quarta-feira, 31 de julho de 2013

Quem eram os Cavaleiros Templários?



A ORDEM DOS POBRES CAVALEIROS DE CRISTO E DO TEMPLO DE SALOMÃO (em latim "Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici"), mais conhecida comoORDEM DOS TEMPLÁRIOS, ORDEM DO TEMPLO (em francês "Ordre du Temple" ou "Les Templiers") ou CAVALEIROS TEMPLÁRIOS(algumas vezes chamados de: Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, etc).

Foi uma das mais famosas Ordens Militares de Cavalaria. A organização existiu por cerca de dois séculos na Idade Média, fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista.

Os seus membros fizeram voto de pobreza e castidade para se tornarem monges e tal como os padres católicos nos dias de hoje, praticavam a sodomia entre eles. Usavam seus característicos mantos brancos com a cruz vermelha de malta, e seu símbolo passou a ser um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local de sua sede (a mesquita Al-Aqsa no cume do monte onde existira o Templo de Salomão em Jerusalém) e do voto de pobreza e da fé em Cristo surgiu o nome "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão".

O sucesso dos Templários esteve vinculado ao das Cruzadas. Quando a Terra Santa foi perdida, o apoio à Ordem reduziu-se. Rumores acerca da cerimônia de iniciação secreta dos Templários criaram desconfianças, e o rei Felipe IV de França profundamente endividado com a Ordem, começou a pressionar o Papa Clemente V a tomar medidas contra eles.

Em 1307, muitos dos membros da Ordem em França foram detidos e queimados em estacas. Em 1312, o Papa Clemente dissolveu a Ordem. O súbito desaparecimento da maior parte da infra-estrutura europeia da Ordem deu origem a especulações e lendas, que mantém o nome dos Templários vivo até os dias atuais.


HISTÓRIA

A Ordem foi fundada por Hugo de Payens, com o apoio de mais 8 cavaleiros e do novo rei de Jerusalém de nome Balduíno II, após a Primeira Cruzada em 1118 com a finalidade de proteger os peregrinos que tentassem chegar em Jerusalém, porém eram vítimas de ladrões, e a Terra Santa dos ataques dos muçulmanos mantendo os reinos cristãos que as Cruzadas haviam fundado no Oriente.

Oficialmente aprovada pela Igreja Católica por meio do papa Honório II em torno de 1128, ganhando isenções e privilégios, dentre estes, o lider teria o direito de se comunicar diretamente com o papa. A Ordem tornou-se uma das favoritas da caridade em toda a cristandade e cresceu rapidamente tanto em membros quanto em poder. Estavam entre as mais qualificadas unidades de combate nas Cruzadas e os membros não-combatentes da Ordem geriam uma vasta infra-estrutura econômica, inovando em técnicas financeiras que constituíam o embrião de um sistema bancário e erguendo muitas fortificações por toda a Europa e a Terra Santa.

A regra dessa ordem religiosa de monges guerreiros (militar) foi escrita por São Bernardo. A sua divisa foi extraída do livro dos Salmos: "Non nobis Domine, non nobis, sed nomine Tuo ad gloriam" (Sl. 115,1) que significa "Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória".

O seu crescimento vertiginoso, ao mesmo tempo que ganhava grande prestígio na Europa, deveu-se ao grande fervor religioso e à sua incrível força militar. Os Papas guardaram a ordem acolhendo-a sob sua imediata proteção, excluindo qualquer intervenção de qualquer outra jurisdição fosse ela secular ou episcopal. Não foram menos importantes também os benefícios temporais que tal Ordem recebeu dos Soberanos da Europa.

A primeira sede dos Cavaleiros Templários, aMesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, o Monte do Templo. Os Cruzados chamaram-lhe de o Templo de Salomão, como ele foi construído em cima das ruínas do Templo original e foi a partir desse local que os cavaleiros tomaram seu nome de Templários.


As Cruzadas foram guerras proclamadas pelo papa, em nome de Deus, e travadas como se fossem uma iniciativa do próprio Cristo para a recuperação da propriedade cristã ou em defesa da Cristandade. A Primeira Cruzada foi pregada pelo papa Urbano II, no Concílio de Clermont, em 1095. A sua justificativa tinha como fundamento a recuperação da herança de Cristo, restabelecer o domínio da Terra Santa e a protecção dos cristãos contra o avanço dos veneradores do Islã. Esta dupla causa foi comum a todas as outras expedições contra as terras pertencentes aos reinos de Alá e, desde o princípio, deram-lhes o caráter de peregrinações.

As cruzadas tomaram Antioquia (1098) e Jerusalém (1099), estabelecendo o principado de Antioquia, o condado de Edessa e Trípoli, e o Reino Latino de Jerusalém, os quais sobreviveram até 1291. A esta seguiram-se a Segunda Cruzada, (1145-48) e a Terceira, (1188-92) no decorrer da qual, Chipre caiu sob domínio latino, sendo governada por europeus ocidentais até 1571. A Quarta Cruzada (1202- 04) desviou-se do seu curso, atacou e saqueou Constantinopla (Bizâncio), estabelecendo domínio latino na Grécia. A Quinta Cruzada (1217- 21) foi a primeira do rei Luís IX da França. Contudo, houve também um grande número de empreendimentos menores (1254 -91), e foram estes que se converteram na forma mais popular de cruzada.

O poder da Ordem tornou-se tão grande que, em 1139 , o papa Inocêncio II emitiu um documento declarando que os templários não deviam obediência a nenhum poder secular ou eclesiástico, apenas ao próprio papa.

Um contemporâneo (Jacques de Vitry) descreve os Templários como "leões de guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos".

Levando uma forma de vida austera não tinham medo de morrer para defender os cristãos que iam em peregrinação a Terra Santa. Como exército nunca foram muito numerosos, aproximadamente não passavam de 400 cavaleiros em Jerusalém, no auge da Ordem, mesmo assim foram conhecidos como o terror dos maometanos. Quando presos rechaçavam com desprezo a liberdade oferecida a preço de apostatarem (negação da Fé cristã).


CRESCIMENTO DA ORDEM E A PERDA DA SUA MISSÃO

Com o passar do tempo a ordem ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder político, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente.

Também começaram a ser admitidas na ordem, devido à necessidade de contingente, pessoas que não atendiam aos critérios que eram levados em conta no início. Logo, o fervor cristão, a vida austera e a vontade de defender os cristãos da morte deixaram de ser as motivações principais dos cavaleiros templários.

A RIQUEZA DA ORDEM ATRAI A COBIÇA DO ESTADO E DA IGREJA CATÓLICA

Felipe IV, o Belo (foto abaixo), de França pensou em apropriar-se dos bens dos Templários, e por isso havia posto em andamento uma estratégia de descrédito, acusando-os de heresia e sodomia.

A ordem de prisão foi redigida em 14 de Setembro de 1307, no dia da exaltação da Santa Cruz, e no dia 13 de Outubro de 1307 (uma sexta-feira) o rei obrigou o comparecimento de todos os templários da França. Os templários foram encarcerados em masmorras e submetidos a torturas para se declararem culpados de heresia e sodomia, no pergaminho redigido após a investigação dos interrogatórios, no Castelo de Chinon, no qual Filipe IV de França (Felipe, o Belo), influenciado por Guilherme de Nogaret havia prendido ilicitamente o último grão-mestre do Templo e alguns altos dignitários da Ordem.

O Pergaminho de Chinon atesta que o Papa Clemente V, absolveu os templários, das acusações de heresia, evidenciando, assim, que a queda histórica da Ordem deu-se por causa da perda de sua missão e de razões de oportunismo político.

Da perda de sua missão caracterizada não mais por uma vida austera, como no inicio da ordem, se aproveitou Felipe, o Belo, para se apoderar dos bens da Ordem, acusando-a de ter se corrompido. Ele encarcerou os Superiores dos Templários, e, depois de um processo iníquo, os fez queimar vivos, pois obtivera deles confissões sob tortura, que depois foram consideradas nulas pelas leis da Igreja e da Inquisição, bem como pelos Concílio de Vienne(França) em 1311 e Concílio regional de Narbona (França) em 1243.


DA SENTENÇA DO PAPA CLEMENTE V AOS NOSSOS DIAS

O chamado "Pergaminho de Chinon" ao declarar que Clemente V absolveu a Ordem das acusações de heresia, e que deu a absolvição ao último grã-mestre, Jacques de Molay, e aos demais cavaleiros, suscitou a reação da monarquia francesa, de tal forma que obrigou o papa Clemente V à uma discussão ambígua, sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, pela bula Vox in excelso, a qual declarava que o processo não havia comprovado a acusação de heresia.

