De acordo com o comunicado do INAH, o teatro, com espaço para cerca de uma centena de pessoas, terá sido usado na altura pela elite da época, que recorria a obras políticas para ganhar poder na cidade.
“Era um teatro exclusivo, tendo em conta que foi encontrado numa acrópole, a 42 metros de altura em relação às praças do complexo”, disse Luis Alberto Martos López, responsável pela investigação, que foi apresentada no VII Colóquio de Arqueologia, que está a acontecer no Museo del Templo Mayor, subordinada ao tema “Abandono y destrucción. El final de las ciudades mesoamericanas”. Ao contrário do que é habitual, este teatro foi encontrado dentro de um complexo que foi há 1200 anos um palácio, e não nas praças pensadas para receber multidões, explica num comunicado Martos López.
Na apresentação, o investigador acrescentou ainda que existem vários teatros maias a descoberto, em cidades como Tikal, Guatemala e Campeche. Este, no entanto, é mais pequeno, sugerindo que pelo tamanho e pela localização, o acesso ao espaço só poderia ser restrito.
Segundo a investigação, nos anos 800-850 d.C. em Plan de Ayutla, vivia “uma nova dinastia que tratava de se legitimar através do teatro político”, usando esse poder sobre as minorias da região, o que significa que apenas frequentava o teatro quem interessava à elite manipular.
“As sociedades maias ficaram conhecidas por Estados teatrais porque os seus governantes utilizavam os teatros para exercerem publicamente o seu poder de forma teatral”, esclarece Martos López, acrescentando que os mesmos propósitos se aplicavam à religião ou a outras questões simbólicas.
O grupo de arqueólogos encontrou ainda nas imediações do teatro ocarinas e apitos, assim como esculturas de estuco com representações de um prisioneiro e de alguns deuses.
As ruínas que provam a ocupação maia, civilização que ficou conhecida pelos seus avanços na área da escrita, matemática e também astronomia, estão espalhadas por vários países, como México, Honduras, Guatemala e El Salvador. Mas segundo alguns investigadores, a civilização nunca desapareceu por completo. E alguns dialectos ainda são falados em países da América Latina.
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