Elas pediram aos deuses a vida eterna mas esqueceram de pedir juventude eterna, portanto envelheciam sem morrer. Eram as três irmãs mais velhas e guardiãs das Górgonas. Decrépitas, tinham somente um olho e um dente que elas compartilhavam entre si. Nunca o dente e o olho estava ao mesmo tempo com uma só, ou seja, durante todo o tempo só uma delas falava, outra só uma tinha visão e a última apenas ouvia.
Enyo - o terror, Deino - o medo e Pefredo - o alerta, viviam no Extremo Ocidente, no país da Noite, onde jamais chegava o sol. Apesar das Gréias serem consideradas pacíficas, Enyo é possivelmente um hipocorístico feminino de Enyálios, deus das lutas armadas, muitas vezes associado ao grito de guerra. Trata-se, talvez, de divindade pré-helênica. Enyó seria "a que faz penetrar, a que fura". Também é considerada parte do cortejo sangrento de Ares. Em Roma foi identificada com a deusa da guerra Belona.
Somente as Gréias sabiam do caminho para chegar nas Gorgonas. Quando Perseu ofereceu-se a trazer a cabeça da Górgona, a Medusa, Hermes mostrou a Perseu o caminho das Gréias e ele conseguiu apoderar-se do olho e do dente das Gréias, recusando-se a devolvê-los até que elas mostrassem o caminho que lhe permitiria chegar até as Ninfas, que lhe dariam tudo o que necessitava para lidar com Medusa.
Se o mito de Perseu e Medusa representa o enfrentamento dos nossos medos e temores, as Gréias representam o aprendizado necessário para o autoconhecimento. Como guardiãs do que se encontra mais oculto de nós, algumas vezes precisamos apenas olhar para nós mesmos, sem críticas e sem medo. Ora devemos ouvir, o que dizemos para nós mesmos. Ora devemos falar sobre o que mais tememos. São as Greias que poderão nos indicar o caminho para a autodescoberta.
Elas são grisalhas desde o nascimento e pela sua velhice aparente, estão relacionadas às antigas crenças que carregamos desde a mais tenra idade e que influenciam em nosso presente. Existem vários mecanismos que desenvolvemos desde a nossa infância, como sermos ensinados a lutar contra aquilo que achamos incorreto e por isso criamos afirmações do tipo: eu não posso, eu não consigo, eu não... Acreditamos que podemos evitar o que consideramos incorreto com simples convicções e expressões que gravamos em nós mesmos. Infelizmente, o que épositivo não aflora em nós naturalmente.
Temos a opção de pensar apenas em coisas que nos façam felizes, reconhecendo os nossos talentos e habilidades. No entanto, muitas vezes esquecemo-nos desse aspecto e pensamos negativamente a nosso respeito quando as coisas vão mal. È difícil contornar a situação de modo a vencer este sentimento de derrota, o mais fácil é certamente entregarmo-nos à tristeza. A fórmula para vencer os nossos pensamentos negativos não está disponível em outras pessoas e em nenhum lugar. É preciso existir uma grande força interior para assumirmos o controle da nossa mente.
Tudo se torna mais fácil e divertido quando sentimos emoções positivas. Quando pensamos e agimos de forma diferente, o nosso pensamento torna-se criativo. Quando apreciamos e reconhecemos o melhor de cada situação ou experiência, nos tornamos melhores e naturalmente o mundo à nossa volta se torna melhor. Quando aprendemos a rir de experiências menos positivas, descobrimos que não precisamos estar mal diante de situações ruins. Ser otimista, é correr o risco de realizar sonhos, é acreditar na capacidade de gerir o nosso destino, pois a vida não é algo que podemos impor ou fazer barganha, mas que devemos construir.
Se conheces a ti mesmo, mas não conheces o teu inimigo,
por cada vitória sofrerás também uma derrota.
Se conheces o teu inimigo e conheces a ti mesmo,
não precisas temer o resultado de cem batalhas.
Se não conheces a ti mesmo nem conheces o teu inimigo,
perderás todas as batalhas.
(Sun Tzu, A Arte da Guerra)
FONTE: EVENTOS E MITOLOGIA
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