Após a descoberta nos Arquivos do Vaticano, da ata de Chinon, assinada por quatro cardeais, declarando a inocência dos Templários, sete séculos após o processo, o mesmo foi recordado em uma cerimónia realizada no Vaticano, a 25 de outubro de 2007, naSala Vecchia do Sínodo, na presença de Monsenhor Raffaele Farina, arquivista bibliotecário da Santa Igreja Romana, de Monsenhor Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto do Vaticano, de Marco Maiorino, oficial do Arquivo, de Franco Cardini, medievalista, de Valerio Manfred, arqueólogo e escritor, e da escritora Barbara Frale, descobridora do pergaminho e autora do livro "Os templários".

A destruição da Ordem do Templo propiciou ao rei francês não apenas os tesouros imensos da Ordem (que estabelecera o início do sistema bancário), mas também a eliminação do exército da Igreja, o que o tornava senhor e rei absoluto, na França.
Nos demais países a riqueza da ordem ficou com a Igreja Católica.

Na sua pira, De Molay teria desafiado o rei e o Papa a encontrá-lo novamente diante do julgamento de Deus antes que aquele ano terminasse - apesar deste desafio não constar em relatos modernos da sua execução. Felipe, o Belo, e Clemente V de fato morreram ainda no ano de 1314. Esta série de eventos formam a base de "Les Rois Maudits" ("Os Reis Malditos"), uma série de livros históricos de Maurice Druon. Ironicamente, Luís XVI de França (executado em 1793) era um descendente de Felipe O Belo e de sua neta, Joana II de Navarra.

Afirma-se ainda que, quando a cabeça do rei caiu na cesta da guilhotina, um homem não identificado se aproximou, mergulhou a mão no sangue do monarca, sacudindo-a no ar e gritou: "Jacques de Molay, fostes vingado!


A ORDEM DO TEMPLO E A HISTORIOGRAFIA

O fato de nunca ter havido uma oportunidade de acesso aos documentos originais dos julgamentos contra os templários motivou o surgimento de muitos livros e filmes, com grande repercussão pública, porém, sem nenhum embasamento histórico. Por este mesmo motivo, muitas sociedades secretas, como a Maçonaria, se proclamam "herdeiras" dos templários.

A obra, publicada pela Biblioteca Vaticana: "Processus contra templários", restaura a verdade histórica sobre Os Cavaleiros da Ordem do Templo, conhecidos como templários, cuja existência e posterior desaparecimento foram motivo de numerosas especulações e lendas.

Os Pergaminho de Chinon são relativos ao processo contra os templários, realizados sob o pontificado do Papa Clemente V, cujos originais são conservados no Arquivo Secreto do Vaticano. O principal valor da publicação reside na perfeita reprodução dos documentos originais do citado processo e nos textos críticos que acompanham o volume; explicam como e por que o pontífice Clemente V absolveu os Templários da acusação de heresia e suspendeu a Ordem sem dissolvê-la, reintegrando os altos dignitários Templários e a própria Ordem na comunhão da Igreja. A destruição do arquivo central dos Templários (que estava na Ilha de Chipre) em 1571 pelos otomanos, tornou-se o principal motivo da pequena quantidade de informações disponíveis e da quantidade enorme de lendas e versões sobre sua história. Os Templários tornaram-se, assim, associados a lendas sobre segredos e mistérios, e mais rumores foram adicionados nos romances de ficção populares, como Ivanhoe, O Pêndulo de Foucault, e O Código Da Vinci, filmes modernos, tais como "A Lenda do Tesouro Perdido" e "Indiana Jones e a Última Cruzada", bem como jogos de vídeo, como Broken Sword e Assassin's Creed.

Uma das versões faz ligação entre os Templários e uma das mais influentes e famosas sociedades secretas, a Maçonaria.

Historiadores acreditam na separação dos Templários quando a perseguição na França foi declarada. Um dos lugares prováveis para refúgio teria sido a Escócia. Onde apenas dois Templários haviam sido presos e ambos eram ingleses. Embora os cavaleiros estivessem em território seguro, sempre havia o medo de serem descobertos e considerados novamente como traidores. Por isso teriam se valido de seus conhecimentos da arquitetura sagrada e assumiram um novo disfarce para fazerem parte da maçonaria (texto do livro Sociedades Secretas - Templários, editora Universo dos Livros).

Para reforçar essa tese há o fato de várias catedrais e construções góticas apresentarem uma variedade de figuras místicas gravadas nas paredes nos templos maçons que lembram símbolos usados pelos Templários.


Muitas das lendas dos Templários estão relacionadas com a ocupação precoce pela Ordem do Monte do Templo em Jerusalém e da especulação sobre as relíquias que os templários podem ter encontrado lá, como o Santo Graal ou a Arca da Aliança. No entanto, nos extensos documentos da inquisição dos Templários nunca houve uma única menção de qualquer coisa como uma relíquia do Graal, e muito menos a sua posse, por parte dos Templários. Na realidade, a maioria dos estudiosos concorda que a história do Graal era apenas isso, uma ficção que começou a circular na época medieval.

O tema das relíquias também surgiram durante a Inquisição dos Templários, como documentos diversos dos julgamento referem-se a a adoração de um ídolo de algum tipo, referido em alguns casos, um gato, uma cabeça barbada, ou, em alguns casos, a Baphomet. Essa acusação de idolatria contra os templários também levou à crença moderna por alguns de que os templários praticavam bruxaria, além da sodomia (homossexualismo).

Além de possuir riquezas (ainda hoje procuradas) e uma enorme quantidade de terras na Europa, a Ordem dos Templários possuía uma grande esquadra. Os cavaleiros, além de temidos guerreiros em terra, eram também exímios navegadores e utilizavam sua frota para deslocamentos e negócios com várias nações. Devido ao grande número de membros da Ordem, apenas uma parte dos cavaleiros foram aprisionados (a maioria franceses). Os cavaleiros de outras nacionalidades não foram aprisionados e isso os possibilitou refugiar-se em outros países. Segundo alguns historiadores, alguns cavaleiros foram para Escócia, Suiça, Portugal e até mais distante, usando seus navios. Muitos deles mudaram seus nomes e se instalaram em países diferentes, para evitar uma perseguição do rei e da Igreja.

O desaparecimento da esquadra é outro grande mistério. No dia seguinte ao aprisionamento do cavaleiros franceses, toda a esquadra zarpou durante a noite, desaparecendo sem deixar registros. Por essa mesma data, o Rei Português D. Dinis nomeava o primeiro almirante Português de que há memória, apesar de Portugal não ter armada; por outro lado, D. Dinis evitava entregar os bens dos Templários à Igreja e consegue criar uma nova Ordem de Cristo com base na Ordem Templária, adotando para símbolo uma adaptação da cruz orbicular Templária; levantando a dúvida de que planeava apoderar-se da armada Templária para si. Todas as caravelas portuguesas tinham nas suas velas o simbolo dos templários, a cruz, comprovando com certeza a tese que o domínio dos mares e as grandes navegações portuguesas se originaram com o exílio de alguns templários em Portugal, que inclusive financiaram as incursões no Atlântico, atingindo as Indias e o Brasil.

Um dado interessante relativo aos cavaleiros que teriam se dirigido para Suiça, é que antes desta época não há registros de existência do famoso sistema bancário daquele país. Até hoje utilizado e também discutido. Como é sabido, no auge de sua formação, os cavaleiros da Ordem desenvolveram um sistema de empréstimos, linhas de crédito, depósitos de riquezas que na sua época já se assemelhava bastante aos bancos de hoje. É possível que foram os cavaleiros que se refugiaram na Suiça que implantaram o sistema bancário no lugar e que até hoje é a principal atividade do país.

Fonte: LIVRO O ÚLTIMO TEMPLÁRIO


ALGUNS VÍDEOS 




Os Cavaleiros Templários - I



Os Cavaleiros Templários - II



A ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS


terça-feira, 30 de julho de 2013

Verdades E Misterios Do Código Da Vinci / - ( Dublado)

Foto: Reprodução

Capela Rosslyn, cujo mistério está descrito no livro 'O Código Da Vinci´(Foto: Reprodução)


A igreja escocesa que aparece no romance best-seller "O Código Da Vinci" revelou outro mistério oculto por quase 600 anos.

Pai e filho que ficaram fascinados pelos símbolos gravados nos arcos da capela disseram ter decifrado uma partitura musical escondida ali.


