A luz começa a crescer menos, e o Deus começa sua jornada para o outro mundo. Este é o término da colheita, começada no Lughnasadh. Mais uma vez o dia e a noite são iguais, equilibrados assim que o Deus começa sua grande aventura para o desconhecido e começa o renascimento da Deusa.
A natureza decai, deixando-se pronta ao inverno, e parte para sua hora de descanso.
A Deusa inclina no Sol nascente, quando o fogo queima dentro de seu útero. Ela sente a presença do Deus mesmo que ele esteja diminuindo. É a colheita final. Agora, nós ficamos prontos para o Inverno chegar. É uma hora de equilíbrio.
Mabon é também o nome do Deus Celta galês da juventude e do amor, filho de Modron, Deusa da Terra e a Mãe Divina dos gauleses. Geralmente são estes os Deuses reverenciados neste festival pelos praticantes do Druidismo.
O Período Negro do ano se aproxima aos poucos. É uma data especial para invocarmos espíritos familiares, guardiões e antepassados, para pedir sua ajuda e aconselhamento no período mais negro da Roda em pouco tempo se fará presente.
Este é o segundo dos feriados da Colheita. A fraqueza do Deus já se faz sentir, e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto os estoques se enchem. Derrama-se leite sobre a TERRA para agradecer pela fertilidade e bondade da terra. Agora, nos fechamos, e nossos corações voltam-se para nós mesmos.
Esse sabbat , que ocorre entre o Primeiro festival da colheita (Lughnasadh) e o Ano novo pagão (Samhain), marca o início do outono, dia santo pagão de descanso da colheita e comemoração, uma época de agradecimento aos Deuses por tudo o que foi colhido e caçado.
Este é o dia de ação de graças do paganismo. Data onde os pagãos honram o Deus em seu aspecto de semente e a Grande Mãe em seu aspecto de Provedora.
É tradição reunir os amigos para um jantar, a fim de celebrar a fartura e comemorar as conquistas.
Será bom refletirmos sobre o que podemos fazer para conciliarmos os opostos ou aspectos de nossas vidas que estejam precisando de equilíbrio. É tempo de equilibrar luz e sombra, assim como mente, corpo e alma.
Dentro da Roda do Ano, este festival marca o último do calendário Celta, quando no próximo festival, em Samhain, iniciamos um novo ano.
Dentro do mito da Deusa, em Mabon, a Deusa, enquanto nos propicía a colheita, começa a sua descida para o submundo, entrando em seu período não fértil e se tornando A Sábia. O Deus está prestes a penetrar na escuridão, deixando apenas uma presença sutil.. Mesmo que não tenhamos aquele cenário clássico dos filmes e pinturas, das árvores amareladas, as folhas caídas formando um belo tapete no chão e o vento frio anunciando a proximidade do inverno, ainda assim amamos essa época.
Não temos esse cenário, mas temos as chuvas serenas, que pouco a pouco se intensificam, o céu nublado, que ainda assim não impede que a luminosidade e o calor do sol nos aqueçam, e o friozinho gostoso que fica depois de uma madrugada de chuva. Sem muito calor, mas também sem o dia inteiro de chuva, o outono para nós representa o equilíbrio. É como se a natureza mostrasse-nos sua face mais calma, mais serena e madura, e como se esse seu aspecto nos chamasse para fazer um momento de pausa, reflexão e descanso.
São as Sabedorias do povos antigos que estão ressurgindo.
Estamos resgatando o que outrora nos foi usurpado, buscando na nossa memória
ancestral toda a verdadeira religação, toda a verdadeira religião. Somos
livres, Bem-Amados, e assim como o Deus e a Deusa, somos eternos.
“Então, o último feixe era pregado a uma figura, um boneco de milho, representando o espírito que era planejado a morar. Este era, frequentemente, um animal, fortemente associado com a Deusa da Terra – a lebre, que poderia se esconder entre os grãos, era um animal favorito, óbvio. Na Cornualha ocidental o último Feixe ou pescoço era chamado de "penn-yar" (o pescoço da galinha). Mas em Gales a transformação da Deusa em uma égua era um tema tão importante e bem conhecido que a figura feita do último feixe era chamada "caseg fedi" (colheita da égua). Quando a boneca era uma figura humana, ela sempre era a representação da Deusa-Terra, como um agente da fertilidade ou da seca. Em partes da Escócia os dois aspectos eram muito claramente diferenciados: se a colheita era julgada como uma boa colheita, a figura era dita como sendo de uma mulher jovem (a Rainha da Colheita, a Deusa como um ser fértil e amigável), mas se a colheita tinha sido ruim, a boneca era chamada Cailleach (a velha infértil, hostil às necessidades humanas). A maioria das comunidades mantinham a figura por um ano inteiro, queimando-a ritualmente na conclusão da colheita seguinte, tão logo a nova boneca havia sido feita. Nesse meio tempo, ela seria guardada em um espaço significantemente relacionado com a terceira função: numa árvore (retornando parcialmente, para a Terra), em uma cozinha, na igreja (onde os instrumentos de colheita eram abençoados), ou entre o estoque de semente que era mantido para ser semeado na primavera seguinte, onde era esperado que fosse ensinar aos novos grãos o poder do crescimento, passando para alguns deles a sua essência.”
“A conclusão da colheita do grão era celebrada com uma festa na comunidade, o ancestral das festas da colheita doméstica - que ainda subsiste em áreas rurais, normalmente, como atos de agradecimento sob o auspício da paróquia. Na Cornualha isso era chamado de "Goeldheys" ou Festa das pilhas de palha. A boneca de milho, originalmente, presidia nestas festas como um convidado de honra. Em várias comunidades as cenouras - porque elas eram juntadas neste tempo - caracterizavam proeminentes como um ritual de comida; e na Escócia sua aparência fálica era invocada em magia de fertilidade, conforme as mulheres as desenterravam com espadas (associadas com simbolismo vaginal) enquanto cantavam:
Torcan torrach, torcan torrach
Sonas curran corr orm!
Micheal mil a bhi dha’m chonuil
Bríde gheal dha’m chòmhnadh.
Piseach linn gach piseach,
Piseach dha mo bhroinn;
Piseach linn gach piseach,
Piseach dha mo chloinn!
Fértil fenda, fértil fenda
Que a boa fortuna das cenouras pontudas esteja sobre mim!
Bravo Michael [i.e. Lugh] vai me doar,
Brilhante Brigit irá me ajudar.
O aumento de uma geração seja cada aumento,
Aumento para meu útero,
Aumento de uma geração seja cada aumento,
Aumento para minhas crianças!”
“Depois do recolhimento da colheita o ano pode ser dito como vindo para seu próprio "clabhsúr" (encerramento), tanto em termos da relação da Tribo/Terra no ciclo agrícola quanto em termos do ciclo "samos/giamos" dentro da Terra. Com o equinócio a escuridão, novamente, ganha o controle, a energia "giamos" fica ainda mais proeminente nos ritmos diários do mundo natural e as energias da Tribo humana, devem lutar para se realinharem com a mudança da ordem das coisas. O próprio ato de recolhimento, de se voltar para o interior é a característica principal do "giamos" (como oposto à qualidade expansiva e mudança externa de "samos"), e uma vez as atividades de coleta e armazenamento da colheita tenha sido completada, a estação da escuridão pode se estabelecer completamente, presenteando o mundo com um período necessário de inação, contemplação e descanso.”