quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O Dia do Orgulho Pagão


O Dia do Orgulho Pagão é comemorado no mundo inteiro exatamente no dia 23 de Setembro.

O Orgulho Pagão é um movimento criado por um grupo de neo-pagãos norte-americanos para fornecer uma imagem pública positiva a respeito dos neo-pagãos e do neo-paganismo. Esse movimento que se iniciou nos EUA e espalhou-se pelo mundo, inclusive no Brasil.

A primeira referência ao Orgulho Pagão foi registrada em 1992 quando grupos locais do movimento começaram a patrocinar festivais do Dia do Orgulho Pagão em locais públicos das cidades ou campus universitários.

Os primeiros eventos foram organizados por Cecylyna Dewr e Dagonet Dewr na Liga Pagã de Esclarecimento e desde a iniciativa, o movimento cresce no mundo inteiro, inclusive no Brasil. São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, são algumas das capitais brasileiras que organizam o evento.



Ser pagão é buscar constantemente harmonizar-se com a infinita sabedoria da natureza, onde se aprende diariamente através da linguagem da Terra e da Lua, das folhas das árvores, da beleza do canto dos pássaros, do cheiro das ervas e das flores, a conhecer o valor do respeito, do amor e do equilíbrio.

Pagãos acreditam e prestam culto às divindades pagãs centradas na verdade, no bem e no belo, aos espíritos da natureza e aos seus ancestrais.
Respeitar todas as formas de vida, assim como a própria natureza, que lhes é sagrada, tirando partido dela sem que assim venha destruí-la.

A celebração dos festivais solares automaticamente religa o homem aos ciclos naturais da Terra e às mudanças das estações. Cada ciclo reflete diretamente toda sua influência sobre nós e a partir deste princípio, passamos a vivenciar e a compreender melhor essas mudanças, além de todos os ciclos lunares.
Nossos maiores mestres são a própria natureza e os Deuses.
O "bem" e o "mal" são relativos, pois o verdadeiro pagão busca o equilíbrio entre a luz e a sombra, com responsabilidade e bom senso.


Essa é a real iniciação da alma e do coração.

Muitos equívocos são propagados quanto ao real sentido da palavra "paganismo", por dicionários, enciclopédias e até mesmo por seus seguidores. Em alguns casos, o termo pagão é empregue como sinônimo de não-cristão - o que é um grande erro, pois assim se incluiriam religiões como o Judaísmo, o Islã e outras, as quais não possuem componentes distintamente "pagãos" no sentido real da palavra - ou seja, de respeito à Natureza. Em outros verbetes, um "pagão" é aquele que ainda não foi batizado no cristianismo. Em outros mais, os termos "paganismo" e "ateísmo" são confundidos, pois ateu é aquele que não crê em nada, não possui religião - bem diferente da noção de paganismo enquanto caminho religioso.


Mas quem são os pagãos? Originalmente, esse termo era empregue para diferenciar os seguidores das religiões da Terra, dos muitos deuses e deusas da Natureza. É este o sentido que adotamos quando utilizamos o termo "paganismo". Assim, costumamos nos referir às culturas pré-cristãs da Europa e das Américas (apenas como exemplos clássicos) como "culturas pagãs". Poucas pessoas hoje em dia ainda mantêm um contato direto com as tradições originais do Paganismo, daí a necessidade de se diferenciar o Paganismo original - surgido na Antigüidade - do novo paganismo, representado por diversas correntes recentes. Para que tal diferenciação seja bem clara e cristalina, muitos autores e pesquisadores optam por utilizar o termo neo-pagão, ou seja, os novos pagãos - aqueles que seguem tradições filosófico-espirituais inspiradas nos ensinamentos e valores das Antigas Religiões. Dentre estas correntes neo-pagãs, sem dúvida duas ganham destaque: a wicca e o neo-druidismo.

A cristianização da sociedade romana, fez com que as religiões politeístas ficassem restritas às pequenas aldeias rurais que eram os "Pagus". Desde então os cristãos passaram a chamar de pagãos a todos aqueles que ainda conservavam o politeísmo. Com o tempo, a crença que pagãos eram ateus ou ligados ao diabo cristão, foi aumentando, conforme crescia a fome da igreja pelo poder.

Em termos religiosos, o paganismo é o culto e o respeito à natureza, e já existia bem antes do cristianismo, ou seja, antes do Cristo encarnar na terra, ou nascer, como queira. Naquela época todas as religiões eram pagãs, apesar de possuírem suas diferenças. Para o Pagão, toda a natureza é viva e sagrada. E lá se encontra as forças do Deus e da Deusa. Da Deusa? Sim, da Deusa, é que o pagão não acredita muito em um mundo espiritual tão machista como o mundo terreno.



Com a cristianização, algumas coisas começaram a mudar, como a forma de rezar, por exemplo. O pagão orava na natureza até então, mas o homem trocou este habito pelos lindos e ricos templos que o homem mesmo construiu

O simbolismo do Natal oculta transcendentes mistérios com suas origens fixadas no paganismo. Natal era um dia consagrado à celebração do “Sol Invicto”.

E São João? A data desta festa foi escolhida a dedo pela Igreja da época para sufocar a festa de Mitra (mitologia persa), que celebra o Solstício de Inverno no Hemisfério Sul. As festas de Páscoa, São João, São Mateus e Natal, substituem respectivamente as festas pagãs do Hemisfério Norte, relativas às celebrações do equinócio de primavera, solstício de verão, equinócio de outono e solstício de inverno.