Thomas Mitchell, um músico de 75 anos e ex-criptógrafo da Força Aérea Real, e seu filho Stuart, compositor e pianista, descreveram a peça como "música congelada".

"A música foi congelada no tempo pelo simbolismo", escreve Mitchell em seu site (clique aqui pra ver o site, em inglês), que traz detalhes do projeto de 27 anos para decifrar o código da capela.

Para ele, "era só questão de tempo até que o simbolismo começasse a se revelar e a fazer sentido para a percepção científica e musical".

A Capela Rosslyn, do século 15, que fica a cerca de 11 quilômetros ao sul da capital escocesa, Edimburgo, aparece na última parte do livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown.

Stuart Mitchell disse que ele e o pai ficaram intrigados pela gravação nos arcos da capela, onde há 13 anjos músicos e 213 cubos que formam padrões geométricos.

"Eles são tão lindos e tão finamente detalhados que pensamos que poderia haver uma mensagem ali", afirmou Stuart à agência Reuters.

Anos de pesquisa levaram os Mitchell até um antigo sistema musical chamado cimática, ou padrão Chladni, formado por ondas sonoras em afinações específicas.

Os dois homens ligaram cada padrão dos cubos gravados a uma afinação Chladni, e finalmente puderam descobrir a melodia. Os Mitchell batizaram a peça de "O Moteto de Rosslyn" e a completaram com a letra de um hino contemporâneo.

Eles também já agendaram uma estréia mundial na capela, em 18 de maio, quando quatro cantores acompanhados por oito músicos interpretarão a peça usando instrumentos medievais.

Simon Beattie, do Fundo da Capela Rosslyn, disse ter ficado felicíssimo com a solução do mistério e intrigado com a música. "Não é algo que você vai ouvir no carro, mas certamente é uma peça interessante. Tem uma sonoridade medieval", afirmou.



Best-seller

O livro de Dan Brown já vendeu mais de 15 milhões de exemplares em todo o mundo e deu certa fama à capela Rosslyn.

Antes do lançamento da obra, a pequena capela, construída em 1446, recebia cerca de 9 mil turistas por ano. Em 2003, o templo registrou 38 mil turistas e no ano seguinte foram 68 mil. Em 2005, estima-se que o número de visitantes passou de 100 mil pessoas.

O livro virou filme no ano passado, estrelado por Tom Hanks e Audrey Tatou.

Outros lugares importantes para o desenrolar do romance, como o Museu do Louvre e a Igreja dos Templários de Londres, também registraram um aumento do número de visitantes movidos pela curiosidade da leitura.



Código da Vinci Decodificado

O Martelo Das Bruxas - VIDEO



O Martelo das Bruxas ou O Martelo das Feiticeiras (título original em latim: Malleus Maleficarum) é uma espécie de manual de diagnóstico para bruxas, publicado em1487, dividindo-se em três partes: 

Primeira ensinava os juízes a reconhecerem as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes; 

Segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os; 

Terceira regrava as formalidades para agir "legalmente" contra as bruxas, demonstrando como processá-las, inquiri-las, julgá-las e condená-las. Institoris e Sprenger oferecem um guia passo a passo sobre como conduzir o julgamento de uma bruxa, desde a reunião de provas até o interrogatório (incluindo técnicas de tortura). Mulheres que não choravam durante o julgamento eram automaticamente consideradas culpadas de bruxaria.

FONTE: LIVRO MARTELO DAS BRUXAS

Segredos de Maria Madalena

Foto: Maria Madalena em sua dedicação e envolvimento com o Sagrado Feminino estava profundamente ciente da irmandade mística, entre Vênus, a Lua e a Terra e seus ecos na alma são uma sinfonia rara que reúne as três esferas, seu número é nove, a expressão final do três, embora esteja também associada ao poderoso número oito. O número oito é, dessa forma uma expressão perfeita do papel de Maria, sua grande incumbência. Ela incorpora o dever de ensinar e inspirar as pessoas do plano terreno a encontrarem seu ponto de equilíbrio sagrado entre a realidade física e a espiritual da consciência.

(Ensinamentos Ocultos de Maria Madalena - Nova Era)

Maria Madalena tornou-se a líder dos Gnósticos, competente e respeitada, até que o Apóstolo Paulo proibiu a participação das mulheres na Igreja para liderar, oficiar ou ensinar, transformando a igreja aberta de Jesus em uma instituição patriarcal e exclusiva.
Madalena foi morar na França, perto de Marselha.


Lá se estabeleceu em uma gruta, levando uma vida eremita, curando e ajudando pessoas.
A gruta onde Maria Madalena morava costumava abrigar antigos rituais de fertilidade dedicados à Deusa.

Foto: 22 de Julho - dia de MARIA MADALENA

Antiga celebração de Maria Madalena, na França.

Maria Madalena tornou-se a líder dos Gnósticos, competente e respeitada, até que o Apóstolo Paulo proibiu a participação das mulheres na Igreja para liderar, oficiar ou ensinar, transformando a igreja aberta de Jesus em uma instituição patriarcal e exclusiva.
Madalena foi morar na França, perto de Marselha.
Lá se estabeleceu em uma gruta, levando uma vida eremita, curando e ajudando pessoas.
A gruta onde Maria Madalena morava costumava abrigar antigos rituais de fertilidade dedicados à Deusa

Maria Madalena em sua dedicação e envolvimento com o Sagrado Feminino estava profundamente ciente da irmandade mística, entre Vênus, a Lua e a Terra e seus ecos na alma são uma sinfonia rara que reúne as três esferas, seu número é nove, a expressão final do três, embora esteja também associada ao poderoso número oito. O número oito é, dessa forma uma expressão perfeita do papel de Maria, sua grande incumbência. Ela incorpora o dever de ensinar e inspirar as pessoas do plano terreno a encontrarem seu ponto de equilíbrio sagrado entre a realidade física e a espiritual da consciência.

(Ensinamentos Ocultos de Maria Madalena - Nova Era)



CIRCE A DEUSA DA NOITE



Circe, figura legendária da mitologia grega, é retratada como filha de Hélio, deus-sol e da ninfa Pérsia. Por ter envenenado seu marido, o rei dos sármatas, que habitava o Cáucaso, foi obrigada a exilar-se na ilha de Eana, localizada no litoral oeste da Itália.

O nome da ilha "Eana" se traduz como "prantear" e dela emanava uma luz tênue e fúnebre. Esta luz identificava Circe, como a "Deusa da Morte". Era também associada aos voos mortais dos falcões, pois assim como estes, ela circundava suas vítimas para depois enfeitiçá-las.

O grito do falcão é "circ-circ" e é considerado a canção mágica de Circe que controla tanto a criação quanto a dissolução. Sua identificação com os pássaros é importante, pois eles têm a capacidade de viajar livremente entre os reinos do céu e da terra,

Circe era uma famosa feiticeira, considerada a Deusa da Noite, que com imenso poder da alquimia, elaborava venenos e poções mágicas. Segundo a lenda, costumava transformar os homens em animais, vivendo em um palácio cheio de artifícios. Filha de Perséia - a destruição, também com significado de Hécate e de Hélios - o deus sol, Circe era considerada a Deusa da Lua Nova ou Lua Negra, do amor físico, feitiçaria, encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vinganças, magia negra, bruxaria, caldeirões.



Com o auxílio de sua varinha, poções, ervas e feitiços, transformava homens em animais, fazia florestas se moverem e o dia virar noite. Os escritores antigos Homero, Hesíodo, Ovídio e Plutarco relataram suas proezas, garantindo para ela um lugar nas lendas. Vivia num palácio encantado, cercado por lobos e leões, seres humanos enfeitiçados. Crê-se que essa ilha se encontra hoje onde é o Monte Circeu.

Circe casou-se com o Rei dos Sámatas e tendo-o envenenado, se refugiou na Ilha de Ea ou Eana, no litoral da Itália. O nome da ilha Ea ou Eana é traduzido como prantear e dela emanava uma luz tênue e fúnebre. Essa luz identificava Circe como a deusa da morte horrenda e do terror. Era também associada aos voos mortais dos falcões, pois, assim como estes, ela rodeava suas vítimas para depois enfeitiçá-las.

O grito do falcão é "circ-circ", considerado a canção mágica de Circe, que controlava tanto a criação quanto a dissolução. Sua identificação com os pássaros é importante, pois eles têm a capacidade de viajar livremente entre os reinos do céu e da terra, possuidores dos segredos mais ocultos, mensageiros angélicos e portadores do espírito e da alma. Escritores gregos antigos a citavam como "Circe das Madeixas Trançadas", pois podia manipular as forças da criação e destruição através de nós e tranças em seus cabelos. Como o círculo, ela era também a tecelã dos destinos.



