Cerridwen / Ceridwen / Caridwen - Deusa da Lua do panteão galês, sendo chamada de Grande Mãe e A Senhora. Deusa da natureza, Cerridwen era esposa do gigante Tegid e mãe de uma linda donzela, Creirwy, e de um feio rapaz, Avagdu. Os bardos galeses chamavam a si mesmos de Cerddorion, filhos de Cerridwen. Há uma lenda que diz que o grande bardo Taliesin, druida da corte do rei Arthur, nascera de Cerridwen e se tornara grande mago após tomar algumas gotas de uma poderosa poção de inspiração que Cerridwen preparava no seu caldeirão. Cerridwen é ainda a deusa da Morte, da fertilidade, da regeneração, da inspiração, magia, astrologia, ervas, poesia, encantamentos e conhecimento.
Sua história vem do País de Gales medieval e se encontra escrita em "The Mabinogi” (1977) de Patrick K. Ford.
Seu aspecto caracterizado em corpo de uma velha, representa o conhecimento de todos os mistérios que só a idade e a experiência podem proporcionar. Ela é a Deusa que devemos reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa do caos e da paz, da harmonia e da desarmonia.
Deusa da lua, dos grãos, da natureza. A porca branca comedora de cadáveres representando a Lua. Associa-se a morte, a fertilidade, a inspiração, a astrologia, as ervas, os encantamentos, o conhecimento...
Cerridwen é uma deusa celta e seu culto era mais representativo no País de Gales. Era a "senhora do caldeirão" e representa a poção da vida e da morte. O caldeirão, seu maior símbolo representa a fertilidade e a regeneração, por isso também era deusa dos bosques e dos animais. Os rituais para era deusa eram feitos na lua minguante.
Para os galeses, Cerridwen é uma Deusa Tríplice (donzela, mãe e mulher idosa), cujo animal totêmico é uma grande porca branca. Ela é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e do conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o mesmo poder que leva as almas para a morte, traz a vida. De seu ventre parte toda a vida e a vida provém da morte. Do interior de seu caldeirão emanam porções, com as quais Cerridwen comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus adoradores.
Na mitologia galesa, a história de Taliesin e Cerridwen nos oferece um exemplo de renascimento, após a luta mágica de transformação da Deusa Cerridwen e Gwion, onde Gwion torna-se um grão de trigo e Cerridwen, sob a forma de uma galinha, engole-o, resultando no seu renascimento em Taliesin.
As energias masculinas e femininas convergem na concepção e no momento da criação. É o bailado coreográfico destas energias que formam a base para o equilíbrio e a harmonia do nosso universo. A tradição Druida explica que todo o aspecto feminino tem um aspecto masculino complementar.
Cabe também acrescentar que, Cerridwen vivia ao lado do lago e era encarregada do caldeirão do renascimento, Morgana era a Senhora do Lago que leva Artur de barco à um local nas proximidades de Avalon, com intuito de curar suas feridas.
Na tradição galesa, o caldeirão do renascimento é associado com Ceridwen, deusa do grão e da inspiração, a suprema iniciadora e senhora dos mistérios. Nele ela ferve a poção iniciadora, a fonte de todo conhecimento. Em sua função de guardiã da sabedoria, ela pode assumir formas assustadoras, com o propósito de inculcar responsabilidade pelo conhecimento e seus usos.
A simbologia o torna uma ferramenta de transformação, mas também como a imagem do ventre materno. Acredita-se que o caldeirão é capaz de transforma a base material em espiritual, a mortal em imortal e de formar a bebida da imortalidade e inspiração.
Relata a lenda que Ceridwen, esposa do nobre Tegid do norte de Gales, tinha uma filha, que era a mulher mais linda do mundo, e um filho terrivelmente feio. Pensando em compensá-lo por sua feiura, Ceridwen usa sua magia para preparar a “poção da inspiração e de toda sabedoria”, no intuito de torná-lo o sábio vidente mais famoso de todos os tempos.
Para tanto, durante o ano ela colhe flores, folhas e ervas, que cozinha em seu caldeirão. Um ano e um dia fervilha a poção no caldeirão mágico de Ceridwen, quando três gotas respingam no dedo do jovem ajudante Gwion, encarregado de manter o fogo aceso. Como reflexo, ele põe o dedo na boca. As três gotas da poção mágica foram suficientes para que diante dele se abrissem passado, presente e futuro, incluindo o conhecimento do perigo que lhe advinha da própria Ceridwen, assim que esta soubesse do ocorrido.
