A conexão entre as mulheres e a Terra tem história. Desde o período Paleolítico, as mulheres são associadas à fertilidade pelo claro fato de darem à luz novas vidas. Assim, quando são encontradas esculturas como a Vênus de Willendorf (datada de 35.000 anos antes da era cristã), sabemos que a fertilidade da mulher era algo praticamente sagrado para os nossos ancestrais. A humanidade demorou para perceber que o homem tinha um papel na concepção, e por muito tempo acreditou-se que a gravidez era ocasional, ou senão, fruto apenas do misterioso corpo da mulher.
Nos mitos e na história dos celtas são os freqüentes relatos sobre mulheres ruivas, altas, tão lindas quanto valentes, urrando gritos de guerras num campo de batalha, bradando suas próprias espadas ao lado de e contra homens tão fortes quanto elas.
O fato de elas lutarem como guerreiras não anulava a beleza e menos ainda a feminilidade da mulher celta. Ser guerreira era algo nobre, mas não impedia que esta mesma mulher fosse também sensual ou mãe, pelo contrário, a força e a delicadeza aliadas eram exatamente o seu diferencial, eram as características que faziam dela uma pessoa segura, intrépida e apaixonante.
Na sociedade Celta, são atribuídas à mulher três funções: ela é a Transformadora, a Iniciadora e a Finalizadora.
Transformar: a vida, dando à luz e dando prazer a si e ao seu companheiro;
Iniciar: nas artes divinatórias, nas práticas sexuais e por fim ser a
Finalizadora: a que faz chegar ao prazer e a que conduz ao outro mundo.
Um conceito marcante e recorrente na cultura celta é a relação intrínseca entre a soberania da Terra representada pela rainha de um povo. Quando os soldados romanos humilharam Boudicca e suas filhas, não era somente a honra delas que estava sendo duramente ferida, mas a honra de cada Iceni. Agredir física ou moralmente uma rainha era o mesmo que manchar a soberania da Terra.
"Se a mulher ocidental moderna não é livre, Isolda, Grainné e Deirdré eram mulheres livres. A mulher celta era livre porque agia com plena consciência de suas responsabilidades. E sendo livres eram capazes de amar, pois o amor era um sentimento que escapava a todas as contrariedades e a todas as leis surgidas da razão, sendo livres podiam amar."
Estas eram razões mais que suficientes (entre outras...)para o catolicismo não aceitar a religião celta, pois sendo uma religião descendente do tronco Judaico colocava a mulher como algo inferior, responsabilizando-a pela queda do homem, pela perda do paraíso. Na realidade o lado esotérico da religião hebraica baniu o elemento feminino já desde a própria Trindade. Todas as Trindades das religiões antigas continham um lado feminino, à exceção da hebraica.
Entre os principais livros do Gnosticismo dos primeiros séculos, conforme consta nos achados arqueológicos da Biblioteca de Nag Hammadi consta o Evangelho de Maria Madalena mostrando que os evangelistas não foram apenas pessoas do sexo masculino.
É fácil compreender a confiança que os celtas depositavam em suas guerreiras ao sabermos que muitas das deidades ligadas à guerra são femininas. A mais conhecida com certeza é deusa Morrighan, ou a Grande Rainha. Podemos afirmar que muito mais do que uma deusa protetora de guerreiros e guerreiras, Morrighan era sua musa inspiradora. Isso soa um pouco estranho para nós, acostumados apenas com musas inspiradoras da arte, da música e da literatura.
Na sociedade celta existiam as sacerdotisas que exerciam um papel mais relevante que a dos bruxos e magos. Naturalmente os celtas eram muito apegados à fertilidade, ao crescimento da família e ao aumento da produção dos animais domésticos e dos campos de produção e isto estava ligado diretamente ao lado feminino da natureza. Também a mulher é mais sensitiva do que o homem no que diz respeito às manifestações do sobrenatural, do lado sagrado da vida, portanto é obvio que elas canalizassem mais facilmente a energia nos cerimoniais, que fossem melhores intermediárias nas cerimônias sagradas.
Sabemos que foi através da Mulher que os povos Celtas se organizaram. Algumas mulheres, sentindo em si mesmas o Espírito dos seus Ancestrais e dos Deuses divulgaram essa Mensagem tornando-se Voluspas.
Leitora do Oráculo e seu eco místico, a Mulher tornou-se legisladora e, com isso, poderosa: a voz da Voluspa era a voz Divina que vinha do ventre da Terra e ecoava por todo o sistema cósmico.
Leitora do Oráculo e seu eco místico, a Mulher tornou-se legisladora e, com isso, poderosa: a voz da Voluspa era a voz Divina que vinha do ventre da Terra e ecoava por todo o sistema cósmico.
Que cultura linda e tão civilizada. Eles eram melhores do que nos somos hoje.
ResponderExcluirRomario
Ficou linda essa postagem, parabéns.
ResponderExcluirAs mulheres eram muito amadas e respeitadas nas culturas antigas, principalmente na Celta.
Tenha um lindo final de semana.
Iracema
Entendo que a história da humanidade tem seus ciclos de predominância hora masculina ou feminina, entendo que essa mudança nasce dentro da necessidade de termos mais uma extensão dos nossos conhecimentos e das nossas virtudes, aceito a igualdade na questão da sociedade mas dentro da natureza humana somos feitos para completar e não disputar.
ResponderExcluirAlberto
Nas tribos comunidades paises e cidades matrilineares a mulher tinha acesso as informações e ao sacerdocio tanto quanto o homeme.A Deusa valorizava vida e o corpo feminino.Ou seja o sistama de dominação não é natural indo cotra a natureza, este sistema foi instituido pelos pastores vindos do oriente com seus deuses da guerra e do céu.
ResponderExcluirSamara
Impressionante a capacidade da igreja católica de estragar tudo que é belo em uma sociedade!
ResponderExcluirAndreia
Foi com um enorme prazer que te voltei a ler.............e hoje nada contesto, porque estou de acordo com o texto.
ResponderExcluirEstive ausente, mas apesar das longas ausências é sempre um prazer ler-te.
Gregória
Sem nenhum preconceito...Todavia a mulher celta é linda beleza esta que dispensam maquiagem,roupas de grife,jogo de luz.etc...
ResponderExcluirJoão
Foi na Escócia que me senti em casa. Nunca tinha visto tantas mulheres parecidas comigo. No Brasil sou um ET.
ResponderExcluirE meu cabelo é ruivo, mas não é vermelho fogo, é um vermelho laranja, da cor que eu mais vi na Escócia.
Adorei o blog.
Mel
Eu sou admiradora da cultura celta e pessoas ruivas me chamam muito a atenção, tamanha a admiração que tenho por elas.
ResponderExcluirJanina
Se sabe o quanto gosto de vir por aqui, e sai com a cabeça cheia de mais conhecimentos.
ResponderExcluirTe desejo uma semana de muitas alegrias amiga.
Beijinhos de jasmim.
Lua.
P.S.: E ai, como foi o niver????rsrsr
Te enviei meu e-mail como me pediu mais não recebi nada seu ainda.
Que legal poder saber mais sobre a cultura celta e suas mulheres!No decorrer da história era mesmo a mulher o ser transformador,o início de toda vida,o poder!Eu adorei seu texto e tb já estou te seguindo!bjs e meu carinho,
ResponderExcluirExcelente postagem que me deixou mais conhecedora da cultura celta e da beleza de suas mulheres.Adorei tua visitinha.Beijus....SU.
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