Na Odisseia, no decurso de suas perambulações, o herói Ulisses e sua tripulação desesperada chegaram à Ilha de Eana, onde vivia Circe. Ao desembarcar, Ulisses subiu até uma montanha de onde avistou um ponto no centro da ilha, um palácio rodeado de árvores.

Ulisses enviou seus homens para verificar as condições de hospitalidade. Ao se aproximarem do palácio os gregos viram-se rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes, mas domados pela arte de Circe, que eram homens transformados em feras por seus encantamentos. De dentro do palácio vinha uma música suave e o canto de uma bela voz de mulher. Quando entraram, ela os recebeu e eles de nada desconfiaram, exceto Euríloco, o chefe da expedição.

A deusa serviu vinho e iguarias. Enquanto eles se divertiam, Circe tocou-os com uma varinha de condão e eles se transformaram imediatamente em porcos, embora conservando a inteligência de homens. Euríloco se apressou a voltar ao navio e contar o que vira. Ulisses, então, resolveu ir ele próprio tentar a libertação dos companheiros.

Enquanto se encaminhava para o palácio encontrou o jovem Hermes, que conhecia suas aventuras e lhe contou dos perigos de Circe. Não sendo capaz de convencer Ulisses, Hermes deu-lhe o broto de uma planta chamada Moli, dotada do poder de resistir às bruxarias e ensinou-lhe o que deveria fazer.



Quando Ulisses chegou ao palácio foi recebido por Circe com muita cortesia, que lhe serviu vinho e comida. Mas quando ela o tocou com a varinha para transformá-lo em porco, Ulisses tirou sua espada e investiu furioso contra a deusa, que implorou clemência. Ulisses exigiu que ela libertasse seus companheiros e ela retirou o encantamento. Os homens readquiriram suas formas e Circe prometeu um banquete para toda tripulação.

Tratados magnificamente durante vários dias, Ulisses se esqueceu de retornar à Ítaca, e se resignou àquela vida inglória de ócio e prazer. Por alguns anos, Ulisses permaneceu com Circe aprendendo com ela as magias do encantamento. Por fim seus companheiros apelaram para seus sentimentos mais nobres, e ele resolveu partir.

Circe recomendou aos marinheiros tapar os ouvidos com cera para passar sãos e salvos pela costa da Ilha das Sereias. As sereias eram ninfas marinhas que tinham o poder de enfeitiçar com seu canto, fazendo-os atirar-se ao mar e encontrar a morte. A Ulisses, Circe aconselhou a amarrar a si mesmo no mastro dando instruções a seus homens para não libertá-lo, fosse o que fosse que ele dissesse ou fizesse, até terem passado pela Ilha das Sereias.

Circe representa a mente inconsciente capaz de metamorfosear e seu poder de criar encantamentos destrutivos. É a inteligência dos desejos que retém o homem à sua natureza inferior - animal. Graças a Hermes, símbolo da transmutação, Ulisses se inicia na arte da magia sem se deixar escravizar por ela.



Dos dois caminhos da magia: a negra - egoísta e a branca - que liberta o homem da condição animalesca, Ulisses escolhe permitir que seus companheiros reencontrem a sua condição de homens, continuando sua rota, agora esclarecido sobre qual o caminho a seguir.

A intenção de Ulisses era retornar à Ítaca e sem perder tempo nesse mundo transitório, ele continua a sua rota. Evitando o canto das sereias e fazendo-se amarrar ao mastro do barco, Ulisses se abstém da armadilha que representa as vozes do desejo que despertam no homem a ambição do poder. Ulisses, amarrado por sua vontade, irá resistir às forças da paixão e dos desejos. O herói da Odisseia representa a inteligência unida à vontade do Eu superior, que faz calar as vozes melosas da ilusão.

Circe nos diz que:
Depois da dor, vem o saber
Do saber, surge o crescimento
O crescimento nos leva a transformação
Da transformação emana o poder. 



FONTE: ESTUDANDO O MITO CIRCE 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Balder - deus da justiça e da sabedoria


Balder era filho de Odin e Frigga, irmão do poderoso Thor, casado comNanna era deus da justiça e da sabedoria, espalhava a boa vontade e a paz em todos os lugares em que passava, o que tornou o deus mais amado de todos.

Balder havia muitos pesadelos, de morte iminente, até sua mãe Friggater uma visão de que ele seria morto então ela começou a andar pelo mundo pedindo juramento de todas as coisas para que não matassemBalder, Loki deus das travessuras odiava Balder por ser tão bonzinho então ele se disfarçou de mulher e conversou com Frigga dizendo que um visco não tinha prometido, Frigga achando que uma planta não teria como fazer mal a Balder nem deu muita bola, assim nenhum objeto fazia mal algum a Balder e faziam festividades de jogar objetos em Balder e os objetos desviavam, mas um dia Loki usou Hod (irmão cego deBalder) para matar Balder durante as festividades, Hod por ser cego não podia participar, então ele treinava com seu arco e flecha, Loki fez com que Hod mirasse bem no coração de Balder assim o matando com uma flecha de visco.

Frigga inconformada pela morte de Balder, pede para que Hermod va até Hel e traga Balder devolta, Hel concordou, contanto que todos chorassem por Balder e assim foi feito só uma pessoa não chorou Loki e assim Balder não voltou, a esposa de Balder, Nanna, se matou para viver em Hel com seu amado.

É esperado que Balder volte depois do Ragnarok e governe o mundo novo, mas isso é só uma esperança dos deuses, não uma profecia.

FONTE: MITOLOGIA NÓRDICA

Mitologia Nórdica - Frigga


Na mitologia nórdica (Escandinavos e Vikings) Frigga, ou Friga, é a Deusa-Mãe da dinastia de Aesir. Esposa de Odin e madrasta de Thor.
A deusa da fertilidade, do amor e da união e protetora da família, das mães, das donas-de-casa e símbolo da doçura.

Era conhecida como a mais formosa entre as deusas, a primeira esposa de Odin, rainha do Æsir e deusas do céu. Deusa do clã do Ásynjur, a deusa da união, do matrimônio, da fertilidade, do amor, da gerência da casa e das artes domésticas. Suas funções preliminares nas histórias mitológicas dos nórdicos à tinham como esposa e mãe, mas estas não são somente isso, tinha o poder da profecia e era única, à excepção de Odin e lhe era permitido sentar-se ao seu lado, no elevado trono Hlidskialf e olhar para o universo. Participava da Caça Selvagem (Asgardreid) junto com seu marido. Os filhos de Frigga são Balder, Höðr e provavelmente de Hermodr e Wecta; seus enteados são Tyr, Vidar, Váli, Skjoldr e Thor. 

O companheiro de Frigga é Eir, médico dos deuses da cura. Os assistentes de Frigga são Hlín (a deusa da proteção), Gná (a deusa dos mensageiros), e Fulla (deusa da fertilidade). Não é muito claro se os companheiros e os assistentes de Frigga, são os aspectos diferentes da deusa. De acordo com o poema Lokasenna Frigga é a filha de Fjorgyn (versão masculina da “terra,” conforme versão feminina da “mãe terra,” de Thor), sua mãe não é identificada nas histórias que sobreviveram.

Acreditava-se que era detentora de uma enorme sabedoria, conhecendo o destino dos Homens, sem, no entanto, alguma vez o revelar.
É representada como uma mulher alta e majestosa vestida de penas de falcão e gavião, trazendo um molho de chaves no cinturão.

O seu nome tem várias representações (Frige, Frija, Fricka etc.) sendo também, por vezes, relacionada ou confundida com a deusa Freya.

Na Escandinávia, a constelação conhecida como "Constelação de Órion" é denominada "Frigga Distaff" (Fuso de Frigga). Como a constelação está no equador celestial, vários intérpretes sugerem que as estrelas que giram no céu da noite podem ter sido associadas com a roda girando de Frigga. Em diversas passagens ela é representada fiando tecidos ou girando as nuvens.

O nome Frigga pode ser traduzido como "amor" ou "apaixonado" e traz inúmeras variações entre as muitas culturas europeias do norte, tanto de local como de tempo. Por exemplo, Frea no Alemão Sulista, Frija ou Friia no Alto Alemão Arcaico, Friggja em Sueco, Frīg (genitivo Frīge) no Inglês Arcaico e Frika que apareceu nas óperas de Wagner. Também é sugerido por alguns autores que o "Frau Holle" da cultura folclórica alemã refere-se a deusa.