Deixando pra trás o caldeirão fervente, ele fugiu na forma de um coelho, um peixe, um pássaro, mas a deusa-mãe o perseguiu como cachorro, lontra e falcão. Finalmente Gwion se reduz a um grão de trigo, mas é engolido por Ceridwen transformada em galinha preta. Ela engravida e o traz ao mundo como um menino tão bonito, que ela não é capaz de matá-lo. Em vez disto, ela o esconde num saco de couro e o joga ao mar, de onde é pescado pelo nobre Elffin, “o sem sorte”, na véspera de Beltane, de quem recebe o nome de Taliesin.
Mas o de Ceridwen não é o único caldeirão da mitologia celta. Quando chegaram à Irlanda, as tribos da Deusa Dana (os Thuata Dé Danaan), mãe fecunda, geradora divina de todos os deuses irlandeses, trouxeram consigo a religião, a ciência, a profecia, a magia e, principalmente, quatro talismãs, entre eles o caldeirão de Dagda, o Deus Bom. Conhecido por sua abundância, o caldeirão de Dagda incessantemente produz a comida mais requintada e a bebida mais saborosa. Diz-se que ninguém se afasta insatisfeito deste caldeirão inesgotável e benéfico.
Já na tradição bretã, a assimilação do cristianismo trazido pelos romanos transformou o caldeirão no Santo Graal, afirma-se que no Graal havia uma fusão do caldeirão mágico do paganismo celta e do cálice sagrado do cristianismo, com os produtos tornados místicos e gloriosos,o cálice capaz de regenerar a terra devastada, desde que o cavalheiro que o encontrasse tivesse um coração puro e fizesse a pergunta apropriada, façanha que coube a Gawain, Cavalheiro da Távola Redonda. A pergunta correta a ser feita era: “A quem deve ser servido este copo?”
Cerridwen chega em nossas vidas anunciando um tempo de morte e renascimento. Quando algo está para morrer, devemos permitir que se vá para que algo novo possa nascer. Não devemos encarar a morte como um fim, mas um renascimento A nossa presença aqui é tão pungente! A pequena faixa de claridade que chamamos nossa vida está suspensa na escuridão de dois desconhecidos. Há a escuridão do desconhecido, na nossa origem. Emergimos subitamente desse desconhecido e inicia-se a faixa de claridade denominada vida Depois, há a escuridão do fim, quando desaparecemos mais uma vez de volta ao desconhecido.
A totalidade só é conquistada no momento que dissermos sim e dançarmos com a morte e o renascimento Cerridwen diz a você que sempre receberá de volta o que der a ela, portanto entregue-se e renascerá.
Acima de tudo, celebramos , a poderosa Senhora celta da Sabedoria, a porca branca comedora de cadáveres, cujo caldeirão contém a passagem para os mistérios do Universo. A mais antiga forma da Deusa Tríplice, é ao mesmo tempo a Deusa da Fertilidade e da Morte, pois o mesmo poder que leva as almas para a morte, traz a vida. De seu ventre parte toda a vida e a vida provém da morte.
E então, quando a Lua não brilha no céu e a escuridão é nosso legado, devemos deitar oferendas a Ela, que também olha por nós em nossos momentos de trevas.
As oferendas tradicionais são o ovo, a maçã, o azeite e os bolos. Mas a fragrância de um incenso especialmente escolhido e a chama delicada de uma vela negra também são oferendas recomendadas.
A Lua Escura que não brilha no céu nos lembra de que nós também temos uma parte sombria. E, por isso, também celebramos nossa sombra, a porção terrível e destruidora que temos dentro de nós. Aproveitando a proteção aveludada da noite escura, podemos nos encontrar com a nossa sombra, não para duelar com ela, mas para convidá-la para uma dança sagrada de integração e plenitude. Dance então com a sua sombra, aceitando-a como parte de você e terminando a dança num abraço de êxtase que vai unir as duas metades de seu ser e tornar você completo. Desse modo, você lembra à terra sob seus pés e aos céus noturnos acima que você, assim como a Deusa, é feito de Luz e Sombra.
Nossa! Amei seu blog, muito lindo e amei muito a história da Deusa Mãe Cerridwen.
ResponderExcluirEstava pesquisando sobre histórias dos Deuses pagãos para colocar no meu Grimório, principalmente a Dela, e encontrei...Obrigada!!
celeste
bom dia celeste
Excluiragradecidos por todos elogios a nos dirigidos e felizes por estar ajudando você em seus estudos.
sempre que precisar estaremos ao seu dispor
selma/marcos
É verdade que na mitologia galesa, deusa da escuridão e dos poderes proféticos?
ResponderExcluirNivea
bom dia nivea
Excluirsua pergunta esta um pouco confusa.
formule melhor para que possamos responde la
selma/marcos
Pq para os galeses, Cerridwen é uma Deusa Tríplice?
