sexta-feira, 7 de outubro de 2011

DRUIDAS PARTE II


Um grupo de arqueólogos publicou os resultados de suas pesquisas em tumbas encontradas em Stanway, no sudeste da Inglaterra.

Em uma das covas, datada de 40 a 60 a.C., foram achados restos humanos cremados e artefatos de uso religioso, como mantos com broches cerimoniais e um tabuleiro usado para ler o futuro. Essas são as primeiras evidências concretas de que realmente existiram os druidas, os sacerdotes do povo celta, que viveu na Europa ocidental e na Inglaterra até a expansão romana do século 1 a.C.

Antes dessa descoberta, só se sabia da existência dos druidas por intermédio de relatos escritos, em especial o diário deixado pelo imperador romano Júlio César, por volta do ano 55 a.C. 





Embora possuíssem uma forma de escrita conhecida pelo nome de Ogham, muito parecida com a escrita rúnica, não a usavam para gravar seus conhecimentos.

Após o domínio do cristianismo muito se perdeu das informações históricas daquela maravilhosa civilização, exceto aquilo que permaneceu guardado nos registros de algumas Ordens Iniciáticas, especialmente a Ordem Céltica e a Ordem Druídica.

Por isto, muito da história dos Druidas até hoje é um mistério para os historiadores oficiais; sabem que realmente existiram entre o povo Celta, mas que não nasceram nesta civilização. 






Os druidas mostram-nos que sempre podemos rever o passado para melhor aprender o presente.

A sociedade celta estava divida em apenas 3 classes: o rei, os druidas, e os homens.

Sendo que os druidas eram superiores aos reis.
Falar em druida, entretanto, não é tão fácil, a palavra engloba muitas e muitas funções, seria semelhante a falar "intelectual" nos dias de hoje, o termo engloba várias profissões.

O druidismo é uma religião de natureza pagã. O termo “pagão” tem origem no vocábulo latino “paganus”, que era usado para designar alguém que nasce no “pagus” (o campo, a Natureza). Em termos espirituais, pagão é aquele que acredita na sacralidade da Natureza e de todas as formas de vida. Exemplos de povos pagãos da antigüidade são os gregos, os egípcios, os sumérios, os germânicos e os persas - todos com diversas deidades em seus panteões associadas à Natureza, com deuses e deusas que personificavam as grandes forças naturais do mundo em que vivemos.


Praticamente tudo o que sabemos sobre os druidas antigos nos foi relatado por historiadores gregos e romanos que tiveram contato com os celtas nos séculos que antecederam a era cristã. Políbio, Amiano Marcelino, Tito Lívio, Julio Cesar e Plínio o Velho (entre muitos outros) escreveram sobre os druidas, descrevendo-os como poderosos sacerdotes, sábios e juristas, mas também como inspirados poetas, místicos e conselheiros. Além de terem sido os sacerdotes dos povos celtas, os druidas desempenhavam varias funções . Foi por isso que Julio Cesar afirmou em seus Comentários da Guerra na Gália que, para se tornar um druida, um jovem candidato deveria dedicar de doze a vinte anos de estudos, dada a enorme quantidade de informações que um druida precisava absorver sobre diversas disciplinas.

Um druida deveria ser tão versado nas leis de seu povo quanto hábil em contar os mitos e lendas que formaram aquele povo. Um druida deveria ser sábio o bastante para aconselhar os reis, como também deveria ser sensível o bastante para praticar a cura no sentido mais amplo dessa palavra (não apenas de curar doenças), um elemento fundamental dos deveres dos druidas, como vemos em uma tríade druídica moderna, que diz:

“Três deveres de um druida:

- curar a si mesmo;

- curar a comunidade;

- curar a Terra.

Pois se assim não fizer, não poderá ser chamado de druida." 





Depois das invasões romanas na Gália e Grã-Bretanha, foi somente na Irlanda e no norte do País de Gales – territórios jamais conquistados pelas legiões romanas – que o druidismo permaneceu vivo. Graças aos textos oriundos dessas duas regiões, podemos hoje contrapor as informações contidas nos textos clássicos aos usos e costumes dos druidas preservados através de diversas lendas e contos míticos.