O salão de Frigga em Asgard é Fensalir, que significa "salões do pântano". Isto pode significar que as terras alagadiças ou pantanosas eram consideradas especialmente sagradas à deusa, mas tal afirmação não pode ser considerada definitiva.

A Deusa Saga, que foi descrita bebendo com Odin em copos dourados em seu salão de "assentos submersos" pode ser que represente Frigga com um nome diferente.
Os símbolos normalmente associados com Frigga são: Chaves, fuso, eixo da roca (roda girando) e visco.

FONTE: MITOLOGIA NÓRDICA

DEUSA AINE



Aine era uma deusa primária na Irlanda dos celtas, associada ao Solstício de Verão e soberana da terra e do sol, que sobreviveu na forma de uma Fada Rainha.
O nome de Aine significa prazer, alegria, esplendor.

É irmã gêmea de Grian, a Rainha dos Elfos e era também considerada um dos aspectos da Deusa Mãe dos celtas Ana (Anu, Danu ou Don). Juntas Grian e Aine, alternavam-se como Deusas do Sol Crescente e Minguante da Roda do Ano, trocando de lugar a cada solstício.
Os pagãos acreditavam que na entrada do Solstício de Verão, todos os Povos pequenos vinham a Terra em grande quantidade, pois era um período de grande equilíbrio entre Luz e Trevas. Se estivessem em paz com eles, acreditavam que, ao ficar de pé no centro de um anel-das-fadas seria possível vê-los. Era um período excelente para fazer amizade com as fadas e outros seres do gênero. 

Rainha dos reinos encantados e mulher do Lado, Aine era a Deusa do amor, da fertilidade e do desejo. Era filha de Dannann, e esposa e algumas vezes filha de Manannan Mac Liir, e mãe de Earl Gerald. Como feiticeira poderosa, seus símbolos mágicos eram "A égua vermelha", plantações férteis, o gado e o ganso selvagem.

Existem duas colinas, perto de Lough Gur, consagradas à Deusa, onde ainda hoje ocorrem ritos em honra a fada Aine. Uma, a três milhas a sudoeste, é chamada Knockaine, em homenagem a esta deusa. Nessa colina possui uma pedra que dá inspiração poética a seus devotos meritórios e a loucura à aqueles que são por Ela rejeitados.

Aine, a Deusa-Fada, segundo a tradição celta ajudava os viajantes perdidos nos bosques irlandeses. Diziam que para chamá-la bastava bater três vezes no tronco de uma árvore com flores brancas. Sempre que se sentiam "perdidos".

FONTE: O CAMINHAR DOS DEUSES E DEUSAS

domingo, 28 de julho de 2013

HONRA AOS MESTRES DA BRUXARIA TRADICIONAL


"Você não precisa gostar, aprovar ou me seguir em absolutamente NADA, mas deve sim me RESPEITAR e a minha escolha de vida. Ter direito de ser Bruxa, Bruxo. Sacerdotisa, Guardião....., por enquanto a Constituição Federal me dá este direito".


A relação do homem com o mundo tende a materializar-se na forma de ídolos; deuses que expliquem os fenômenos naturais, a vida após a morte, os ciclos da natureza, a vida, etc.
Estas características acabam por se configurar, principalmente, na figura feminina, as condições de sobrevivência da sociedade são relacionadas com a fecundidade da mulher. É ela quem gera a vida.Uma série de abstrações que vinculam a mulher a terra e a caça.

A tradição é um conjunto de costumes e crenças que remonta tempos antigos, praticados por nossos antepassados e transmitidos de geração em geração com o objetivo de serem preservados. Variam da cultura de cada povo e região e fazem parte de um contexto histórico-temporal, onde são aceitos e praticados pelo senso comum da sociedade. Fazem parte das tradições: lendas, mitos, práticas religiosas, danças, músicas, vestimentas, pratos típicos, brinquedos, jogos, artesanatos, decorações, histórias, valores e comportamentos. Tais conhecimentos são transmitidos de forma oral e/ou escrita.


A origem dos cultos centrados na reverência e gratidão a Terra, como Mãe, é tão antiga quanto os atos de semear, plantar e colher. Entregar sementes a terra para que elas germinassem, crescessem e frutificassem era um ato sagrado que dependia da benevolência e ajuda das forças sobrenaturais. A personificação da Terra como Deusa é universal, tendo sido cultuada como Mãe por todas as antigas culturas, em parceria, às vezes, com seu consorte o Pai Céu ou com suas Filhas

Mas havia uma dualidade no seu culto, pois além de ser vista como Doadora e Provedora dos alimentos, Ela também era a Destruidora encarregada da dissolução dos resíduos vegetais, animais e humanos. A dinâmica do mundo era baseada nesta união de princípios opostos – vida/morte – que aconteciam no ventre da Terra, revelando como cada nova forma de vida era criada a partir de uma morte anterior. Além de receber os mortos proporcionando-lhes repouso e cura à espera do renascimento, a Terra também abrigava o mundo subterrâneo, regido por divindades das trevas, escuridão e habitado pelos seres ancestrais e sobrenaturais

A ancestralidade está diretamente ligada aos antepassados, mas dentro da Velha Religião , refere-se aos antecessores de clã, que com o passar dos tempos somaram-se à egrégora da tradição. É por este motivo que se deve fazer uma apresentação formal do futuro iniciado à egrégora, para que seja reconhecido pela mesma, recebendo assim a proteção e a permissão para conhecer os antigos mistérios.



Não menosprezamos o conhecimento nem a espiritualidade de pessoas, que se diz seguidor de alguma religião, tampouco lhes vetando a possibilidade de cultuarem os Deuses segundo a Arte, mas apenas questionando a facilidade de encontrarmos pessoas que apenas tiveram como base poucos livros ou pesquisas feitas pela Internet. Na realidade, lhes falta a experiência e sabedoria acerca da Velha Religião e de como empregar esses conhecimentos em suas vidas. Tendo em vista que tal processo ocorre através da transmissão verbal ou escrita de fatos ou de doutrinas que dizem respeito à Religião, não nos referindo apenas ao conhecimento passado ou adquirido, e sim a uma apresentação formal e legítima à uma egrégora, que se faz devido à ancestralidade que acompanha cada tradição religiosa e os mistérios que a envolvem.

Todo este processo se faz necessário para que haja uma re-conexão, um religamento, com a Natureza de forma mais natural e o encontro com a verdadeira harmonia seja mais tranqüilo. O resgate ao Sagrado em nossas vidas é assegurado e há, finalmente, o retorno as nossas origens e ao Todo no qual fazemos parte.

É muito fácil identificar um guerreiro (a), um sábio. Olhe a linha do tempo de suas obras, verão nela a preocupação com o conhecimento e a defesa dele (a), as ideias limitadas abandonadas e os ideais fortalecidos. Identificarão o guerreiro/sábio (a) que se renova, pois um guerreiro (a) compreendeu, vivendo em físico e astral os mistérios e o resgate da sua essência .



Fica difícil conceber um bruxo (a), qualquer que seja a vertente, que não tenha projetos abrangentes ou ativistas. Difícil conceber um bruxo (a) ou mestre que trabalhe unicamente para a sua aparente figura. A aparência diz respeito ao mundo organizado humano. Um bruxo (a) é um cidadão (a) de entre mundos, o dos humanos e os outros, que sabe equilibrar os passos que dá em cada um deles.

Sem o Sol nenhuma colheita seria possível. E aqui já não falo mais da esfera material dos nossos dias, é evidente que sem a união dos Deuses nenhuma vida poderia existir. Mas falo dos sonhos, esperanças e Amores que incentivam qualquer que seja o mortal a seguir seus dias em frente. Quando um devoto tenta reconhecer o papel que um Sol pode ter em sua vida ele compreende que tudo começa com desejo e Amor, tal como um sol que é luz e calor. Depois disso, do trabalho árduo de plantar, regar e cuidar - e tentem pensar que essa é a parte mais difícil - quando vem a colheita de tudo aquilo que foi um sonho anteriormente. Da mesma forma que já deu tempo da tempestade acontecer, e destruir, pelo granizo, tudo que era velho, podre e fraco o suficiente pra não prosperar no final do verão.

Ah, bons tempos de pagãos e ignorantes em que era possível reconhecer que tudo tem o seu tempo certo, de plantar e colher, de construir e de destruir. E que nada foge à esse ciclo.

