terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Silêncio



Os índios, conhecem o silêncio. Não tem medo dele. 
Na verdade, para os índios ele é mais poderoso do que as palavras. 
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles
nos transmitiram esse conhecimento. 

"Observa, escuta, e logo atua", nos diziam. 

Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes. 
Observa os anciões para ver como se comportam. 

Observa o homem branco para ver o que querem. 
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos,
e então aprenderás.

Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. 
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. 
Em suas festas, todos tratam de falar.

No trabalho estão sempre tendo reuniões
nas quais todos interrompem a todos,
e todos falam cinco, dez, cem vezes. 

E chamam isso de "resolver um problema". 
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. 
Precisam preencher o espaço com sons. 
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir. 

Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. 
Sempre interrompem.
Para os índios isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive. 
Se começas a falar, eu não vou te interromper. 

Te escutarei. 
Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo. 
Mas não vou interromper-te.

Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste,
mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. 

Terás dito o que preciso saber. 
Não há mais nada a dizer. 

Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes. 
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio. 

Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando,
e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas. 
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.

                                                                                
APRENDAMOS COM ELES..


Texto traduzido por Leela, Porto Alegre: 
"Neither Wolf nor Dog. On Forgotten Roads with an Indian Elder" - Kent Nerburn

10 comentários:

  1. Que delícia de texto!

    Oscar Wilde disse:

    “Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos.”

    Beijinhos.

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  2. qué lindo
    ¡qué hermoso
    He venido a visitar, por favor visite mi sitio que mi
    Quiero echar un vistazo a em he terminado con este artículo en lugar

    http://www.cicileydi.com/2012/06/dondurma-kutusunun-sevimli-geri.html

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  3. Mi querida Selma, paso de a poquito a ponerme al día con la lectura y llego para leer tus fantásticas entradas que tanto me gustan.
    Bellísimo leerte, te dejo un fuerte abrazo y te deseo un hermoso fin de semana!

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  4. Show de postagem!
    Li um livro sobre linguagem do corpo que segue essa linha.
    Antes, o homem se comunicava por gestos e sabia ver no outro o que este sentia e queria dizer. Com a palavra e sempre querendo falar mais do que ver e ouvir, o homem deixou de prestar atenção a essas coisas e realmente só ouve o que quer e qdo quer.
    Muitos, nem sabem mais apreciar o silêncio, este incomoda.
    Adorei o texto!

    Abração.

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  5. Julgo que a maioria das pessoas não valorizam o quanto se pode aprender com o silêncio. Muito belo este poste.

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