São, contudo, mais acessíveis ao amanhecer, entardecer e meio-dia. Associados a eles estão as carruagens (às vezes chispantes), puxadas por cavalos ou cisnes, o gavião, a fênix, o arco e flecha, música, poesia, as artes, coroas e anéis de ouro. Os Deuses do Sol mais proeminentes sãoApolo, Lugh, Baldur, Hélio, Marduk, Mithra, Rá e Vishnu.
São racionais, inteligentes, brilhantes, atraentes, geralmente o filho predileto do grande Deus do Céu. Têm uma dose considerável de narcisismo, no entanto são ligados à honra, ao comprometimento e a excelência. Eram invocados, por exemplo, para selar pactos, pois viam tudo e eram os mais honrados dos Deuses quando se buscava um para servir de testemunha para acordos, o que faz com que muitos destes, também, fossem Deuses legisladores ou ligado às regras, como o mesopotâmico Shamash, responsável pela justiça e pelas contendas a serem resolvidas, e o romano Hélio, que acompanhado de sua irmã, Aurora, eram os primeiros a se levantar, sendo ele responsável, por exemplo, pela descoberta das traições cometidas por Afrodite contra seu marido, Hefesto.
Com a luz, eles viam tudo, e por isso eram invocados em situações de dúvidas ou quando se precisava de esclarecimentos, pois corroboraria o que havia sido cometido por ambas as partes, num período em que a palavra de uma pessoa era levada muito em conta, principalmente entre homens. São imparciais, fortes, e por não fazer distinção a ninguém que se coloca sob seus poderes, por vezes eram hostis.
São os fertilizadores da terra, encontrando na simbologia dos raios solares um símbolo masculino por excelência, então a grande importância para todas as sociedades que logo conheceram e se sedentarizaram através da agricultura, ao passo que povos que não dependiam diretamente desta atividade ou a desenvolveram de forma tardia, como Celtas Gaélicos, tinham, a princípio, uma Deusa ligada ao Sol, a saber, Grian.
O movimento do astro foi o que influenciou, por exemplo, as formas de se traçar um círculo mágico, seja ele de forma “horária”, ou deosil, ou de forma anti-horária,widdershins. Princípios rituais como estes, remanescentes dos antigos ritos solares, foi o que sobreviveu entre as práticas de magia popular dos povos indo-europeus e chegou até o movimento atual do neo-paganismo. Eles são também senhores do tempo, a posteriori, quando começarem a se aplicar nas sociedades os calendários solares.
Na roda do ano, ele é o elemento preponderante dos cultos, já que se celebra o posicionamento, o nascimento, a força e o declínio da figura da qual se dependia todo uma cultura, e na mente destes povos, o desagrado à esta divindade, e bem como o não retorno dela aos céus seria letal para o povo que sofria com o as privações do inverno. Era comum que fogueiras e oferendas propiciatórias fossem feitas, com o intuito de fazer com que o Deus Sol retornasse, aquecendo e trazendo vida aos seus filhos.
Texto de Paulo Fernandes
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