Desses textos, percebemos que o druidismo é uma religião que nos traz respostas pontuais a questões prementes do mundo moderno, como a honra aos nossos ancestrais, e o respeito e a integração do ser humano com a Natureza.

Quando o cristianismo chegou à Irlanda, logo se fundiu ao druidismo que lá ainda existia. O resultado foi o chamado Cristianismo Celta – mais místico, mais profundo e mais filosófico do que o cristianismo de Roma (mulheres eram ordenadas e o uso da magia era freqüente). Na Idade Média, contudo, o poder e a intolerância dos papas não mais suportou as diferenças e a independência do cristianismo irlandês. Foi imposto então, através da força, o cristianismo ortodoxo romano, que sufocou quase que por completo a ancestral sabedoria dos druidas celtas. 



Os druidas modernos professam, basicamente, uma religião pagã, politeísta e animista, com práticas de magia natural (magia onde se usam basicamente o poder das ervas e o aconselhamento com os deuses e ancestrais, tal como no xamanismo) e rituais voltados à celebração da Natureza.

Certamente muitas das práticas do druidismo moderno são diferentes das dos druidas antigos, pois vivemos em outros tempos, com outras necessidades. Essa é uma das vantagens de uma tradição oral. Os textos sagrados do druidismo são os mesmo há milhares de anos, mas eles evoluem, porque não foram escritos: os "textos" sagrados do druidismo são o passar das estações do ano, são os ritmos da Natureza, as marés, as flores, as tempestades, as trilhas do Sol e da Lua através do firmamento. É um texto "interativo", que não deve ser memorizado ou entendido, mas sim sentido no fundo de nossas almas.


Awen esta pequena palavra galesa é usada no druidismo em sua língua original por ser de difícil tradução. Outro motivo de mantê-la sem traduzir é devido à sua sonoridade. Seu significado é “espírito que flui”. Nas palavras de Phillip Shalcrass (druida inglês) a awen é "aquela estranha sensação de formigamento que nos domina ao contemplarmos uma bela peça de arte, ao ouvirmos uma linda canção pela primeira vez, ao vermos o rosto da pessoa que amamos”, enfim, é a sensação de vida que nos arrebata ao permitirmos que nossas sensações se manifestem através de nosso corpo. Esse fluxo de inspiração que jorra não deve ficar represado, deve se transformar em ação. Um dos desafios para o druida moderno é justamente esse: transformar inspiração em ação. Esse jorro pode brotar também de um momento de ódio e indignação. Podemos produzir um lindo quadro ou uma bela poesia depois de sermos arrebatados pela visão de um estonteante pôr-do-sol, da mesma forma que, ao vislumbrar um rio poluído, podemos nos encher de coragem para protestar e tomar alguma atitude que altere essa condição do rio.


Bardos, Ovates e Druidas - Como tudo no universo celta era tripartido (3 mundos – de cima, do meio e de baixo; 3 reinos – terra, água e ar; etc) também eram tripartidas as funções do druida. Embora não fossem uma hierarquia, esses três ofícios eram aprendidos na ordem exibida no título. Depois disso, o druida tinha como opção exercer um dos ofícios em especial.

Como resumiu Estrabão (1º século a.c.): “Os bardos são cantores e poetas; os ovates, filósofos naturais e divinos; os druidas, além da filosofia natural aplicam também a filosofia moral”.

Os bardos: eram especializados na absorção e transmissão do conhecimento druídico, através dos mitos, lendas, poemas e canções que transmitiam a memória ancestral. Os bardos eram os zeladores da tradição e da memória da tribo.

Os ovates - palavra com a mesma origem do verbo português “vaticinar” (predizer, prenunciar, adivinhar). Eram os responsáveis pela cura e pela previsão de eventos futuros. Através de técnicas divinatórias (divinar = conversar com o divino, com os deuses) como interpretar o vôo das aves, por exemplo, os ovates eram capazes de antever eventos ou endências futuras, orientando assim a comunidade. Eram xamãs por excelência, que conversavam com os ancestrais para pedir bênçãos e conselhos, que conheciam os animais e os segredos das ervas e das árvores.

