das colheitas, através da vida e também da morte. Era em rituais que comemoravam as fases da Natureza, as épocas de trabalhar a terra e também de trabalhar a si mesmo. Nesta época as três faces da Deusa era adorada e compreendida, assim como seu consorte... 


Consorte? A Deusa era casada? moça deu uma gargalhada e o olhou com simpatia. O rapaz tinha um sorriso tímido nos lábios e interesse no olhar. 

Mais ou menos. Para mim tudo tem os dois lados. E ambos os lados são ao mesmo tempo opostos e complementares. O dia tem a noite, o frio tem o calor, o amor tem o ódio, o doce tem o salgado, o homem tem a mulher, a Deusa tem o Deus. Todas essas "coisas" não teriam sentido sem o seu par, o seu oposto e complementar, assim como o bem e o mal. E tudo precisa estar em equilíbrio, quando não estão causam, por exemplo o desequilíbrio que o homem causou a Natureza e então acontecem as catástrofes naturais, as mudanças climática atípicas, o desgelo dos icebergs, o efeito estufa...enfim causam mazelas ao próprio homem.
Você não parece bruxa! Bruxa faz feitiços, se veste de preto e é esquisita. Já conheci uma bruxa. 

A moça deu uma sonora gargalhada.
E quem te disse que eu não faço feitiços? Quem te disse que eu não me visto de preto? E quem te disse que eu não sou esquisita?
Você não tem jeito de quem faz feitiço para prejudicar alguém sempre a vejo com roupas coloridas e você não é esquisita. 

A concepção que você tem de que uma bruxa só faz feitiço pra prejudicar os outros foi incutida através do cristianismo, assim como a idéia de que toda bruxa tem parte com o diabo e coisas deste tipo. Na realidade feitiços e rituais nada mais são do que formas de impingi maiores poderes as nossas ações e entrar em contato com as divindades... 

Divindades?
Sim. Através de rituais entramos num contato maior com o Deus e a Deusa, com os elementos da Natureza, com a divindade dentro de nós mesmos...
Como assim divindade dentro de nos mesmos?
Acredito que somos parte da Deusa e sendo parte da Deusa, somos também deuses, somos fragmentos evoluindo para voltar a sermos o que sempre fomos: LUZ.


Não entendi... como é que alguém evolui pra ser o que era?
O ser humano foi originado da força maior...ou Deus, para que você entenda melhor.. só que essa centelha divina que deu origem ao homem foi encoberta por "camadas" e para que essa centelha divina entre em comunhão com a força suprema que a gerou é preciso atravessar essas camadas. E atravessa-las é o que eu chamo de Trilhar o Caminho. Como numa caminhada é preciso dar passo a passo, subir degrau por degrau, alcançar uma camada de cada vez... e para se alcançar cada camada é preciso melhorar-se interiormente, é preciso evoluir. São muitas camadas, muitas pequenas evoluções que em conjunto fazem a evolução suprema, ou seja, a Luz que temos em nos, a Luz que somos nós evolui através das camadas para integrar a Luz Maior...voltar a ser o que era antes das camadas. 


E quanto aos feitiços? Já ouvi dizer que usam sapos, cobras, morcegos e desculpe... Mas já ouvi dizer ate que fazem sacrifícios humanos! 

Os feitiços, poções, etc. são meios físicos que usamos para fortalecer nossos desejos. Por exemplo: Estou procurando um emprego. Então faço um feitiço. Uso incensos, ervas, objetos, palavras de poder, etc. tudo isso pra tornar mais forte dentro de mim esta busca, ficando mais forte dentro de mim, fica mais forte a minha volta e se faz uma sintonia para alcançar meu objetivo. Existem sim alguns feitiços que usam sapos e coisas do gênero, até porque a maioria deles é originado de muito tempo atrás, quando o homem utilizava todos os elementos da Natureza com mais consciência...mas tem muita coisa que só tem o nome de "escabroso"... tipo de repente você encontrar um feitiço que diz: "misture dois dentes de dragão..." ou " acrescente uma colher de baba de lobo...." ai você vai descobrir que essas coisas são ervas, plantas, pós concentrados, etc. 

