sábado, 2 de fevereiro de 2013

Parábola do Céu e do Inferno


Conta-se que certo dia um famoso e hábil Samurai, grande e forte como raros, conhecido pela sua violentíssima índole, foi procurar um sábio Monge que meditava ao Norte durante o Inverno. Encontrando-o em meditação no meio da neve ao pé de uma montanha, não perdeu muito tempo e já lhe foi perguntando em tom de voz duro sobre algo que sempre o atormentara, e com o peso da idade lhe consumia o espírito até o limite do insuportável:
- “Monge, tenho pensado muito nos caminhos que trilhei pela Vida até aqui…em tudo que vi e vivenciei…sobre minhas decisões e anseios…preciso muito de uma resposta….ensina-me de imediato: o que é o Céu e o que é o Inferno?”

O Monge, de pequena estatura, idoso e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro de cima a baixo com ar de reprovação e lhe disse:
- “Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo e é um ser desprezível! Tens a inteligência de um inseto e o merecimento de um tolo! Seu mau cheiro é insuportável! – Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a classe dos samurais! Sua mera existência é lastimável…suma de minha frente criatura execrável, você é tão indigno quanto o mais indigno dos homens!”
Céu & Inferno 

O Samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer palavra alguma, tamanha era sua ira. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o Monge num violento e assustador ataque. No auge de tamanha fúria o Monge apontou-lhe o dedo e falou:
- “Eis o Inferno.”
O Samurai ficou imóvel como se tivesse sido congelado…estava ofegante e aturdido. A sabedoria e coragem daquele pequeno ancião o impressionaram, afinal de contas arriscara a própria vida para lhe ensinar sobre o Inferno. O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e caiu de joelhos diante dele numa profunda e sincera reverência….seus experientes e destemidos olhos, que tantas sangrentas batalhas testemunharam, estavam marejados.
O velho sábio continuou em silêncio. Passado algum tempo, o Samurai já com o coração pacificado, pediu humildemente cheio de vergonha e gratidão ao venerável Monge, que lhe perdoasse o infeliz gesto. Naquele momento, o Monge em tom brando, doce e sereno lhe disse:
- “Eis o Céu”.


FONTE: GOOGLE

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