sábado, 10 de janeiro de 2015

AS BRUXAS DE TODO O SEMPRE


Engraçado como a vida se encarrega das coisas, ela está sempre nos lembrando de que somos pedaços de Terra antiga, pedaços de história sagrada embebidos em sabedorias e tristeza; Tristeza esta, que nos mostra claramente que certas pessoas se esquecem de que há a colheita e negligenciam o plantio; Plantio este, que somente depois de uma longa jornada conseguimos entender que um dos maiores tesouros da vida humana é não viver na ignorância religiosa e todas as outras é compreender que boa parte das confusões, das discórdias, das invejas, das doenças, das armadilhas, surge da profunda dor que causa a temporária incapacidade de descobrir onde e quando vamos ter a capacidade essencial de sentir o amor e com isto termos a Grande Sabedoria.

A herança que temos das nossas Ancestrais é que ser uma Bruxa é ter a força dos céus e das trevas, a luz do sol, o brilho da lua, o resplendor do fogo, a presteza do vento, a profundidade do mar, a estabilidade da terra e a firmeza de uma rocha. Ser uma Bruxa é estar em contado com os seres do universo, com os seres da natureza é muito mais do que um ser comum pode imaginar.

Minha tristeza ainda é saber que algumas pessoas ainda teimam em afirmar que uma Bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher velha, nariguda e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível, mais esquecem completamente que as Bruxas foram implacavelmente caçadas durante a inquisição na Idade Média. 



Um dos métodos usados pelos inquisidores para identificar uma bruxa nos julgamentos do Santo Ofício consistia na comparação do peso da ré com o peso de uma Bíblia gigante. Aquelas que fossem mais leves eram consideradas bruxas, pois se dizia que as bruxas adquiriam uma leveza sobrenatural. Frequentemente as bruxas são associadas a gatos pretos, que dentre as Bruxas Tradicionais são os chamados Puckerel, muitas vezes tidos como espíritos guardiões da Arte das Bruxas, que habitam o corpo de um animal. Estes costumam ser designados na literatura como Familiares.

Somos treinadas para entender que sempre que fizermos algo para o outro, estaremos fazendo sem nada esperar em troca, e aprendemos também que nunca devemos depositar nossas esperanças nas mãos de ninguém. Somos o único e absoluto responsável por nossa paz ou desespero. Pois nunca ninguém visitará o nosso abismo mais profundo, só nós podemos chegar lá. Ninguém nunca tocará nossa luz essencial, só nós podemos acessá-la. 


Nossa vida é quase sempre linda. Se a vemos como algo difícil, estamos sempre nos esforçando. Se em vez disso simplesmente confiássemos na nossa intuição, aprenderíamos a confiar e esperar, afinal, tudo na vida tem seu tempo, por tudo isto é que as Bruxas entende que mesmo temendo o furor da tempestade,corre em sua direção com vontade! As Bruxas (os) sofrem em silêncio e uiva para Lua em louvor à vida, sabe que só existe plenitude no olho selvagem da tempestade. A Bruxa (o) dissolve-se na tempestade, pois ela torna-se a TEMPESTADE.

Como Bruxa sempre lembramos que abençoadas sejam as colheitas das entranhas da Mãe; Abençoados sejam os que amam e cultuam a Mãe, pois quando você se der conta de que o que faz aos outros o faz a si mesmo, terá compreendido a Grande Verdade.

Pois esta é a minha verdade, a verdade das Bruxas de todo o sempre.



Selma


Nenhum comentário:

Postar um comentário