Honra aos mestres da Bruxaria Tradicional!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Bruxaria e xamanismo: a arte da sabedoria


"Um dia a terra vai ficar enferma. Os pássaros cairão do céu, os mares escurecerão e os peixes aparecerão mortos nas correntezas dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão seus espíritos. Porém, vão recuperá-los para ensinar ao homem branco a reverência pela terra sagrada. Então as raças se unirão sob o arco-íris para terminar com essa destruição. Será o tempo dos guerreiros do arco-íris." 

(Ojos del Fuego, uma velha índia cree) .


Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer. Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz. Que em cada passo teu, fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração. Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda, que liga as almas afins.Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa, e se transforma quando a alma é grande e generosa.


Sabedoria de Avalon

...Havia outra coisa sobre o travesseiro, que escorregou e modificou-se, um botão de rosa ainda não aberto, depois uma rosa cheia. E quando Morgana o pegou, era o fruto da roseira brava, pulsando de vida acre. Enquanto o contemplava, ele encolheu-se, murchou e ficou seco, na palma de sua mão. E ela compreendeu, de súbito. 

A flor e até mesmo o fruto são apenas o começo. 
Na semente está a vida e o futuro. 
E o que eu sou deve ser escondido, como a rosa está escondida dentro da semente.


O lugar para onde o caminho nos levará depende da nossa própria vontade e de nossos pensamentos"

"… pois como os druidas sabem, é aquilo em que a humanidade acredita que modela o mundo e toda a realidade."

"Os cristãos procuraram acabar com toda a sabedoria que não fosse a sua, e na luta para conseguir isso, estão banindo do mundo todas as formas de mistério, exceto as que se harmonizam com a sua fé religiosa."

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Bruxa mesmo que Sacerdotisa


"Não posso remediar erros, se é que foram erros, cometidos por homens mortos antes que eu nascesse.

Já tenho muito o que fazer para reparar os meus próprios erros, e não viverei o suficiente para vê-los todos reparados. Mas farei o que estiver ao meu alcance, enquanto eu viver."

As Brumas de Avalon



A arte de tecer e fiar é obra e projeção da Grande Mãe, que tece a teia da vida e fia a meada do destino. Como Grande Fiandeira, trama a vida humana, assim como a Escuridão e a Luz.

Mesmo com toda perseguição, com toda matança e preconceito, os seguidores da Antiga Arte não são contra religião alguma, já que se acredita que o ser humano é livre para trilhar o caminho que escolher dando valia à lei que diz: Faça o que quiser desde que não prejudique nada nem a ninguém.

Àquela bruxa verde com cabelo de vassoura piaçava, com dentes sujos e apodrecidos, com uma enorme verruga no nariz, só existe nos contos infantis (que devemos ressaltar o quanto são preconceituosos).

Em pleno século XXI existem pessoas que acreditam ainda que bruxaria está relacionada a assuntos do mal. Que as bruxas e bruxos são pessoas que fazem rituais satânicos e sacrificam pessoas. Esta é a sua oportunidade (se for uma dessas pessoas que não sabem o que é bruxaria) de entender o que é isso.

A alma de uma Bruxa (o) tem que ser livre e pura, isenta de preconceitos tolos, somente assim ele vai se conectar com o mundo invisível da Mãe Natureza.

Em sânscrito, bruxa quer dizer mulher sábia, sabedoria feminina, mulher mágica.

Sabe-se que uma Sacerdotisa, precisa retomar o poder da Grande Mãe, a glória da grande provedora da vida.

E em relação aos dons especiais que possuímos, algo interessante foi dito pelo psicólogo transpessoal e investigador alemão Dr. Hans . Segundo ele:

*as bruxas, que curam os males físicos. Detêm o poder da natureza e o usam com a mesma naturalidade que respiram.

*as sacerdotisas, que curam os males da alma. Vivem a um nível mais etéreo, porque essa é a natureza de seu dom. Detém o poder do Espírito, são conscientes de sua missão e a cumprem discretamente.

*as feiticeiras, que são bruxas intelectuais. Têm e sentem o dom, mas não o aceitam sem questionar, tem de analisá-lo para aceitar sua essência, compreendê-lo à luz da razão.


Alguns preferem o termo Bruxa, outros Sacerdotisa, ainda outros Feiticeira, Maga, mas todos significam uma só coisa. Filhas e filhos da Deusa

De suas mãos brotam a Arte em todos os sentidos, ela tem amor por tudo que faz, tem o toque delicado que acaricia as flores, que tenta tocar as estrelas, que tenta tocar o infinito. Todas sabem que a natureza é uma Mãe sábia, ela nos dá, mas também tira, e que devemos ser sagazes, sermos fortes, e que um dia todos sem exceção, voltaremos para ela, para o grande Útero Universal.

Lembre-se das palavras da Deusa...
"Eu não o carreguei no colo, não o impedirei, nem o privarei de ter as mesmas oportunidades que são dadas aos meus outros filhos. Você é livre e não deve ser carregado no colo como um bebê. Se você tiver dentro de si devoção e desejos verdadeiros, todos os obstáculos, serão então, superados!"


SELMA= 3FASESDALUA

segunda-feira, 22 de julho de 2013

EU, NÓS E A NOSSA RELIGIÃO.


“O poder da Deusa, que se manifesta por meio das mulheres, é uma matriz emocional que convida a uma fusão ou simbiose inconsciente e transmite uma sensação de “chegada a casa”.Jean Shinoda Bolen


Toda a energia é uma só, todas as experiências de sensibilidade de sentimentos são diferenciações da única grande experiência de Sensibilidade e de Sentimento.

Sentimento esses que me fazem tentar pequenas mudanças que não surtiram efeito em minha proposta de vida.

Quando imagino ter superado a carência ela me assalta misteriosa e de repente... Tudo retorna para o ponto inicial.
Tem dias que acordo num desassossego tão grande. Não é inquietude da mente, é da alma. A alma nem sempre é clara. Clama, berra, chora por algo que a gente demora pra saber o que é. Mas sempre, muito sempre, tem a ver com a nossa missão de vida. Ela faz isso quando quer apontar um novo caminho, um novo passo.


A cada um é dado à oportunidade de crescer, de conhecer, de Ser. Mas o que fazemos é aceitar formas-pensamento dos que estão a nossa volta e assim moldamos nossa Verdade pela Verdade alheia. Aonde chegaremos? Fatalmente a lugar nenhum.

Eu acredito que todas as pessoas tenham raízes pagãs.

O tempo da Inquisição já acabou, e acredito que com isso também deve
ter passado o tempo de achar que a palavra pagão significa alguém ateu, "herege" ou até mesmo sem escrúpulos.

Antes desse movimento de cristandade na história recente da humanidade, todos os povos antecessores eram pagãos.

É muito comum encontrar quem desconheça seus antepassados, seus familiares, parentes ascendentes, sequer os mais próximos quem dirá os do passado.

Na Bruxaria o espírito e a natureza são uma mesma coisa que são parte de um todo. Separar o espírito da matéria é um ato inconcebível para qualquer sacerdotisa da Deusa.Nos filhas e filhos da Deusa acreditamos que a Deusa esta em tudo e no todo e não a separação entre Criadora e criatura.Somos todas parte da Teia da Deusa formando assim um Todo.



O que importa para nós bruxas, bruxos, sacerdotisas, guardião. É lembrar que a Deusa e o Deus é uma única energia divina, mediadora entre o céu e a Terra, que detém e compartilha o conhecimento universal do Logos e da sabedoria ancestral. Ela existe em todos nós e agora chegou a hora de prestar atenção à sua voz e agir de acordo com as leis da natureza, onde é sua morada, buscando inspiração, conhecimento intelectual e sintonia espiritual. Quanto mais conscientes agirmos na nossa vida, mais poderoso e recompensador será o conhecimento que encontraremos, na Velha Religião da sabedoria e verdade.

Eu busquei me encontrar na minha religião antiga que tem raiz profunda.

Eu compreendi que a minha religião é capaz de nutrir minha vida e me fazer florescer, frutificar e passar adiante o legado que me foi confiado.

Que a Grande Mãe os acompanhe em sua jornada. Em breve o Véu se rasgará e juntos caminharemos.
.

domingo, 21 de julho de 2013

DANÇANDO O SAGRADO FEMININO


Durante a vida, passamos por tristes situações que não julgamos tão importantes assim, nem percebemos seu efeito sobre nós. Mas, com o tempo, elas se acumulam no corpo, na alma, e ficam estagnadas, criando couraças, tumores.