Os druidas – esse nome significa “aquele que tem a sabedoria do carvalho”. Eles eram os sábios, os sacerdotes que conduziam os rituais, os conselheiros dos reis, os professores e os juristas das tribos. Seus “templos” eram as clareiras nos bosques sagrados (nemetons). Eram extremamente respeitados pelo povo e muitas vezes suas palavras tinham mais peso do que dos reis e rainhas.

Portanto, a função do bardo é conhecer sua história e suas lendas para transmiti-las aos demais. Sua matéria-prima é o passado, a experiência, a memória ancestral. Já o ovate trabalha com o futuro, o potencial, o porvir. São duas facetas do mesmo conhecimento sagrado que permeia os mistérios do tempo e permite, com base na experiência do passado e das potencialidades do futuro, criar um presente melhor, que é a função do druida.


O druidismo é uma religião politeísta e seus deuses e deusas não possuem hierarquias ou conceitos de dominância como se encontra na mitologia grega, por exemplo. Tampouco possuem um único atributo, como "o deus da guerra" ou "a deusa do amor". Os deuses dos diversos panteões celtas (praticamente cada tribo possuía um panteão próprio) têm múltiplas faces, atributos e características. Nenhum deles é totalmente bom ou mau, mas desempenham diversos papéis. Não são apenas bons ou apenas maus, mas possuem tanto potencial para o bem como para o mal. Não há a dicotomia de que estamos acostumados, mas sim o equilíbrio de forças negativas com positivas. Os deuses podem ser ao mesmo tempo benevolentes e cruéis: assim como uma chuva que cai sobre a Terra pode ser uma benção quando os campos estão ressequidos ou então uma desgraça quando causa enchentes e destruição. Como curiosidade, vale observar que muitas deidades associadas à guerra/batalha são femininas, enquanto que muitas deidades da fertilidade são masculinas.

Os deuses dos druidas são definidos de 3 maneiras:

- são os ancestrais do povo, divinizados ao morrer;

- são espíritos da Natureza e fenômenos metereológocos (rios, colinas, relâmpagos, chuvas, etc), bem como espíritos patronos de um ofício (das artes, do trabalho, etc);

- são seres poderosos que não possuem corpo físico (deuses literalmente) 





Um historiador do século 4, Ammien Marcellin, acreditava que os druidas estavam ligados em confrarias que obedeciam aos preceitos de Pitágoras. Júlio César, por sua vez, relatou que eles obdeciam um chefe único, possuidor de uma grande autoridade. Com sua morte, seu sucessor era escolhido em função de seu mérito, ou ainda eleito por seus pares. A cada ano, numa data fixa, uma grande assembléia reunia os druidas da Gália em um lugar consagrado, no país dos carnutos. Diferentes descobertas arqueológicas permitiram supor que esse lugar estaria próximo de Saint-Benoît-sur-Loire, na França. Apesar das lutas e das rivalidades que colocavam constantemente em choque as inúmeras tribos gaulesas, essa assembléia de sábios, que pairava acima dos diferentes grupos, sabia manter uma certa forma de coesão social e criar um sentimento de união céltica


Devido à sua sabedoria e à sua ciência, os druidas gauleses foram muitas vezes associados aos brâmanes da Índia pelos autores da Antigüidade. Após o fim do século 18, os lingüistas demonstraram o parentesco indo-europeu unindo, além das distâncias e das fronteiras, a civilização céltica à da Índia védica. Os druidas foram oficialmente reconhecidos como os brâmanes do Ocidente. No entanto, a confraria dos druidas nunca se tornou uma casta; a função sempre foi conquistada pelo mérito, depois de muitos estudos, e não por herança.

Os celtas, profundamente religiosos, iam em grande número buscar instrução junto a seus druidas. Estes, filósofos e idealistas, não admitiam a representação antropomórfica dos deuses, nem a construção de templos, verdadeiras blasfêmias, insultos às divindades. Por essa razão não havia uma estatuária religiosa celta antes da conquista romana. 