Quanto a sacrifícios humanos... Infelizmente como em todas as religiões existem aqueles que se desvirtuaram no Caminho, que se perderam e tomaram o rumo errado. Que não compreenderam a verdadeira magia e utilizam meios totalmente deturpados para alcançar seus objetivos. Meios equivocados, diga-se de passagem, uma vez que se esquece as leis básicas que regem o Universo, como a Lei do Retorno, onde se tem consciência de que toda ação tem uma reação, de que tudo que se faz volta a si mesmo. Esquecem o principal mandamento de um verdadeiro feitiço: "Sem prejudicar ninguém, faça a sua vontade".


Entendo... Mas e quanto as roupas pretas, caldeirões, vassouras... 
Geralmente se usa roupa preta em rituais, mas isso não quer dizer que se esteja fazendo algo mal ou atraindo forças das trevas. A concepção de que o negro atrai e faz coisas ruins é outra "contribuição" cristã. O negro em muitos casos é utilizado como proteção, como uma espécie de bloqueio para as más energias. O caldeirão não usado como crêem alguns para "cozinhar criancinhas", essa é outra idéia incutida pelo cristianismo. O caldeirão representa o útero da Grande Mãe, representa o lugar onde tudo é gerado, por isso se utiliza o caldeirão em feitiços, poções, rituais... 


A vassoura, entre outras coisas, é utilizada para limpar o ambiente. "Varrer" as energias negativas de um local onde será realizado um ritual, por exemplo.
A moça parou para respirar o frescor da tarde, olhou o rapaz com um sorriso maroto nos lábios. 

Deixa eu responder sua ultima questão: " Bruxas serem esquisitas"
O rapaz sorriu e lhe disse com ternura:
Você não é esquisita. 

E o que é esquisito pra você?
Uma pessoa vestir-se de preto, usar símbolos pelo corpo..morar numa cabana dentro de uma mata? Esquisito é só um rotulo que as pessoas colocam em algo que não compreendem. Esquisito é alguém rotular algo que não tem conhecimento. Muitas pessoas achariam esquisita uma moça falar essas coisas a um rapaz que nem conhece. Achariam esquisitos os rituais, achariam esquisito o tipo de desprendimento em encarar a vida, acharia esquisito eu não me importar em ser considerada esquisita. Lamento te decepcionar... Mas sou esquisita aos olhos de muita gente. 

Mas não é esquisita pra mim.
A moça levantou-se, o rapaz também. Ela olhou profundamente em seus olhos:

Fico feliz - antes de virar-lhe as costas para ir embora, a moça o brindou com um cálido sorriso e disse:
Bênçãos Plenas.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Lenda / Mito de CuChulainn


Muitas das lendas irlandesas provêm de uma Cultura que remonta aos tempos pré-cristãos. Cultura essa que se manteve praticamente intacta pelo o fato dos Romanos nunca terem chegado a instalar-se na Irlanda e, consequentemente, o idioma ali falado não ter sido afetado pelo Latim. Também uma forte tradição oral e a existência de várias escolas druídicas permitiam passar, intactos, de geração em geração, ensinamentos e conhecimentos.
Quando, a partir do século V, o Cristianismo chegou à ilha, os copistas monarcais registraram não apenas as Sagradas Escrituras como também as antigas histórias irlandesas que tão bem conheciam.

Se existe algum herói irlandês comparável ao grego Héracles e que mereça ser lembrado por suas façanhas, este é sem dúvida o caso de Cuchulainn.. Suas aventuras, integradas dentro do que se conhece como o ciclo do Ulster, nos situam na Irlanda do primeiro século antes de Cristo e do primeiro século depois do nascimento de Jesus. A lenda sobre ele contém algumas das descrições mais interessantes que chegaram a nós referentes aos princípios vitais que animavam os celtas da época, inclusive devido a seus fortes sentidos religioso, social e humorístico.



No tempo em que Conchobar era rei do Ulster, nome dado a uma das quatro províncias históricas da Irlanda, seus capitães viram um bando de aves que se alimentavam das ervas da planície junto de Emuin Machae. Os guerreiros eram caçadores de aves e partiram nos seus carros perseguindo-as até onde quer que elas pudessem levar.

Dechtire tomou as rédeas do carro do seu irmão, o rei Conchobar e mais nove carros, partiram pela planície atrás das aves. Uma corrente de prata ligava as aves aos pares, e estas voavam e cantavam tão bem que os homens do Ulster se sentiam encantados.

