domingo, 2 de setembro de 2012

O PAGANISMO DE QUASE TODOS NÓS


Muita coisa anda sendo dita sobre o paganismo. Porém, muitas dúvidas começaram a surgir e muita confusão vem sendo feita

Hoje as pessoas falam muito sobre Bruxaria, mas o real sentido, o verdadeiro significado elas desconhecem. Infelizmente perdeu-se o verdadeiro significado, e é confundida com satanismo e Magia Negra.

Paganismo , a primeira sensação que nos advém é de que estamos despertando para algo novo, mas na realidade estamos nos religando às antigas raízes pagãs, à verdadeira religião da natureza e da unidade, pois o nosso caminho é baseado na crença de Deuses e Deusas, conforme suas tradições.

Algumas pessoas, inicialmente, sentem uma certa dificuldade em relação à conexão com as Deusas. Isto acontece, principalmente, por conta de toda a influência da sociedade patriarcal dominante durante milênios, assim como pela manipulação da igreja, para controlar o indíviduo através do medo e do "pecado". Tudo isso é tão forte que, às vezes, chega a causar crises de consciência e muito desconforto, tamanhos são os dogmas impregnados no ser. 


Atualmente o termo “paganismo” é usado para definir várias vertentes religiosas de raízes européias que apresentam traços semelhantes entre si. Esses traços são: culto politeísta (adoração a mais de uma representação divina), de origem pré-cristã e centrada no culto à natureza e seus ciclos (honra aos deuses em festivais, rituais e manifestações representativas dessas forças). Na atualidade, podem ser encontradas algumas vertentes pagãs que se tornaram mais conhecidas e populares devido ao fenômeno da globalização. Algumas dessas vertentes são o Asatrú (chamado de bruxaria nórdica), a Stregheria (chamada de bruxaria italiana), o neodruidismo e a Wicca (com raízes celtas). Os membros da maioria das vertentes pagãs conhecidas atualmente se auto denominam “bruxos”, palavra cuja etimologia é desconhecida, mas suspeita-se que deriva dos termos celtas brixtã (feitiço), bixto (fórmula mágica) ou brixtu (magia).

Dizem os historiadores, que “quem não conhece a história corre o risco de cometer os mesmos erros do passado”. Por isso, é que devemos nos reportar ao passado, para conhecermos a verdade acerca de um tema tão importante

Numa das obras mais significativas sobre a experiência religiosa, intitulada The Golden Bough, o antropólogo britânico Sir James Frazer sustenta uma tese cujos ecos ainda hoje se fazem sentir. Relembremos sumariamente a concepção de Frazer: a evolução do espírito humano encontra‑se marcada por três fases distintas na forma como entende o mundo e a vida. 


A palavra «paganismo» tem, como se sabe, um sentido pejorativo. Literalmente, «pagão» (paganus) é, na designação latina, o habitante das aldeias (pagi), qualificação que traduz o facto histórico do Cristianismo primitivo ter triunfado nas grandes cidades do Império e não tanto nas aldeias e nos campos onde se preservaram as antigas tradições religiosas. Se a distinção entre «cristãos» e «pagãos» parece refletir uma mais antiga, aquela que opunha os povos da Aliança a todos aqueles que dela estavam excluídos, isto é, os gentios (os goiim na terminologia hebraica), rapidamente no seio da civilização cristã nascente o termo «pagão» parece assumir um tom depreciativo, senão mesmo acusatório, ao indiciar crenças supersticiosas, mágicas e idólatras próprias da ignorância das gentes das aldeias. E esta acusação, tantas vezes violenta e persecutória, manteve‑se durante séculos, só oficialmente desmentida no segundo Concílio do Vaticano quando no célebre documento Nostra Aetata [«Relações da Igreja com as religiões não‑cristãs»] não só se promove uma reconciliação da Igreja cristã com as outras grandes religiões hodiernas, como se reconhece o valor profundo das antigas religiões pagãs (sejam elas pré‑cristãs ou coetâneas do Cristianismo) que souberam, nas palavras do Concílio, preservar um sentido religioso profundo do mundo, da vida e do divino.