A exemplo dos antigos brâmanes, os druidas se recusavam a confiar à escrita seus conhecimentos e suas tradições: "Eles estabeleceram esse uso por dois motivos", explicou Júlio César, "porque não queriam que sua doutrina fosse divulgada, nem que, por outro lado, seus alunos confiassem na escrita, negligenciando sua memória". Tradição escrita significava tradição morta e definitivamente fixada. Quando se pensa nas querelas relativas às interpretações dos textos sagrados que ensangüentaram as religiões da bíblia, só se pode admirar a prudente sabedoria dos druidas; ainda que, devido ao seu silêncio, sua doutrina poderia ter desaparecido para sempre, junto com eles.

Todavia, apesar do segredo de seus ensinamentos, a doutrina dos druidas tornou-se conhecida de todos: ela diz respeito à imortalidade da alma e à existência de uma outra vida após a morte, ou mais exatamente, à continuidade da vida após a morte, com a vida mudando de invólucro e passando para o Outro Mundo: "Há um ponto de seu ensinamento que se difundiu entre as pessoas comuns, aparentemente para incutir nelas a bravura para o combate, e é o de que as almas são imortais e que entre os mortos se alcança uma outra vida", escreveu Pompônio Mela, que acrescentou um detalhe curioso: "Outrora, até os registros comerciais e a cobrança dos créditos eram levados para o além."


A sabedoria dos druidas soube tornar os celtas despreocupados, livres e felizes. Eles eram indiferentes ao seu próprio destino na batalha. Nada se perfilava no horizonte de sua passagem pela Terra. Uma outra vida feliz, sem inferno nem purgatório, esperava por eles no Outro Mundo.

Através das narrativas dos celtas insulares, que esse Outro Mundo, espécie de universo paralelo, o "sidhe", poderia estar situado, simbolicamente, em uma ilha do oceano, no extremo ocidente, ali onde todos os dias o sol se punha, ou seja, a ilha da Felicidade; ou ainda imaginá-lo no norte do mundo como a ilha de Avalon. A cada ano, por volta de 1º de Novembro, durante a festa de Samhain, que marcava o início do ano celta, o tempo e o espaço deixavam de existir e os dois mundos se comunicavam. As elevações neolíticas, as aléias cobertas, os túmulos e os dólmens formando corredores serviam de pontos de contato privilegiados com o mundo dos desaparecidos; prova de que os celtas e seus druidas não tinham qualquer dúvida quanto à antigüidade e à função funerária desses monumentos.


Muito sábios, os druidas também foram, sem dúvida alguma, homens da madeira, da árvore e do carvalho. Todos os testemunhos foram unânimes nesse ponto: poetas, geógrafos e historiadores associam os druidas às florestas. Foi por isso que a conquista da Gália teve o caráter de guerra contra as árvores; e César "foi o primeiro a ousar tomar um machado, brandi-lo e cortar com o ferro um carvalho perdido nas nuvens", escreveu Lucano.

O desflorestamento intensivo da Gália perpetrado pelos romanos contribuiu de forma tão eficaz para o desaparecimentos dos druidas quanto os éditos dos imperadores Tibiro e Cláudio (que proibiram a prática do druidismo nos territórios romanos). Quando São Patrício, em meados do século 5, foi especialmente a Glastonbury com o objetivo de cristianizar definitivamente o local sagrado dos celtas, começou por fazer com que fossem derrubada, com machados e picaretas, todas as árvores que cobriam a célebre colina do Tor. Lutar contra as árvores era, ainda nessa época, uma maneira de lutar contra o druidismo.


Nas clareiras, no coração de florestas densas, protegidas pela penumbra de criptas vegetais, os druidas transmitiam pacientemente a seus discípulos sua sabedoria imemorial: "Eles declararam conhecer a grandeza e a forma da Terra e do Mundo, os movimentos do céu e dos astros, assim como a vontade dos deuses. Eles ensinavam à elite de seu povo uma grande quantidade de coisas, em segredo e durante muito tempo (20 anos), fosse numa caverna ou em pequenos vales (arborizados) afastados."

