Sob a luz me fiz nascer,
Deixando o casulo cósmico, voltei.
Refiz vestes e sonhos.
Busquei o amor e sonhei.
Amei e fui amada,
Desejei e fui desejada.
Voltei-me em vórtices contínuos
Transformei-me!
Pressenti a luz em mim,
Fecundei!
Pari as dores de ser.
Reparti cantos, danças e canções de ninar.
Embalei, contei histórias, falei da Deusa.
Da água, do fogo, do ar e da terra.
Arei, semeei e colhi.
Rompi barragens e deixei-me fluir.
Percebi minha serpente e minha águia.
Acalentei-as!
Percebi meus rios internos na cor de escarlate,
Abençoei-os!
Fertilizei meus sonhos,
Libertei minha liberdade, sem medos, sem bagagens.
Desbravei minha alma.
Busquei a luz!
Refiz mapas, tracei metas, divaguei em trilhas.
Fiz-me mulher!
Hoje, aquieto-me sob brumas.
Serenamente me entrego,
Num sopro ardente e de ardor lunático .
E ela, a Lua, arde em mim.
Vibra, sopra segredos envolventes.
Sinto-me estrela.
Sinto-me cúmplice do universo.
Bebo o vinho da noite em celebração.
Reparto o pão doando a vida.
E um dia, então, ela, a Lua
Cobrirá meus negros cabelos de branca luz´.
E neste exato momento serei apenas um ponto,
Uma partícula a confundir-se com
Uma estrela no leito celeste.
Poema de - Graça Azevedo/ Senhora Telucama –
perfeitoo ..
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