Ao longo de muitos anos, o feminino acumulou muitos males e carregou em seus quadris o peso de repressões e culpas, se escondendo, mutilando, encolhendo, submetendo e esquecendo sua verdade.
É o momento de indagar: o que escondo, engulo e quem sou. Você lembra quem é?!

Será que toda força e poder do feminino foram queimados na fogueira? Comprimidos entre espartilhos? Encoberto por burkas ou mutilado? Ocultado atrás de implantes de silicones e plásticas? A força e o poder, necessários para nos livrar deste tributo, habitam em nós, mas precisamos de uma outra força impulsionadora que pode surgir de muitas maneiras em nossa vida: como um insight, um sonho, o convite de uma amiga, uma revolta contra o sistema, uma perda trágica, entre tantas outras possibilidades.

Mas, em algum momento de nosso confuso e caótico cotidiano, esse fator desencadeante se apresenta, e pode causar grandes transformações, mudar nossa perspectiva e abrir inúmeros caminhos.

Só então nos deparamos com quem somos, ou com o grande vazio de não mais reconhecer a si mesma; ou ao sagrado dentro de nós e a necessidade de vivê-lo; o quanto esse corpo nos é tão útil, mesmo não sendo tudo o que os outros esperam dele. Mas, ainda assim, é meu corpo, e é esse corpo que carrega os filhos no ventre, os alimenta, dá prazer ao meu amante, se renova todo mês e me conecta com o poder da Lua, esse corpo me proporciona ser quem sou ele me liga ao mundo e me comunica com o todo.

Quando nos permitimos reconquistar esse feminino, que sente, se manifesta, sofre, ama, cuida, provém, sonha se interioriza, e cria, também libertamos os homens, e permitimos a eles o direito de reconquistar o seu feminino sagrado, no qual é possível sentir, chorar, amar e sonhar, sem ser julgado - tornando muito mais harmônica e construtiva a vida de casal. Também voltamos o olhar para a Terra e vemos a necessidade de cuidar do mundo, tendo mais amor e cuidado com os animais e a natureza.

Algo além do entretenimento - Uma das formas mais prazerosas e tranquilas de descobrir e fazer essa transição é através da dança. A dança nos desnuda e abre ao mundo, nos conforta e ampara, pois é livre de dogmas e de mentiras.

Desenvolvo um trabalho com grupos de mulheres que busca na dança algo além do entretenimento: busca o sentido pessoal da dança, a expressão dos sentimentos, os arquétipos do universo que nela podem se manifestar para serem trabalhados.

As danças ritualísticas e ancestrais - e suas melodias - trazem intrinsecamente um grande poder de nos mover no tempo e mexer com emoções aprisionadas. Associadas a nossos chakras e seus elementos, podem romper barreiras corporais e psíquicas, fazendo a energia fluir de novo dentro de nós, sem obstáculos, em uma conexão entre o sentir e o ser que atinge o equilíbrio.

Trabalhando em grupo, as trocas são constantes, as mulheres que compartilham do mesmo processo se conhecem, se compreendem e se respeitam, mudando sua forma de olhar as outras e rompendo julgamentos e desrespeitos com outras mulheres - ato machista que ainda cometemos atualmente.

Através de leituras, debates e explanações sobre textos ligados ao Feminino, e seu sagrado mitológico, descobrimos mais sobre nós e tudo que permeia nosso universo e inconsciente coletivo.

Ao entrar em contato com as Deusas interiorizadas, descobrimos que todas somos faces da Deusa em suas infinitas manifestações.
Este trabalho mescla fusões de diversas danças canalizadas para harmonização e cura do Ser, a retirada de couraças e amarras do corpo e da alma. Para resgatar o trabalho manual, os próprios figurinos são tecidos e criados por nós.
FONTE: AUTOR DESCONHECIDO

UMA RELIGIÃO SEM DOGMA NEM HIERARQUIA


A meados da década de 70, dentro do movimento feminista nos Estados Unidos, Zsuzsanna Budapest e Starhawk, vincularam a Tradição das Deusas e Bruxas com as lutas pelos direitos das mulheres, criando juntamente com outras pesquisadoras o conceito do Sagrado Feminino, uma corrente espiritual cuja cosmovisão e prática ritual não provinham de nenhuma igreja ou religião judaico-cristã.

Assim surge o Movimento das Deusas, a Witchcraft, e a Espiritualidade Feminina que celebram as Deusas, imanentes à natureza, às mulheres e nas relações culturais que surgem dessa cosmovisão.

Uma Espiritualidade que devolveu às mulheres o direito à liberdade de culto do Divino Feminino, sem uma autoridade religiosa masculina ou guru iluminado, que defina as crenças das mulheres e como exercê-las.

Ou seja, foram as mulheres as que se apropriaram desse direito, recriando a antiga religião matrifocal com projeções políticas, sexuais de género, ecológicas e comunitárias, que estiveram presentes nas tradições das Bruxas, Sacerdotisas e Xamãs na Europa pré-cristã, e em outros lugares onde as Deusas expressavam as potencialidades dos corpos, almas, mentes e criações das mulheres de forma positiva, outorgando liberdade, dignidade e poder de vinculação com os demais sem o caráter de subjugação sexual.

O pecado original, a culpa de Eva, o Deus pai, o Demónio e a necessidade de redenção da natureza perdida pelo pecado, não fazem parte desta cosmovisão ancestral.

Até então as religiões que maioritariamente as mulheres conheciam e praticavam eram as espiritualidades e teologias criadas e dirigidas pelos homens, centradas em figuras masculinas como Javeh, Jesus, Alá, Khrisna, Buda, onde a discriminação e desvalorização das mulheres e do Divino Feminino se mantinham sem modificações há séculos. Entre tanto, dois milénios de cristianismo são muito pouco, por exemplo, ao serem comparados com o culto matrifocal, existente a partir do Paleolítico superior, 20 mil anos AC. E no Neolítico Agrícola, 7 mil anos AC, até às culturas clássicas da Antiguidade e aos primeiros séculos do cristianismo. E ainda quando Constantino decretava o encerramento de templos e declarava o cristianismo como religião oficial dos povos da Europa, estes continuavam a praticar os seus cultos ao Divino Feminino, empregando diversos nomes, ritos lunares, sazonais e Xamânicos.

Assim sendo, a igreja criou um sistema de perseguição, tortura, e morte, inimaginável, para erradicar esta religiosidade tão enraizada na vida de gente comum, e que colocava as mulheres em lugar de respeito e dignidade, especialmente as bruxas, como sacerdotisas de ritos lunares, e agrícolas, conhecedoras de ervas curativas e anticoncepcionais, e de técnicas xamânicas para a visão sagrada, como pessoas com poder pessoal, social e espiritual, dentro das comunidades.

O retorno das Grandes Deusas

Em 1976, Merlin Stone publicou “Quando Deus era Mulher”, abrindo o caminho para uma série de estudos sobre as influências das religiões no processo de apropriação da dignidade e de empoderamento do eu. Aquele livro foi pioneiro e inspirou outras pesquisas que reinterpretaram mitos, tradições, ritos e evidências arqueológicas e antropológicas, sobre as religiões matrifocais que antecederam às patriarcais, realizados por Bárbara Walker, Mónica Sjoô, Riane Eisler, Caitlin Mathews, Mary Daly, Vicky Noble, Charlene Spretnak, Carol Christ, e as já citadas, Budapest e Starhawk.

A Espiritualidade Feminina conta com o trabalho arqueológico de Marija Gimbutas, quem orientou escavações na Europa Central e do Este, trazendo à luz evidências sobre civilizações matrifocais – que evoluíram entre 6.500 e 3.500 AC - como sociedades pacíficas, que não construíam armas de guerra, e se dedicavam à agricultura, arte, comércio e religiosidade, e nas quais – de acordo com evidências funerárias – não havia uma hierarquização de géneros. Mulheres e homens considerar-se-iam como filhos de uma mãe em comum, a Deusa, vivenciando uma forma de igualdade de géneros.

Gimbutas interpretou inúmeras estatuetas de deusas, objetos rituais e da vida quotidiana, nos quais se expressa a cosmovisão sagrada associada aos ciclos da Lua, da mulher, da natureza, da consciência humana e de todos os seres vivos com o arquétipo da Deusa-Serpente, da Deusa-Pássaro, criadora, a Deusa sustentadora (do cereal, da agricultura, da cultura), e a Deusa da Morte e o Renascimento. Uma Tríade feminina mais antiga que a cristã e a indiana, por exemplo, celebrada com os seus filhos e filhas e consortes.