Logo o entardecer aproximava-se e os homens procuraram um abrigo, pois estava a nevar. Foram bem recebidos numa cabana por um homem que lhes deu de comer e de beber, e, ao cair da noite, os homens do Ulster estavam bem ale­gres. O seu hospedeiro anunciou que a sua mulher estava prestes a dar a luz e pediu a Dechtire para ajudar. Os ho­mens trouxeram um par de potros da neve, e ofereceram ao menino que Dechtire estava a acariciar.

Na manhã seguinte, os homens des­pertaram e viram apenas o menino e os seus potros, pois as estranhas aves e a cabana tinham desaparecido; estavam exatamente a leste de Bruig. Regressa­ram a Emuin Machae, onde o rapaz cresceu e depois de alguns anos adoeceu e repentinamente e veio a falecer. Dechtire chorou amargamente a morte do seu filho adotivo. Então, pediu água e foi­-lhe dada uma tigela de cobre, mas sem­pre que a levava aos lábios uma pe­quena criatura saltava da água para a sua boca, nada vendo cada vez que olhava para a tigela.


Certo dia, o sono de Dechtire foi interrompido por um sonho do homem numa casa-fantasma. Ele disse­-lhe que a seu nome era Lugh, filho de Ethniu, que a tinha atraído a casa e que ela era agora portadora da semente do seu filho: o menino iria chamar-se Setenta (CuChulainn, pronuncia-se Cu-hu-lim) e receberia os dois potros que só a ele estavam destinados. 

Quando os homens de Ulster viram que Dechtire estava com a criança, perguntaram se o pai poderia ser o próprio Conchobar, pois o irmão e a irmã dormiam lado a lado. Mas, o rei livrou-se do embaraço, prometendo a sua irmã em casamento a Sualtam, filho de Roech.

No entanto, Dechtire sentia-se mortificada por ter que dormir com seu esposo, quando já trazia dentro si o filho de outro homem. Assim, numa noite que estava só, esmagou o bebê que tinha no ventre. Logo em seguida Dechtire engravidou de novo e nasceu CuChulainn, o filho de Sualtam.

CuChulainn foi um dos maiores heróis da mitologia e lenda Irlandesas era um guerreiro a serviço de Conchobhar, rei de Ulster, ficou muito conhecido por sua defesa solitária de Ulster. É dito que CuChulainn teria vivido no ano 1 A.C e contos sobre ele e outros heróis teriam sido escritos a partir do ano 700 D.C.
As aventuras de CuChulainn foram gravadas numa série de contos conhecido como circulo de Ulster (Ulster Cycle).


CuChulainn se apaixonou por Emer e a pediu em casamento. Emer insistiu que CuChulainn deveria provar seu valor realizando uma série de provas, então enviou-lhe para a Deusa da guerra Scatha. Cuchulainn teve que passar pela planície do azar, onde a grama corta os pés dos viajantes, teve que cruzar o Vale Perigoso onde animais perigosos vagavam. E Teve que cruzar também a ponte do abismo, essa ponte se curvava verticalmente, caso alguém tenta-se atravessá-la, CuChulainn com um grande salto, pulou no meio da ponte e deslizou para o outro lado.

Para agradecer seu treinamento, CuChulainn lutou contra Aife inimiga de Scatha e a mulher mais forte do mundo. Depois de derrota-la CuChulainn fez as pazes com ela, e ela lhe deu um filho de nome Cornila. Ao regressar para casa para reclamar sua noiva, CuChulainn salvou uma princesa e visitou o Submundo(mundo dos mortos). Voltando para casa CuChulainn, conseguiu sua maior vitória. Quando a rainha de Connacht Medb enviou um grande exército para roubar o Touro Castanho de Ulster (touro esse ganho por CuChulainn numa competição em Connacht sendo ele aclamado como herói), CuChulain os deteve sozinho pois ele era imune a maldição que enfraquecia todos os guerreiros. Diz a Lenda que o pai humano de CuChulainn (Sualtach Sídech ou Sualtaim) tinha o mesmo dom de imunidade a essa maldição que fora lançada por Macha, a deusa guerreira. Fala-se também que nas batalhas mais dificeis o deus Lugh, também pai de CuChulainn, ajudava-o e por vezes substituía-o em combate por até três dias.