A nossa atenção, nesta comunicação, ir‑se‑á centrar nessas religiões antigas, pois estamos convictos que apesar de já não terem tradução ritual expressiva, as crenças pagãs condicionaram profundamente a visão e o sentir dos povos europeus e ocidentais.

O paganismo é com certeza a religião mais antiga praticada no Reino da Baviera. Desde tempos imemoriais, os povos nômades que vagavam pela região cultuavam os espíritos da terra, os deuses da Natureza, e mesmo após milênios de perseguição por parte dos romanos, dos nobres e da Igreja, as práticas pagãs persistem em vilarejos isolados, no campo e na floresta.

Fora dos cultos altamente secretos das Bacantes ou dos soldados do Templo Solar, o culto à natureza continuava a todo vapor entre os celtas, druidas e bretões.
Os druidas traçam suas raízes em 300 AC. Os primeiros registros deles foram feitos pelo escriba grego Sotion de Alexandria no século II AC. Os pitagóricos os chamavam de Keltois (Aquele que domina o carvalho). Em latim eram chamados de druides (que tem a mesma origem da palavra Dríade, que significam as “ninfas da floresta” na mitologia grega, que nada mais eram que as sacerdotisas celtas que realizavam seus ritos nas florestas).


Do Egito, os ritos migraram tanto para a Grécia quanto para as Ilhas. Da mesma maneira que os sábios gregos construíam panteões, templos e obeliscos utilizando-se da geometria sagrada, os bretões e celtas erguiam círculos de pedra com a mesma função. Enquanto os gregos realizavam as Bacchanalias, os celtas e bretões realizavam os festivais de Solstícios e Equinócios, bem como as Festas de Beltane e Samhain, onde eram celebrados os Hieros Gamos.

Nos ritos sagrados, o aspecto masculino da divindade era representado primariamente por dois deuses: Cernunnos e o “Green Man” (Homem Verde). Cernunnos é o Deus Chifrudo das florestas, representando todas as forças viris da natureza. Seus chifres podiam ser tanto de carneiro (com toda a simbologia fálica que eu comentei semana passada) quanto de gamos (representando a iniciação dos sacerdotes dentro da tradição solar). De qualquer forma, era a personificação do poder masculino do universo. O Grande Deus. Era sempre representado vestindo peles de animais e muitas vezes com o casco de bode. Cernunnos possui as mesmas atribuições do deus Pan (grego) e do deus Pashupati (hindu). A título de curiosidade, o nome Pan vem do grego Paon, que significa “Pastor”

Agora… deus chifrudo? com pés de bode? Aparecendo nos Sabbaths?… onde a gente já ouviu falar disso? Ah, claro! A Igreja Católica espalhou pelo mundo afora que esta era a imagem do diabo !!! do tinhoso !!! do inominável !!! do coisa-ruim !!! que todos deviam temer e fugir. Estes ataques virulentos continuam até os dias de hoje, não apenas pela Santa Igreja mas também por todas as suas descendentes evangélicas. Outra das personificações do Grande Deus era o chamado “Green man”. Uma imagem construída a partir da própria floresta, cujo rosto formado por plantas (ou um sacerdote com o corpo pintado de verde) representava a FERTILIDADE, o renascimento das plantas após o inverno…


Da parte da Deusa, as sacerdotisas representavam o poder feminino, basta dizermos que mulheres peladas dançando ao luar associadas a livres pensadores não agradavam em nada ao controle da Igreja e, desta forma, a nudez e o sexo foram automaticamente associados ao PECADO (até os dias de hoje).
Devemos grande parte disto Santo Agostinho, que por volta de 400 DC reescreveu a gênesis associando a expulsão de Adão e Eva do Paraíso ao sexo e ao tal do “pecado original”.
A partir de então, bruxaria foi associada ao satanismo e qualquer desculpa era uma desculpa para mandar estas pessoas para a fogueira, e assim tem sido até os dias de hoje.
Os pagãos trouxeram seus rituais, cerimônias e práticas, que gradualmente foram sendo introduzidas na Igreja Cristã, com nomes cristãos, os quais comprometeram e corromperam a genuína fé primitiva, de modo que a Igreja foi se tornando romanizada e paganizada.Isto é fato histórico INCONTESTÁVEL. 