Tibério havia decidido pela erradicação do druidismo. O imperador Cláudio desejava concluir sua obra: "Ele aboliu completamente na Gália a religião atroz e bárbara dos druidas", relatou Suetônio. Plínio, o Velho, contou como ele condenou à morte um gaulês unicamente porque o infeliz levava nas dobras de sua toga, no curso de um processo, um ovo de serpente, suposto talismã, provando suas estreitas relações com os druidas. Estes, então, escolheram o exílio na Grã-Bretanha, terra-mãe do druidismo (nota: afirma-se que o druidismo surgiu na Grã-Bretanha quando os celtas lá chegaram vindos do continente. Sua espiritualidade teria se fundido à espiritualidade dos povos neolíticos das ilhas britânicas e assim, surgido o druidismo que em seguida foi levado à Gália) . Os druidas atravessaram a Mancha para não ver mais os romanos. Mas isso seria pedir demais. 




Para muitos deles, reagrupados em comunidades, o exílio britânico terminou no ano de 61, na terrível matança da ilha de Mona (na época, um grande colégio druídico, hoje é a atual Anglesey), onde homens, mulheres e crianças foram assassinados, e da qual o historiador Tácito nos deixou uma terrível descrição, antes de concluir: "Colocou-se então uma guarnição nas casas dos vencidos e foram destruídas suas madeiras consagradas a cruéis superstições". Só restou aos druidas um único refúgio, aquele que permaneceria inviolado e inviolável enquanto seus habitantes respeitassem seus deuses: a Irlanda. Foi então que a lenda se misturou estranhamente à história.

Eles aterrizaram na Irlanda numa segunda-feira, quando da festa de Beltane. Chegaram sem navios ou barcos, sobre sombrias nuvens somente com a força de seu druidismo. Trouxeram com eles a Pedra Lia Fail, a Pedra do Destino, para o Ônfalo (umbigo) do Mundo que ficava em Tara, centro sagrado da Irlanda; trouxeram também a Lança de Lug, a espada de Nuada e o Caldeirão do Dagda: objetos fabulosos que se encontram sob diversas formas em todas as lendas da tradição celta. "Os Tuatha Dé Dánann estavam nas Ilhas do Norte do Mundo, aprendendo a ciência e a magia, o druidismo, a sabedoria e a arte. E ultrapassaram todos os sábios das artes do paganismo." (A Segunda Batalha de Mag Tured" - ou Moy Tura, traduzido para o francês por C. J. Guyonvarc'h). 






Essas três palavras, Túatha Dé Dánann, significam Tribo da Deusa Dana. Mas o historiador irlandês Geoffrey Keating forneceu, no século 17, outra explicação, coincidente com a teoria das três funções, fundamento da sociedade indo-européia e, conseqüentemente, da sociedade celta (nobres/sacerdotes/artesãos), segundo Georges Dumézil: "Outros dizem que eles se chamam Túatha Dé Dannan devido aos três grupos que formavam quando vieram para a Irlanda nessa expedição. O primeiro bando, que se chamava Túath, tinha a posição de nobreza e comando das tribos. (...) O segundo bando era o que se chamava de Dé (deuses) assim com eram seus druidas. O terceiro bando, que se chamavam Dánnan, era o das artes ou das técnicas ." (...)

As lendas são verdadeiras, tão verdadeiras quanto a história.

Júlio César, informado por seus espiões, afirmou: "Acredita-se que sua doutrina nasceu na Grã-Bretanha e dessa ilha foi para a Gália". 




Samhain é o ano-novo dos druidas, um festival de tanta força que perdura até hoje nas datas cristãs "Dia de Todos os Santos" e "Finados", como também na festa popular do Halloween. O principal tema desse festival é o agradecimento, a honra e a conexão com nossos ancestrais, desde os entes queridos que não estão mais entre nós, até aqueles que não sabemos mais os nomes, inclusive os deuses. É o momento em que o Outro Mundo fica mais acessível, a fronteira entre os mundos fica pouco definida e a data é propícia para se comunicar com os espíritos em busca de inspiração, cura e bênçãos. Bom momento para oráculos. Sobretudo, é hora de honrar os mortos e agradecer aos ancestrais pelo dom mais precioso que nos deram, nossas vidas. Podemos materializar esse agradecimento através de oferendas que são queimadas nas chamas da fogueira ritual ou revendo velhos álbuns de família, desenhando nossa árvore genealógica, convidando os mais velhos da família a contar histórias de suas vidas. É costume se deixar acesa uma vela numa das janelas da casa para mostrar aos ancestrais que eles são bem vindos. Ritual introspectivo, silencioso, respeitoso, celebrado à noite.