CuChulainn conseguiu muitas vitórias no Ulster, mas também muitas vitórias tristes, num combate corpo a corpo matara seu filho Cornila descobrindo depois a identidade do mesmo. Durante outra batalha, ele foi forçado a lutar contra Ferdia seu amigo de infância que estava enfeitiçado com promessas de amor de Medb e provavelmente por Macha, ao matar o amigo cai de joelhos e regando o corpo do amigo com lagrimas considera aquilo uma perda irreparável. Conta a lenda que as sucessivas batalhas contra Medb e contra os feitiços de Macha o levariam ao declínio e posteriormente a morte.


Depois de ofender Morrigan, a deusa da morte e batalhas, ele foi convocado para lutar em um momento em que ele estava doente. No caminho para a batalha, ele teve uma visão de uma mulher lavando o corpo e armas de um guerreiro morto, e ele reconheceu o guerreiro como a si mesmo. Sabendo, então, que sua própria morte eraiminente, ele lutou bravamente. Quando ele estava fraco demais para ficar de pé, CuChulain se amarrou a um pilar para que ele pudesse morrer lutando em pé. Só depois que um corvo pousou em seu Ombro seus inimigos tiveram certeza da morte dele, pois ele matará todos que se aproximavam dele. Morreu aos 27 anos de idade.

As mais antigas narrativas de Morrígan estão nas histórias do "Ciclo do Ulster", onde ela tem uma relação ambígua com o herói CuChulainn. No Táin Bó Regamna (Invasão do gado em Regamain), ele a desafia, sem compreender o quê ela é, quando ela guia uma novilha por seu território, tornando-se seu inimigo. Ela profere uma série de ameaças, predizendo finalmente uma batalha próxima onde ele será morto. Ela diz, enigmaticamente: "Eu vigio sua morte".

No Táin Bó Cuailnge a Rainha Medb de Connacht comanda uma invasão ao Ulster para roubar o touro Donn Cuailnge. Morrígan surge ao touro na forma de um corvo, e o previne para fugir. CuChulainn defende o Ulster, travando no vau de um rio uma série de combates contra os campeões de Medb. Entre os combates, Morrígan lhe surge, com aparência de uma bela moça, oferecendo-lhe seu amor e auxílio na batalha - mas ele a rejeita. Como vingança ela interfere no seu próximo combate, primeiro assumindo a forma de uma enguia, fazendo-o tropeçar; depois, com a forma de um lobo, provocando um estouro da boiada, e finalmente como uma novilha que conduz o rebanho em fuga - tal como havia ameaçado em seu primeiro encontro. CuChulainn é ferido por cada uma das formas que ela assume mas, apesar disto, consegue derrotar seus oponentes. Ao final ela reaparece-lhe, como uma velha que trata-lhe os ferimentos causados por suas formas animais, enquanto ordenha uma vaca. Ela oferece a CuChulainn três copos de leite. Ele a abençoa por cada um deles, e suas feridas são curadas. 


Numa das versões sobre o conto da morte de CuChulainn, falando sobre como o herói enfrenta seus inimigos, diz-se que este encontra Morrígan como uma velha que lava sua armadura ensangüentada à margem do rio - um presságio de sua morte. Depois, mortalmente ferido, CuChulainn amarra-se a um pilar de pedra com suas próprias entranhas, para assim poder morrer em pé... somente quando um corvo (que também representa Morringan) pousa sobre seu ombro é que os inimigos acreditam que ele realmente está morto. 

Conta-se que apesar de ter aparêcia dócil e temperamento calmo, durante as batalhas Cuchulainn se transfigurava numa figura de fúria assassina a qual não diferenciava amigos de inimigos, sendo só acalmado quando ele voltava para sua terra onde era recebido por mulheres nuas que o banhavam com água gelada.