Esta pesquisadora de origem lituana fez uma leitura arqueológica e mitológica, denotando que as simbologias sagradas e arquetípicas das deusas de culturas posteriores, já estavam presentes nos assentamentos neolíticos. Gimbutas destacou a continuidade da cosmovisão matrifocal neolítica, procedente das “Vénus” paleolíticas dos sapiens coletores, e caçadores das cavernas, e a sobrevivência nas tradições das deusas posteriores ao neolítico, que conhecemos como Eurinome, Gea, Ártemis, Hékate, Atenas, Isis, Nut, Maat, Inanna, Ishtar, Alat, Aserath, Rhea, Deméter, Perséfone, Diana, Juno, Minerva, Eire, Brigid, Freya, Baba Yaga, as Musas, as Parcas, as Graças, entre outras.


Gimbutas comprovou a tese de Jean Ellen Harrison, especialista em mitologia grega de Cambridge nos anos 30, a primeira a assinalar que as deusas gregas procediam de uma época histórica pré olímpica, e que o casamento de Hera e Zeus, não existia em suas origens. Este casamento forçado refletia o trânsito, às vezes dramático e violento, das culturas matrilineares para as patriarcais, após a conquista armada, e a inversão dos mitos de origem. Inclusivamente diferenciava os deuses guerreiros dos agrícolas da idade matrilinear: Hermes, Pã, Dionísio, indicando que o culto às deusas não excluía o Sagrado Masculino, porém não adorava um deus pai guerreiro e dominador, nem deidades masculinas que violentavam e matavam deusas e mulheres, como ocorre nos mitos tardios, surgidos daquela conquista e reforma.

Para Harrison os mitos gregos consistiam em tentativas, às vezes grosseiras e desesperadas de tentar modificar as crenças na Grande Mãe, suplantando-as com conceitos político-religiosos, como o mito de Atena, nascida da cabeça de Zeus, armada como uma guerreira, substituindo a ancestral Atena, uma deidade sem pai, padroeira de sabedoria e da inteligência, e assim apresentar os deuses arquipatriarcais (como Harrison os qualificou) como sendo primevos, melhores e supremos.

Robert Graves difundiu fora do âmbito académico o trabalho de Harrison, porém foi Gimbutas quem proporcionou as provas arqueológicas sobre as ondas invasoras patriarcais, assim como a cosmovisão cultural e religiosa quanto às Deusas Mães, até então considerada por muitos como simples “cultos de fertilidade”.
Por sua parte, a antropóloga Margaret Murray apresentou provas da Tradição das Bruxas como um Xamanismo europeu cujas origens se remetem aos Xamãs paleolíticos e siberianos.

As neojunguianas Silvia Brinton Perera, Marion Woodman, Jean Shinoda Bolen e Clarissa Pinkola Estés, realizaram uma tarefa similar à arqueológica, com o intuito de desenterrar o arquétipo da Grande Deusa, das profundezas do inconsciente pessoal e coletivo, de mulheres aonde a cultura e o ego patriarcal o mantinham recluso, reprimindo-o, para que as deusas não outorgassem poder espiritual, emocional e cultural ao corpo, à sexualidade, à liberdade e à consciência das mulheres.

Para as junguianas, os mitos tardios, como o de Atena nascendo da cabeça de Zeus, foram apreendidos profundamente pelas mulheres que cresceram sendo educadas segundo o ideário feminino da mentalidade patriarcal, tendo que adotar nos últimos períodos modos patriarcais, a fim de serem reconhecidas como “Filhas do Pai” e obter êxito profissional e intelectual.

Thealogia da Espiritualidade Feminina

Assim, as práticas do Movimento da Deusa, contam com uma thealogia (de Thea, a Deusa) rica e diversa, procedentes de muitas fontes – não apenas académica - já que não é este um discurso unificado, e nem ditado por uma autoridade centralizada. Para a thealogia, as Deusas são vivenciadas por mulheres de muitas formas, mediante uma das cosmovisões básicas com a nítida intenção de que não reproduzam estereótipos femininos e masculinos. A deidade criadora é celebrada na natureza como uma deidade que permanece imanente no mundo, e no universo que ela criou. Ela é vida, natureza, a criação, o espírito, as plantas, as montanhas, os lagos, os animais, e as pessoas. Reina nos céus, na terra e no outro mundo, abarcando os três mundos como acontece com deidades tríplices.

A Thealogia das deusas partilha muitos pontos de vista com tradições de povos autóctones e indígenas, que celebram o Sagrado Feminino com deidades como Andra Mari, Cerridwen, Ixchel, Pachamama, Mulher Aranha, Mulher Urso, Sedna, Amaterazu, Iemanjá, Umai, Kali...

A Criadora apresenta-se ciclicamente como tríplice: a Virgem da Lua Crescente e da Primavera ( virgem por que ainda pertence a si mesma), a Mãe ou Adulta Plena da Lua Cheia e do Verão, e a Anciã Sábia da Lua Minguante e do Outono, para depois se transformar na Deusa Escura da Lua Nova e do Inverno, no aspecto que se manifesta além da triplicidade, já citada. Ela é celebrada por mulheres deste movimento a cada mudança do ciclo lunar e estação.

A tríplice deusa celebra as idades da mulher e as três gerações de mulheres, que convivem num mesmo tempo e cultura. E vincula-as aos antepassados, tanto a mulheres como a homens do presente e as gerações futuras.

Esta tríade feminina é também um arquétipo na consciência profunda da mulher, em qualquer das suas idades biológicas, porque expressa diferentes processos internos e capacidades para ser e agir.

Este movimento não é um monoteísmo de saias, por isso também celebra o Sagrado Masculino partindo do ancestral deus agrícola e silvícola, oriundo das crenças paleolíticas e neolíticas, entendido como filho, amante consorte e iniciado em diversas manifestações sazonais e cíclicas.

Círculos e Grupos

Budapest e Starhawk, em companhia de outras mulheres Bruxas e Sacerdotisas têm-se dedicado à formação espiritual de mulheres em círculos e grupos com consciência de género, publicando livros contendo rituais sazonais e lunares, e propõem ritos menstruais, de passagem nas idades, de maternidade e de menopausa. Outros rituais para confrontarem problemáticas como o abuso sexual, deter a ação dum violentador, decidir a interrupção duma gravidez não desejada, melhorar a auto-estima, o ódio pelo próprio corpo, e a depressão.

Incluem nas suas práticas a magia feminina como meio de orientar a consciência perante as necessidades básicas no trabalho, no lar, na cura, nos estudos, na vida a dois. É uma espiritualidade onde a magia é somada ao trabalho político e psicológico em busca dos direitos da mulher, nos quais as serpentes, a vulva, e o sangue menstrual, são alguns dos símbolos da sacralidade feminina que voltam a ser utilizados pelas mulheres.


Neste movimento não existem estruturas eclesiásticas nem dogmas, nem papas, e toda a mulher pode celebrar as deusas, juntando-se a outras ou a sós. Nos Estados Unidos, há grupos de mulheres heterossexuais e/ou lésbicas, e outros grupos integrados por homens e mulheres; neles é promovido um compromisso com a vida, com o planeta, e a justiça, mediante ações individuais ou coletivas.

Na América Latina

Nesta região, as mulheres obtêm notícias quanto à Espiritualidade Feminina Pagã, a partir de livros, de oficinas e celebrações do Movimento das Deusas. Talvez, o aspecto que mais desafia, seja invocar uma deidade feminina nesta parte do continente onde a religião masculina continua a ter influência na auto-estima das mulheres, negando direitos e apresentando Maria como uma mulher subordinada ao deus masculino.

Quando as latino-americanas ouvem falar de deusas em relação às suas problemáticas, percebem-nas como uma fonte de água fresca no meio do deserto. Pois, há apenas cinco séculos que as mulheres adoravam deusas pré-colombinas e ainda o fazem em muitas comunidades. Assim, as mulheres da espiritualidade feminina pagã na América Latina, estão resgatando as deusas indígenas, a fim de reencontrar nelas a dimensão sagrada dos seus direitos.

Feministas académicas e políticas costumam temer que esta espiritualidade seja um meio de escapar, que afaste as mulheres da luta pelos seus direitos, já que todas as religiões que conhecem são opressivas, e não imaginam que possa existir algo diferente disso. Porém as três décadas do Movimento das Deusas são suficientes para comprovar a íntima relação que teceram as feministas espiritualistas entre direitos e religiosidade. Para as que celebram as deusas, os fios são entrelaçados sempre.

FONTE: “Las mujeres de la Diosa”(Tradução: Luciana Onofre)
Texto de: Anália Bernardo


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