sábado, 18 de abril de 2015

QUANDO AS MULHERES SABIAM TUDO...


A terra é um organismo vivo, e o homem se esqueceu disso.

Perdido na adoração de um Deus que representa seu próprio umbigo, o homem se esqueceu da beleza de ser parte, numa criação bem mais grandiosa que essa síntese carente da cosmogonia judaico-cristã, vivendo na crença de ser o único ser agraciado pela imagem e semelhança de Deus. O próprio agricultor, que vive em contato direto, em relação de dependência direta da terra, encara o solo como mero suporte para sua atividade, muitas vezes negligenciando as necessidades de recuperação natural da terra.

A Sociedade Tecnocrática acelerou os principais antagonismos vivenciados pela população humana desde o início da civilização pós-glacial, e finalmente, gerou a insustentabilidade que impera em todas as relações a nossa volta. A exploração do homem pelo homem e a exploração dos recursos naturais atingiram níveis insustentáveis. A sociedade que apregoa o consumo indiscriminado vive hoje seu maior dilema: como continuar estimulando o consumo, se não há condições materiais para satisfazê-lo? A resposta para essa pergunta está na administração racional da Economia, redirecionando a principal função do Mercado para seu caminho original: escoadouro da produção, com o objetivo de distribuir a riqueza produzida pelas economias regionais.

Há solução pra tudo, mas é preciso primeiro enxergar os problemas. Infelizmente, aqueles que foram enredados pelas falsas promessas de conforto e luxúria são rudes demais pra perceber que alguma coisa vai mal. Aquele que vive o Caminho do Buscador procura (re)estabelecer seu elo com a natureza, com aquilo que pode, seguramente, religar o homem ao seu Fluxo de Criação. A natureza certamente representa, para os Buscadores, a fonte mais segura de consulta. Mas para saber consultá-la com eficiência, é preciso sintonizar-se.



O homem vive prisioneiro de seu tempo. Tem sido assim desde que se rompeu o elo entre o ser humano e a natureza. Antes, o homem vivia em sintonia perfeita com a natureza. As mulheres sempre estiveram harmonizadas com a natureza através do ciclo menstrual, que sofre influência direta da dança do Avô Sol e da Avó Lua. Os homens precisam conviver constantemente com as mulheres para serem influenciados pelos odores dos hormônios nas diferentes fases do ciclo menstrual e a partir daí, sintonizarem a frequência da dança. Resumindo: as mulheres são Oráculos. Os mais eficientes que existem!

Basta estar ali, ao seu lado, convivendo com igualdade, que você vai saber ler todas as respostas do universo nos cheiros da mulher! Durante milênios, a Civilização subjulgou a mulher. Onde quer que tenha se instalado esse modo predatório e absurdo de Cultura, a mulher foi considerada sem alma, um tipo de animal, ou qualquer outra coisa pejorativa que valha.

Nas civilizações anteriores, pré-glaciais, que serão descobertas após as mudanças geográficas, as mulheres ocupavam o centro da cadeia de poder, e dominavam os segredos do conhecimento dos fenômenos da vida e da morte. Os povos antigos surgirão do centro da Terra revelando os segredos do passado. Veremos que as mulheres foram as primeiras a entender o funcionamento da vida, graças ao seu poder de gerar vida e de viver em sincronia natural com a Vida.

As mulheres se reuniam em grupos, trocavam segredos e rapidamente desenvolveram as faculdades humanóides com mais sutileza que os homens. Vivendo essencialmente agrupadas, em um modo de comportamento mais calmo, as mulheres desenvolveram uma linguagem mais precisa, que as permitia ensinar o que aprendiam e trocar conhecimentos com mais eficiência. O tipo de atenção que se exige de um coletor também pode ter contribuído para gerar mais sutileza na fabricação de instrumentos que permitissem realizar trabalhos mais eficientes.

Rapidamente, as mulheres descobriram que poderiam viver de uma dieta feita de raízes e folhas, trocando entre o grupo conhecimentos obtidos na coleta de ervas. Enquanto isso, os homens ainda tentavam descobrir a melhor maneira de capturar o mesmo bisão; as mulheres já haviam catalogado ervas e raízes, desenvolvido um tipo rudimentar de medicina que as tornou mais fortes que os homens, e se isolado em grupo fechado que se servia de alguns poucos homens, devidamente escolhidos e educados, para defendê-las, trabalhar nas tarefas mais pesadas e gerar descendentes.

Foi aí que a coisa complicou! A inocente da Eva resolveu educar os homens. Uma mulher cometeu o pecado de levar o fogo à caverna para explicar aos homens como viver em comunhão com a natureza, sem temê-la. Os homens, acostumados ao medo da caçada, não quiseram ouvir a história da mulher, acusaram-na de demoníaca e resolveram continuar adorando o Deus que lhes atendia as preces (ás vezes) trazendo a caça. Mas o encontro rendeu mais... de posse do conhecimento compartilhado, os homens subjulgaram as mulheres e utilizaram a ciência desenvolvida por elas para dominar a natureza, em vez de viver em comunhão com o meio. Desse dia em diante, as mulheres teriam dores para parir, por que o Círculo Sagrado que difundia os Segredos da Boa Vida nunca mais se reuniria. As mulheres seriam perigosas, por isso seriam colocadas em inferioridade, para que não se unissem e não voltassem a compartilhar segredos. O valor principal seria a força, para que as mulheres não pudessem se sobressair. E os filhos se transformariam em castigos, para que nenhuma outra geração fosse amada e descobrisse a Verdade.

FONTE: In Lak'ech



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