ResponderExcluirVando
bom dia vando
Excluirpor favor dê mais algumas lidas no texto e descobrirá por si mesmo sua dúvida.
volte sempre
selma/marcos
excelente texto,muito informação util de facil captação.
ResponderExcluirobrigado pela ajuda!!!!!!!!
Norma
bom dia norma
Excluiragradecemos os elogios e sua participação e ficamos felizes em estarmos sendo uteis
selma/marcos
O caldeirão antigo da Deusa foi reinventado, pelo patriarcado, como o Santo Graal da lenda arturiana e foi transformado em um símbolo solar, o cálice utilizado por Yeshua, ou Jesus Cristo, na Última Ceia qual a verdade sobre isto?
ResponderExcluirWalter
bom dia walter
Excluirnão entendemos o que você quis dizer com isso, fizeste uma mistura enorme e esperamos que seja mais claro e formule outra pergunta.
selma/marcos
Cerridwen é realmente a base para o ciclo do Rei Arthur?
ResponderExcluirGetulio
bom dia getulio
Excluirnão entendemos que ela possa ser chamada de base para esse ciclo.
3fasesdalua
Realmente a meu ver Cerridwen pode ser vista como detentora das três faces da deusa, isto está correto?
ResponderExcluirNanda
bom dia nanda
Excluirdê mais uma lida no texto, vais encontrar essa sua dúvida logo nos primeiros parágrafos.
3fasesdalua
As metamorfoses de Gwion e Cerridwen na lenda nos colocam de frente com as fortes tradições Xamânicas contidas entre os celtas, do que serviu de exemplo para o povo celta isto tudo?
ResponderExcluirMarquez
Vejo está parte da lenda nos mostrando que o espírito é imortal e que em todas as nossas encarnações adquirimos certos conhecimentos dos quais nunca são esquecidos e ficam estes guardados em nosso inconsciente, no profundo de nossas almas, essa a meu ver é a raiz da ancestralidade.
ResponderExcluirMarcelo Reis
Sou uma leiga nestas matérias mas gosto sempre de aprender mais um pouco. Acho lindos estes textos mas penso que só estarão ao alcance de seres mais iluminados e conhecedores de si próprios para entende los. Não obstante, também gosto de realizar alguns rituais mas que ficam pela reflexão e oração.
ResponderExcluirSenti-me muito ligada a uma citação deste ritual:
"Ajuda-me a ter uma acção ponderada, a minha mente clara e as minhas emoções controladas...."
Tem sido algo que eu ambiciono há muito mas que me foge em muitas circuntâncias. É algo que faz parte das minhas preces pois acho que é muito benéfico para nós e para aqueles que nos rodeiam.
Preciso dessa paz na minha vida.
Eliane
bom dia eliane
Excluirvocê como leiga esta melhor que muitos que se acham entendidos nesses assuntos.
estás de parabens por suas ações e continue assim pois estás perto de encontrar a paz que você tanto alcança.
selma/marcos
Os rituais para essa deusa eram feitos na lua minguante?
ResponderExcluirPreta
bom dia preta
Excluirvocês precisam estar mais atentos aos textos pois isso foi um dos primeiros parágrafos da postagem.
3fasesdalua
O blog é muito bom.
ResponderExcluirSelma você é muito linda
parabens pelo belo blog
Arnaldo
Mais um texto primoroso, destacando a grande mãe, parabéns.
ResponderExcluirPassando para desejar um final de semana de paz.
Abençoados sejam sempre.
Lua.
prezada lua
ResponderExcluirmais uma vez agradecemos por suas palavras de carinho e por sua agradável visita.
que tenhas um excelente fim de semana e que não esqueças de voltar ao nosso convivio.
selma/marcos
mas como poderia me aproximar dessa deusa que nunca cultuei antes?
ResponderExcluirobrigado!!
Olá! Ontem o nome Dela não saia da minha mente,fui pesquisar e encontrei vocês!e como leiga,sentindo uma ligação inexplicável hoje o que pude singelamente ofertar a esta Deusa foi incenso de maça,azeite de oliva ,um doce e a vela preta. Não tenho altar e escolhi um lugar bem bonito aqui em casa.agradeci muito,estava mal,e desde que o nome Dela me veio a mente,fui melhorando... A vela se apagou e formou um coração de bolinhas.ja sigo vocês no Face,inspirada por sempre desenhar isso:������,sei apenas que é algo muito bom.Achei que gostariam de saber,eu sigo Rousseau,"sinto antes de pensar". Muito feliz pela leveza que me trouxe.❤gtatidão, amadas!! Inayara
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