No entanto, e embora o herói Cuchulainn tivesse um deus por ascendente, ele próprio não era imortal e a epopéia do seu combate contra as hostes da malévola Maeve prossegue até que chega a um trágico final. O caso é que ainda o herói do Ulster tem que lutar contra outros guerreiros poderosos, aos quais Maeve transferiu a sua magia e as suas más artes. Entre estes destacará quem, com a sua ingente prole -segundo a lenda tinha vinte e sete filhos-, enfrenta Cuchulainn e lhe arrebata a sua lança mágica. Depois provoca-lhe graves feridas por onde brota muito sangue e o herói, que vê chegado o último momento para ele, decide atar-se com o seu cinto de couro a uma coluna para morrer em pé. Conta o relato que o seu cavalo se afastou, depois de o roçar com o seu focinho, daquele lugar, a todo o galope. Quanto a Emer, esposa do malogrado herói, morrerá desfeita em lágrimas sobre o cadáver de Cuchulainn. Já à beira da morte, ainda conseguiu partir com a sua poderosa espada o aço do inimigo que se aproximava para lhe cortar a cabeça, conseguindo assim não morrer decapitado.


CuChulainn hoje: A imagem de CuChulainn é invocada tanto por nacionalistas irlandeses quanto por unionistas do Ulster, em murais, poesia, literatura e outras formas de arte. Os nacionalistas irlandeses o vêem como o mais importante herói céltico irlandês e, por conseguinte, como o mais importante de toda a sua cultura. Uma escultura de CuChulainn agonizante feita por Oliver Sheppard foi colocada em frente aoGeneral Post Office de Dublin em comemoração à Revolta da Páscoa de 1916. Por contraste, os unionistas o vêem como o homem do Ulster que defende a província de seus inimigos do sul; por exemplo, um mural na Estrada Newtownards em Belfast Leste, ironicamente baseada na escultura de Sheppard, descreve-o como o "defensor do Ulster contra os ataques irlandeses". 

Na Associação Nacional dos Escoteiros da Irlanda, a mais alta condecoração é a Ordem de Cú Chulainn, que consiste numa fita comemorativa com um cão de caça pendente. O Serviço Naval Irlandês possuía um barco cujo nome fazia uma referência ao herói, o LÉ Setanta, que foi vendido em 1980.

As histórias de Cuchulainn são as do mesmo passado dos irlandeses, mas também dos escoceses, pois sua odisséia transcorre em ambos os territórios. Fazem parte de seu legado cultural e, por esse motivo, muitos avós que nunca estudaram formalmente o mito são capazes, ainda hoje, de relatar a seus netos com extraordinária vivacidade as aventuras e desventuras deste guerreiro - da mesma forma como a história foi contada um dia a eles por seus avós, geração após geração, numa cadeia que remonta mais de dois mil anos no tempo.



Descoberto Stonehenge Azul


Arqueólogos das universidades de Manchester, Sheffield e Bristol revelaram um desenho de como seria o segundo círculo de pedras semelhante ao Stonehenge e que foi descoberto . Segundo Julian Thomas, professor da Universidade de Manchester e co-director do projecto Stonehenge Riverside, este segundo monumento era, tal como o primeiro, composto por um círculo de pedras mas azuis, transportadas das montanhas galesas de Preseli há cerca de cinco mil anos. As pedras foram entretanto removidas, deixando para trás nove buracos.
Este novo círculo tem dez metros de diâmetro e era rodeado por uma vala. A equipa de investigadores acredita que o monumento original era composto por 25 pedras colocadas ao alto. Supõem ainda que as pedras marcavam o fim de um corredor que ligava o rio Avon ao Stonehenge, localizado a 2,8 quilómetros e que teria sido construído no final da Idade da Pedra ou período neolítico. O fosso em volta das pedras terá sido construído cerca de 2.400 anos a.C.

A descoberta pode confirmar uma teoria apresentada pelo projecto Stonehenge Riverside segundo o qual o rio Avon ligava o ‘domínio dos vivos’ – marcado por círculos de madeira e casas na parte de cima do rio, na aldeia neolítica de Durrington Wall (descoberta em 2005) – ao chamado ‘domínio dos mortos’ marcado pelo Stonehenge e por este novo círculo. A equipa aguarda que alguns objectos encontrados no local (usados na construção do próprio círculo) sejam analisados para apurar a data precisa do monumento descoberto.