Esse festival é associado ao Dagda e à Morrighan, que, no entardecer (nem dia, nem noite) de um Samhain, fazem amor em um vau (nem rio, nem terra), onde estavam os corpos dos mortos de uma batalha que aconteceria no dia seguinte. Os druidas reservam uma parte do rito para honrar essas deidades que manifestam os aspectos de morte (Morrighan) e renascimento (Dagda) do Samhain. 





É fácil se entender o porquê dos padres da Igreja Católica terem tido material suficiente para acusarem religião céltica de pagãs e para colocar os sacerdotes celtas, especialmente as sacerdotisas, nos bancos de réu da inquisição e cujos veredictos sempre eram a condenação à morte na fogueira.

As Tríades dos Druidas de Gales ensinam que todo ser deve buscar a evolução rumo à perfeição. Toda bondade advém da Deusa, e portanto nossa busca pela perfeição nos leva ao encontro da Deusa.

Os druidas tinham a capacidade de provocar tempestades e terremotos, e podiam predizer o futuro, mas não lhes era possível modificar o rumo do destino. 



Um Druida segue as estações do ano, e o ciclo da Natureza. Um Druida não segue regras como qualquer religião, pois tudo é baseado na naturalidade e no amor que a natureza perfeita criou, seus rituais não devem ser escritos, mais sim sentidos no fundo de nossas almas e conectado ao universo com a inspiração que é denominada como magia. O mistério de um Druida é a conexão da alma com a Natureza, outra pessoa, o mundo em que vive, seu trabalho, seu alimento, seus desejos mais intensos.

Tudo emana energia e nossa alma é energia. Toda energia é sagrada e deve ser respeitada e honrada. Assim como todas as formas de vida sem exceção. O Druidismo é a forma de amor e contato com a verdadeira criação do ser humano: A natureza. O nome Druida significa aquele que tem a sabedoria do carvalho. Seus templos eram as clareiras nos bosques sagrados e sua inspiração era a beleza do universo.

Hoje, o maior papel de um Druida é transformar e interagir com o mundo para que ele seja um lugar mais equilibrado, mais puro e respeitado como qualquer um antigo sábio do carvalho cuidaria de seu mundo, seu lar na natureza, e sua conexão com o conhecimento e a cura para um planeta cansado de sofrer


O Druidismo era rigidamente baseado em iniciações rigorosas, havia princípios rígidos a serem cumpridos, e o conhecimento dos métodos de atuação sobre a natureza eram de uso exclusivo dos sacerdotes, sacerdotisas e iniciados.

No dia 04 de Outubro de 2010, depois de 2000 anos de perseguições, o druidismo foi oficialmente reconhecido como religião no Reino Unido, com todos os direitos que as outras religiões, inclusive as estrangeiras já tinham dentro da própria casa dos druídas. 






38 comentários:

  1. o povo druidafoi um povo interessante, os druidas I ja estava ótimo, agora com os druidasII ficou melhor.

    Aretuza

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  2. Todos os bruxos e bruxas pertencem ao povo druida?


    Marcio

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  3. Espero que tenha Os Druidas III e outros


    Debora

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  4. Estou perplexa com a cultura que este blog tem
    Parabens.

    Para se praticar esta religião qual o melhor caminho, patra uma pessoa que nunca pertenceu a nenhuma religião?

    Joana

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  5. Amei, adoro texto sobre os druidas.


    Roseli

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  6. Gostaria de saber se vocês fazem palestra sobre este assunto?


    Marinalva

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  7. Boa tarde

    O texto é muito bom.

    Estou cada dia mais aprendendo um pouco desta religião.

    Rodolfo

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  8. Gostaria de saber como faço para fazer um culto aos druidas


    Jaciara

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  9. Se o primeiro era bom oq falçar do segunto Bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm



    Raquel

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  10. Não tem mais oq falar, tudo aqui é muito bom


    Adolfo

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  11. Voces poderiam fazer mais textos sobre a Dama do lago?


    Veronica

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  12. Olá meu nome é Ana Lucia

    Adorei o blog, espero voltar outras vezes aqui

    ResponderExcluir
  13. Eu sou fã deste tema, por isto quero deixar aqui registrado.