A origem da Igreja Católica é a trágica mistura de Cristianismo com religiões pagãs que o cercavam. Ao invés de proclamar o Evangelho e converter os pagãos, a Igreja Católica “cristianizou” as religiões pagãs e “paganizou” o Cristianismo. Embaçando as diferenças e apagando as distinções, sim, a Igreja Católica se fez atraente às pessoas do Império Romano. O resultado foi que a Igreja Católica se tornou a religião suprema no “mundo romano” por séculos.

Todo pagão honra a TERRA COMO UM SER VIVO, a TERRA é vista como a MÃE, ou até mesmo como Avó. A divindade, nossa fonte de vida, presente em todas as coisas, se expressa de várias formas diferentes na bruxaria.. Na expressão do divino não somente por meio da TERRA, mas também pela Deusa, a grande mãe, e o Deus, o pai de todos, seu filho e seu consorte. Pelas ações desta polaridade, da Deusa e do Deus, a vida foi criada. Todos as Bruxas e Bruxos são pagãos, mas nem todos os pagãos são bruxos.
Como nem todos bruxos são wiccans. por isso ao fazer qualquer rito em Meio a Natureza, devemos ter o máximo cuidado e responsabilidade com esta !

Paganismo: O paganismo, não pode ser considerado uma religião, mas o pilar que engloba o modo de vida de todas as expressões religiosas que são voltadas à natureza, se apóiam para o desenvolvimento de seus fundamentos.


Como podemos notar o impulso inicial para a divulgação dessa religiosidade foi a literatura, mas logo as ferramentas de divulgação mais modernas - o cinema, a TV, as revistas e especialmente a internet - surgiram e desempenharam função importante para a difusão desses valores. Foi através da literatura que a bruxaria começou a ser difundida no Brasil, a primeira autora brasileira a escrever sobre o tema foi Márcia Frazão (em meados de 1990). Posteriormente surgiram outros autores com publicações populares.

Atualmente a internet pode ser considerada a principal e mais crescente plataforma midiática de divulgação de manifestações do movimento pagão brasileiro. Existe até mesmo um mapa da bruxaria no mundo, divulgado pela Federação pagã da Escócia, que aponta o Brasil como um dos países em que o número de pagãos é considerado um dos maiores (em torno de 10.000 a 50.000 pagãos).

A Bruxaria engloba um conjunto de crenças pagãs. Como já foi visto, o paganismo é o nome dado às práticas ligadas à sacralidade da Terra. Assim é com as Bruxas.

As bruxas e bruxos observam os ciclos da Natureza e buscam uma compreensão maior “daquilo que não pode ser dito”, que é a essência de todas as coisas. Dessa forma, aprendemos como agradecer por tudo o que a Natureza nos oferece, e a melhor forma de fazer isso é através das celebrações.

A religião pagã está a nossa volta – na paisagem moldada por gerações, nos montes sagrados ou círculos de pedras, lugares onde gerações e gerações vieram honrar e venerar os deuses de seu povo e de sua terra. É uma religião que se preserva através de suas músicas folclóricas, das suas danças em cada troca de estação. Nós fazemos nossas bonecas de palha de milho, brincamos com as maçãs no Halloween , nem sempre lembrando que estes são os remanescentes de nossos ancestrais Celtas, Germânicos e de outras tribos que delinearam as heranças do Ocidente.

Assim como entramos em um novo milênio, nós estamos presenciando um renascimento das antigas tradições espirituais. Os antigos Deuses e Deusas adormeceram por um período, mas agora estão despertando. O Paganismo é mais uma vez praticado em toda Europa, América, Austrália, Nova Zelândia... É a religião oficial da Islândia! Essas tradições não são unicamente praticadas na Europa. Pessoas no mundo inteiro estão rejeitando novas religiões e estão retornando ao conhecimento de nossos ancestrais.



20 comentários:

  1. Navegando pela internet descobri este blog.

    Fiquei encantada com tanta beleza e respeito que vcs tem ao falar de um tema que causa tanta polemica.

    Este texto é maravilhoso.

    O do Guardiao e sua sacerdotisa é incrivel.