Monumento descoberto está a 2,8 km do Stonehenge

Mike Parker Pearson, professor da Universidade de Sheffield e director do projecto, acredita que “o Stonehenge Azul era o local onde os mortos começavam a sua viagem final até ao Stonehenge”. Segundo aquele investigador, o Stonehenge era o maior espaço consagrado a enterros naquela altura. Supõe agora que “o círculo de pedras azuis seria o local onde as pessoas eram cremadas antes de as suas cinzas serem enterradas no Stonehenge”. Nos buracos deixados pelas pedras removidas do segundo círculo foram encontradas grandes quantidades de carvão, mostrando que naquele local foi queimada madeira.

Por seu turno Julian Thomas, professor da Universidade de Manchester e co-director, defende que as implicações da descoberta serão imensas e que aquela parte do rio Avon seria de enorme importância para as crenças religiosas e rituais funerários de quem construiu o Stonehenge. “As velhas teorias sobre o Stonehenge que não explicam a evidente importância do rio terão de ser repensadas”, salientou.
Fonte:Ciência Hoje

PARA A MÃE TERRA


“Abençoado seja o Filho da Luz 
que conhece sua Mãe Terra, 
pois é ela a doadora da vida. 
Saibas que a tua Mãe Terra está em ti e tu estás Nela. 
Foi Ela quem te gerou e que te deu a vida 
E te deu este corpo que um dia tu lhe devolvas. 
Saibas que o sangue que corre nas tuas veias 
Nasceu do sangue da tua Mãe Terra, 
o sangue Dela cai das nuvens, jorra do ventre Dela 
borbulha nos riachos das montanhas 
flui abundantemente nos rios das planícies. 
Saibas que o ar que respiras nasce da respiração da tua Mãe Terra, 
o alento Dela é o azul celeste das alturas do céu 
e os sussurros das folhas da floresta. 
Saibas que a dureza dos teus ossos foi criada dos ossos de tua Mãe Terra. 
Saibas que a maciez da tua carne nasceu da carne de tua Mãe Terra. 
A luz dos teus olhos, o alcance dos teus ouvidos 
nasceram das cores e dos sons da tua Mãe Terra 
que te rodeiam feito às ondas do mar cercando o peixinho. 
Como o ar tremelicante sustenta o pássaro 
em verdade te digo, tu és um com tua Mãe Terra 
ela está em ti e tu estás Nela. 
Dela tu nasceste, Nela tu vives e para Ela voltará novamente. 
Segue, portanto, as Suas leis 
pois teu alento é o alento Dela. 
Teu sangue o sangue Dela. 
Teus ossos os ossos Dela. 
Tua carne a carne Dela. 
Teus olhos e teus ouvidos são Dela também. 
Aquele que encontra a paz na sua Mãe Terra não morrerá jamais, 
conhece esta paz na tua mente 
deseja esta paz ao teu coração 
realiza esta paz com o teu corpo.” 
(Evangelho dos Essênios)

domingo, 7 de outubro de 2012

SABEDORIA CELTA II



Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente ódio. 
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
... Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a musica seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica só se sente.
Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que a estrada se abra à sua frente.
Que o vento sopre levemente às suas costas.
Que o sol brilhe morno e suave em sua face.
Que respondas ao chamado do teu Dom e encontre a coragem para seguir-lhe o caminho.
Que a chama da raiva te liberte da falsidade.
Que o ardor do coração mantenha a tua presença flamejante e que a ansiedade jamais te ronde.
Que a tua dignidade exterior reflita uma dignidade interior da alma.
Que tenhas vagar para celebrar os milagres silenciosos que não buscam atenção.
Que sejas consolado na simetria secreta da tua alma.
Que sintas cada dia como uma dádiva sagrada tecida em torno do cerne do assombro.
Que a chuva caía de mansinho em seus campos...
E, até que nos encontremos de novo.
Que os Deuses lhe guardem na palma de Suas mãos.
Que despertes para o mistério de estar aqui e compreendas a silenciosa imensidão da tua presença.
Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos.
Que recebas grande encorajamento quando novas fronteiras acenam.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.

SABEDORIA CELTA


Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer. 

Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.... 
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração. 
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda, que liga as almas afins. 
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa. 
(Sabedoria Celta)


Tesouro de moedas celtas encontrado na Suiça



                                    Moedas de prata de origem celta encontradas na Basileia, ao noroeste da Suiça.
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Um tesouro de 293 moedas celtas de prata foi descoberto em Fullinsdorf, no cantão da Basileia, ao noroeste da Suíça.   Primeiro foram algumas moedas apenas mal enterradas a poucos centímetros do solo.  Elas foram encontradas por um homem comum que trabalhava como olheiro de um sítio arqueológico.  Depois, tendo alertado a equipe responsável pelo sítio, foram descobertas mais moedas, quase trezentas ao todo, espalhadas por uma área de 50m², todas bem próximas à superfície.   Este achado é o maior número de moedas celtas já encontradas na Suiça.
Segundo Urs Wutrich, chefe do departamento de Cultura do país, trata-se da descoberta arqueológica mais importante já realizada na Suíça. “É o achado do século“.  As moedas foram, provavelmente, enterradas juntas. Cada peça tem cerca de um centímetro de diâmetro e apenas duas gramas. No total, pesam cerca de 500 gramas.
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As moedas são de um tipo conhecido como quinários, uma pequena moeda de prata valendo metade de um denário. Quando foram emitidas pela primeira vez em Roma, em 211 a.C., essas moedas foram denominadas quinário porque  tinham o valor de cinco as (o equivalente a 5 quilos de moedas de bronze). Quando foram reeditados em 101 a.C., ainda valiam metade de um denário, ainda que a reforma monetária tenha feito o denário valer 16 as.  Isso significa que em 101 a.C. o quinário valia oito as.
Os celtas usaram as moedas romanas como modelo, mas  modificaram os detalhes. Suas moedas são menores, apenas um centímetro de diâmetro e dois gramas de peso.  Os quinários romanos tinham uma figura de capacete de Pallas, depois  a imagem de uma Vitória no anverso, e os Dióscuros ( as entidades divinas dos gêmeos Castor e Pólux) a cavalo no verso.
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A versão celta também tem uma vitória de capacete no anverso, mas feito em estilo celta e um único cavalo celta no verso.  Essas moedas também tinham no verso escrito em grego, a palavra : KAΛETEΔOY, ou Kaletedou no alfabeto latino.
Existem dois tipos diferentes de quinários no tesouro,  uma moeda mais antiga e outra posterior, mas ambas com a palavra  Kaletedou.  Nós não sabemos quem ou o que ele representa, mas os arqueólogos acreditam que é um nome pessoal, provavelmente pertencente a um chefe gaulês. [NOTA da tradução: muitas das moedas gaulesas de origem celta, existentes no mercado numismático, têm essa palavra inscrita].
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Arqueólogos acreditam que as moedas encontradas na Suiça foram enterradas por volta de 80-70 a.C.  E que ainda que tenham sido encontradas espalhadas, elas provavelmente foram enterradas juntas, por alguém tentando escondê-las em local seguro. Não há evidência arqueológica de qualquer localidade ou estrutura em lugar próximo ao da descoberta. Mas sabemos que os celtas habitualmente enterravam seus bens para guardá-los, às vezes perto de um santuário, cuja divindade se tornava guarda permanente.
Atualmente não há como se saber o poder de compra dessas moedas de prata, bronze e ouro na área, naquela época, mas as evidências sugerem que economizar dinheiro acontecia com maior frequência nas áreas ao redor de centros urbanos.  Isso quase não acontecia nas aldeias agrícolas ou em áreas semi-urbanas, características da maioria dos assentamentos das tribos locais celtas.  Na área Füllinsdorf, quem estaria habitanto a região nesse período seriam os Rauraci, uma tribo cliente do helvécios, que  viveu do comércio intra-regional e internacional com os povos do Mediterrâneo.  Ela estava  bem estabelecida na área já no primeiro século a.C.
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Depois de 80 a.C., o comércio dessa região foi declinando, pois a área estava particularmente perturbada por guerras locais entre líderes tribais.  Havia pressão dos povos germânicos contra as forças invasoras de Roma.  Com isso a população começou a deixar as áreas menos povoadas em busca da segurança que as cidades fortificadas lhes davam.  Essa tensão crescente levou os helvécios, que habitavam o que hoje é a Suíça, a planejarem, junto com tribos celtas, uma migração em massa para a costa atlântica do que hoje é o território da França.  Isso aconteceu no ano 61 a.C.  Júlio César os impediu. E essa se tornou sua primeira vitória nas Guerras da Gália.


Fontes: Terra,

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