Estas festividades pagãs eram muito arraigadas nos costumes populares desde tempos imemoráveis, mas foram sendo suprimidas com o advento do Cristianismo, incluso como religião oficial pelo Decreto de Constantino (317-337 d.C), então Imperador de Roma. E em 392 D.C aconteceu a definitiva proibição dos cultos pagãos no Império Romano.

Paganismo é, em verdade, um termo referente às diversas formas de religiosidade que têm como lugar comum o encontro com o divino através da Natureza. Se pensarmos no ensinamento que remonta ao Egito Antigo, que diz que "o que está acima é como o que está abaixo e o que está abaixo é como o que está acima", compreendemos que esta asserção busca nos dizer que a natureza dos Criadores é a mesma de suas criaturas. Os pagãos buscam, dessa feita, compreender "o que está acima" - seus deuses - conhecendo "o que está abaixo" - a Natureza e seus semelhantes.

O equilíbrio é algo que se deve buscar tanto no âmbito pessoal quanto através de uma visão universal. O povo pagão busca equilíbrio dentro de seus corações, na natureza e no Universo, porque perder o equilíbrio dentro de seu próprio ser é o mesmo que perder o equilíbrio com a ordem natural e com as Divindades. O equilíbrio é uma compreensão dos mundos da natureza e da humanidade com o Todo.



Conhecer o amor é o mesmo que ser capaz de ver a luz comum que corre por toda a vida, e verdadeiramente tocar as divindades. O amor é o que nos faz reconhecer aquele aspecto dentro de cada espírito humano que pertence ao reino divino e assim, apreciar sua virtude. É a forma que temos de contemplar as qualidades dos Deuses dentro de nós, às vezes como um caminho que nos faz admirar nossos irmãos.

Se você não o encontrar dentro de si, não será capaz de encontrá-lo do lado de fora, porque essa é a natureza de toda a forma de amor. A confiança não é apenas o fundamento do amor, mas é um código de vida. Se não existe confiança, o amor e a verdade serão sempre ilusórios, porque a confiança é a base forte sobre a qual suas casas são erguidas.

As palavras de sabedoria a seguir, que foram herdadas de algumas tradições, poderão servir como uma guia que se refere ao objetivo, benefícios e aos tipos de confiança.

"Escolha com cuidado em quem sua confiança será depositada, mas se ele for digno dela, a dê sem restrições."

"Se você não pode confiar naquele que será seu mestre, não permita que seu aprendizado dependa dele e busque seus conhecimentos em outro lugar."

"Há certas coisas que devem ser aceitas com confiança, até que o tempo seja capaz de clarear o caminho para sua compreensão."

"Não se deixe iludir! Se você não acredita no que vê, descarte a possibilidade."



Podemos encontrar uma grande variedade de tradições dentro do paganismo, mas esta variedade de experiências espirituais são apenas ramos diferentes da mesma árvore e, como tal, devem ser respeitadas como a representação máxima da unidade divina. Nossos maiores mestres são: a natureza e os Deuses.

Enfim, fuja daqueles que possuem caldeirões lotados de ego negativo. Isso não significa que ser pagão é ser "perfeito". A perfeição é um dos objetivos do nosso caminho e, de modo geral, de todas as pessoas. O "bem" e o "mal" são relativos, pois o verdadeiro pagão busca o equilíbrio entre a luz e a sombra, com responsabilidade e bom senso. Essa é a real iniciação da alma e do coração.

Esse tempo é passado e de agora em diante vale ressaltar o princípio da liberdade religiosa, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 18, que diz o seguinte:

"Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos."

Garatindo acima de tudo o respeito mútuo e a liberdade de expressão religiosa!

Bom, o fato é que, independente de sua religião, se você admira e respeita a natureza, você tem um pouquinho de paganismo aí. E agora? Agora aproveite bem o dia, porque além do dia 23 de setembro ser o Dia Mundial do Orgulho Pagão, é também o dia em que se comemora o equinócio de primavera. Mas como diria o final de algum filme infantil, “mas isto já é outra história”.


5 comentários:

  1. Selma, amei o texto, muita informação e aprendo muito aqui com você. Sabe eu sou neopagã, é obvio, mas nunca sei onde me encaixo, às vezes acho que na Wicca, mas depois como ando sempre a buscar os ensinamentos dos antigos Celtas, fico aí pelo meio. Bom uma coisa eu tenho certeza, Amo e Respeito a Natureza e todos os Animais, adoro orar junto das árvores à Deusa. Amiga AMEI de verdade e dei boas gargalhadas com a sua frase " fuja daqueles que possuem caldeirões lotados de ego negativo", é preciso estar atento a esses caldeirões, você tem toda a razão.
    Adoro você!
    Beijinhos de Luz!
    Ana Maria

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  2. Minha linda,quanta alegria por visitar o meu cantinho.
    Mas olha esse negocio de paganismo,nunca vou concordar com isto,me recuso aos dogmas.Este post é muito importante e muito explicativo.
    Eu sou do afro,amo a natureza e a respeito,os animais para mim são seres divinos. Infelizmente na sociedade em que vivemos somos obrigados a fazer determinadas coisas para os nossos filhos e netos,como ex:o batismo,pois lá frente eles já adultos,caso for casar-se na igreja católica tem que ser batizados e por aí vai.
    Mas o homem desde o pricípio criou um monte de coisa,que para mim é uma forma de manipulação.
    Adorei esse tema,tenha um lindo fim de semana com muita luz e paz.
    Bjos.

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  3. Eu me encaixo na Natureza amiga e todos os seres vivos.. assim como os humanos que eu amo vá todos e tenho compaixão ,mas não gosto de todos.

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