    Como pode um amor e uma religião durar tantos anos e anos?

    O que leva um ser (pq para mim é um ser especial) a merecer todos esses dons?

    O uq leva um ser chamado homem ter a dignidade de ser um escolhido para se tornar um Guardião.

    Obrigada

    Eduarda

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    1. boa noite eduarda

      ante de mais nada , gostaríamos de agradecer por sua visita e esperamos que continue a nos brindar com sua presença.

      agora tentaremos esclarecer sua duvidas a começar por não concordarmos quando afirma ser polêmico os temas que falam sobre a religião antiga.

      o guardião a que se refere pode ter certeza que é um homem que tem muito orgulho de sua missão.

      volte sempre
      selma marcos

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  2. A palavra Bruxa que é usada para descrever as pessoas que leem cartas e fazem feitíços é a mesma aplicada dentro da religião antiga?

    Rose

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    1. boa noite rose

      a palavra bruxa significa uma mulher com dons especiais e por isso é uma mulher especial.

      quanto as que leem cartas e fazem feitiços não sabemos que tipo de nome dar.

      mas que nada tem a ver com a religião antiga e caso essas pessoas se auto denominam como bruxas , ai sim sabemos bem o nome certo a elas " mentirosas ".

      selma marcos

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  3. Quando começamos a estudar e praticar Bruxaria, percebemos muito rapidamente que há diversos caminhos diferentes. então eu pergunto como podemos ter certeza de que estramos no caminho certo?


    Ana Cristina

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    1. boa noite ana cristina

      você é responsável por suas escolhas , dentro da principal doutrina da religião que é " fazer o que desejar sem a ninguem prejudicar "

      logo se sua escolha for a certa ou errada você vai arcar com as consequências sejam elas boas ou ruins.

      selma
      marcos

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  4. “muitas trilhas possui a estrada do oculto, mas é preciso escolher uma apenas e nela permanecer”

    “digo isso porque é extremamente complicado explorar duas ou mais trilhas ao mesmo tempo, correndo-se o risco de se perder e não chegar a nenhum lugar”.

    Palavras ditas no templo de Viviane

    Parabens pelo belo texto

    Ravene

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    1. prezada ravene

      nessa mesma trilha existem muitas raizes e pedras que são os obstáculos que temos que ultrapassa los.

      fique com a mãe
      selma
      marcos

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  5. Adorei seu blog, muito bom mesmo, parabéns ;


    Catarine

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    1. boa noite catarine

      agradecemos sua visita, participação e os elogios feitos e esperamos que volte muitas veze.

      selma
      marcos

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  6. Adorei o post! sera que você pode falar sobre a vampirismo e o satanismo?


    Arlindo

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    1. caro arlindo

      esse blog foi feito com a intenção de levar conhecimento sobre temas voltados a religião antiga tradicional.

      e os temas que você sugere não se encaixam dentro da religião.

      portanto você deve procurar quem domina esse assunto.

      selma
      marcos

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  7. "O tesouro do corpo é mais valioso do que aquele guardado no cofre, e o tesouro acumulado no coração é mais valioso do que o tesouro do corpo. Portanto, dedique-se em acumular o tesouro do coração."

    (Nitiren Daishonin)

    Dionisio

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  8. o Cristianismo ainda é a mais poderosa religião n o mundo.

    Se foram adaptados os feriados e festejas das crenças pagãs, não importa oq importa é que Catolicismo ainda sobrevive.

    Henrique

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    1. bom dia henrique

      não entendemos o que você quis dizer sobre ser poderosa , mas entendemos quando você diz sobrevive.

      selma/marcos

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  9. Os bruxos não acreditam no demônio, porque?

    Thais

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    1. bom dia thais

      nós só acreditamos no que existe !

      selma/marcos

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  10. o ser humano moderno é tão desconectado da essência que envolve o reino elemental deste planeta,que chega a dar pena de tantos "zumbis" perdidos em religiões...é uma pena que nenhuma delas seja sincera!
    então concluo que este trabalho que vc desenvolve aqui é importante e louvável...

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    1. caro ricardo

      agradecemos mais uma vez por sua participação.

      selma/marcos

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