    Poderiam postar mais coisas sobre Morgana

    Jardel

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  14. Os druidas são os tão famosos povo da floresta?


    Geovane

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  15. Toda civilização nasceu dos druidas?



    Claudia Serra

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  16. Os druidas tb faziam os rituais dos bruxos?
    eles faziam sacrificios? pergunto pq na época dos celtas esses rituais eram comum

    Hermano

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    Respostas
    1. Nao nunca os druidas respeitam e sempre respeitaram a fauna e flora jamais matariao um ser vivo.

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  17. como vc sabe que é um bruxo?


    Sergio

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  18. Os druidas eram os que davam a palavra final os reis celtas.
    Minha pergunta: Porque os druidas com toda sua sabedoria deixou que o cristianismo tomasse o poder?

    Laerte

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  19. bom dia aretuza

    obrigado por sua presença e principalmente por ter gostado por estarmos voltando a abordar esse tema.

    volte sempre
    selma/marcos

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  20. boa noite marcio

    uma grande parte dos bruxos(as)tem origem druida

    obrigado pela visita
    selma/marcos

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  21. boa noite debora

    obrigado pela visita e com certeza teremos que voltar a esse assunto.

    volte sempre
    selma/marcos

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  22. boa noite joana

    muito bem vinda ao nosso blog e muito obrigado pelas palavras elogiosas.

    quanto a ser da religião busque conhecimento e leia com bastante atenção sobre tudo.

    esperamos encontra la muitas vezes

    volte sempre
    selma/marcos

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  23. boa noite marinalva

    nossos compromissos profissionais nos impede de fazer uma palestra sobre esse ou qualquer outro assunto abordado aqui no nosso blog.

    mas não descartamos a possibilidade de isso um dia vir a acontecer.

    obrigado pela visita
    selma/marcos

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  24. obrigado rodolfo

    ficamos felizes em saber que você esta gostando e adquirindo conhecimento sobre os assuntos da antiga religião.

    continue sua busca
    selma/marcos

    ResponderExcluir
  25. boa noite jaciara

    um lugar bem bonito a de preferência com muito verde.

    volte sempre
    selma/marcos

    ResponderExcluir
  26. boa noite raquel

    obrigado pelos elogios e esperamos que continue a nos visitar
    selma/marcos

    ResponderExcluir
  27. boa noite adolfo

    você pode não ter o que falar , mas nós temos.

    muito obrigado por frequentar o blog.
    selma/marcos

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  28. boa noite veronica

    esse é um tema que com certeza voltaremos a abordar.

    vou revelar a você um segredo.... esse é um assunto que nós também adoramos, nos faz lembrar de uma mulher muito especial.

    volte sempre
    selma/marcos

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  29. boa noite ana lucia

    nós também esperamos que volte muitas vezes ao nosso blog.
    selma/marcos

    ResponderExcluir
  30. boa noite jardel

    somos seu fã também e pode deixar que sua sugestão esta anotada.

    volte sempre
    selma/marcos

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  31. boa noite geovane

    isso mesmo, eles são o povo da floresta.

    obrigado pela visita
    selma/marcos

    ResponderExcluir
  32. boa noite claudia serra

    não podemos generalizar quanto a isso, já que tiveram muitos povos antes e depois deles.

    volte sempre
    selma/marcos

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  33. boa noite hermano

    os druidas não faziam nenhum tipo de sacrifícios.

    mas há relatos de que os guerreiros celtas se ofereciam a esse tipo de ritual.

    obrigado pela visita
    selma/marcos

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  34. boa noite sergio

    você com certeza sentirá alguma coisa diferente dos outros.

    bem vindo
    selma/marcos

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  35. boa noite laerte.

    os druidas eram um povo de paz e usavam a sabedoria como sua grande arma.

    mas existe um proverbio que diz que contra a força e o poder das armas não há resistência e foi isso que a igreja usou para tentar exterminar nossos antepassados.

    estamos renascendo
    selma/marcos

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  36. muito bom o texto
    estou iniciando com o druidismo
    no primeiro momento ja estou no processo de curar a si proprio
    adorei o conteudo muito bom saber que pessoas como vcs continuam a levar o conhecimento a todos ..

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